Hegel: A idéia de história e sua compreensão.
O ser humano é racional. Seu comportamento é capaz de mover vários questionamentos. Sua razão, suas transformações e movimento no mundo mostram como o instinto humano é capaz de manipular objetos e mudá-los.
Nesse sentido, Hegel determina que Razão seja determinada em si e o que é a sua relação para com o mundo coincide com a questão: qual é objetivo final do mundo? Esta questão pressupõe que o objetivo seja realizado e compreendido.
No entanto, compreender que o homem é um ser ativo e a vontade coletiva é determina pelo o espírito de um povo.
Quando falamos em vontade coletiva referimos à forma de reflexão, desejos históricos que manifestam universalmente. Assim surge um interesse objetivo, que nos impressiona em dois aspectos: o do objetivo universal e o do indivíduo, que representa este objetivo. É isto que faz a história tão fascinante. São estes objetivos e indivíduos cuja perda e cuja queda lamentamos. A mais pura forma em que a Idéia se manifesta é o Pensamento em si. Neste aspecto a Idéia é tratada na Lógica. Outra forma é a de Natureza física. Finalmente, a terceira forma é a de Espírito em geral.
Essa é a Idéia de Liberdade para Hegel, onde os indivíduos tornam-se parte dos fatos, assim o Espírito também possui a Liberdade. Portanto, a natureza da liberdade e a reciprocidade entre as idéias. A filosofia discerne que a Liberdade é a única verdade do Espírito.
E os Meios para Compreensão para Hegel é estabelecer as ações dos homens que emanam de suas necessidades, suas paixões, seus interesses, suas qualidades e seus talentos. É como se realmente nesse drama de atividades todas essas necessidades, paixões e interesses, fossem a causa e o principal motivo da ação.
Desse modo, podemos falar de objetivos individuais e universais, mas vamos nos deter apenas em acontecimentos históricos e universais.
Como citado no inicio do texto, o ser humanos são seres pensantes. E seus objetivos estão entrelaçados a reflexões gerais e essenciais da lei, do bem, do dever e das limitações.
Nessa perspectiva, assim como mostra Hegel a história do mundo, o Espírito do Mundo, continua em seu rumo. Não podemos tratar aqui da posição de indivíduos dentro do conjunto moral e seu dever e comportamento moral. Mas sim dentro de uma dialética.
Isso mostra que O indivíduo como objeto da história prevalece na Razão divina universal é a força capaz de se realizar. Este bem, esta Razão, em sua apresentação mais concreta, é Deus. Deus governa o mundo. Esse mundo racional é a única forma concreta de estabelecer a universalidade entre os indivíduos. [O universal resulta precisamente desta luta, da destruição do particular.]
Já decorremos alguns conceitos centrais para Hegel. Assim, vamos procurar no Estado como realização da Idéia. Essa idéia material, objetiva que governa as realizações concretas da união da vontade subjetiva com a vontade racional, é o conjunto moral, o Estado.
Para Hegel, O que conta em um Estado é a ação realizada de acordo com uma vontade comum e adotando os objetivos universais. Negando assim, uma vontade particular.
Hegel elucida que Estado real é animado por este espírito em todas as suas guerras, instituições, negócios particulares etc. Este conteúdo espiritual é algo definido, firme, sólido, completamente isento de capricho, das particularidades, das fantasias da individualidade, do acaso. O que está sujeito a este último não é a natureza do povo
O Estado é a realização da Liberdade, em suas Leis, suas disposições racionais e universais na terra. O fato de ser o homem livre “por natureza” está bastante correto, no sentido em que ele é livre em conformidade com o próprio conceito de homem, ou seja, apenas em seu destino, ou na família. Onde a sociedade civil e do Estado participam juntas nesse processo de inserção da liberdade do individuo.
No entanto, Hegel coloca o conceito importante “O fundamento jurídico do Estado” (A Constituição). Ele estabelece uma relação de segurança e bem estar social para o estado. “Nestes conflitos o problema é o de determinar a melhor constituição — ou seja, aquela instituição, organização ou mecanismo de governo que proporcione com maior segurança a garantia da realização do objetivo do Estado. Naturalmente este pode ser compreendido de maneiras diversas como, por exemplo, o gozo tranqüilo da vida ou como a felicidade universal.”
Para encerrarmos este capitulo Hegel traz O fundamento religioso do Estado, onde o Estado é baseado na religião e que tem nela as suas raízes, queremos dizer que essencialmente ele surgiu dela e que hoje e sempre continuará a originar-se dela. Ou seja, os princípios do Estado devem ser vistos como válidos em si e por si mesmo, o que só pode acontecer até onde eles sejam reconhecidos como determinações da própria natureza divina.
Portanto, nossas crenças, nossos valores são importantes para compreender os princípios básicos da conduta humana e seu processo de inter-relação entre as culturas.
HEGEL, Friedrich. A idéia de história e sua compreensão in: A razão na história: uma introdução geral à filosofia da história. São Paulo: Centauro, 2001. p. 87 – 104.