Resenha crítica do livro 'A culpa é das estrelas', de John Green.

Título da resenha: Uma história dolorosamente bela.

Subtítulo: perfil com a descrição da obra ‘A culpa é das estrelas’.

Livro: A culpa é das estrelas (John Green) – Intríseca, novembro de 2012.

‘A culpa é das estrelas’ já era uma leitura que me atraiu logo de primeira pelo nome e por seu resumo na capa do livro, e foi uma das melhores leituras que já fiz nos últimos tempos. Possui uma história fascinante e extremamente emocionante. Encomendei o livro e, enquanto aguardava o dia em que ele chegaria, fui lendo sobre ele na internet. Os fãs falam muito bem do livro, porém há opiniões muito divididas, pois muitas pessoas não gostaram do enredo. Eu mais que aprovo o livro, e caso alguém me peça opiniões sobre um livro emocionante e lindo, eu falarei desse livro. Ultrapassando as barreiras de uma doença que para muitos é rodeada de terror, os protagonistas vivem um capítulo de suas vidas descobrindo “a alegria e a tragédia que é viver e amar.”.

“Alguns infinitos são maiores que outros”.

O livro conta a história de Hazel Grace a partir de seus quase 17 anos, que tem câncer nos pulmões desde os 13 e já passou por algumas cirurgias para drenar a quantidade de água acumulada neles. A Hazel é uma paciente terminal que vive, pois os médicos aumentam o tempo de vida dela controlando o crescimento dos tumores devido ao Falanxifor (um remédio – fictício, cujo nome foi inventado pelo autor do livro - ainda em teste, que a proporcionou mais tempo de vida pois diminuiu seu tumor em seus pulmões), mas não podem fazer com que ela viva até envelhecer. Ela frequenta um grupo de apoio a crianças com câncer em uma igreja e em um dia comum aonde vai até lá, ela encontra um garoto bonito e diferente, que nunca tinha visto antes, a encarando de modo estranho. Ele era o Augustus Waters, e, para os íntimos, Gus, (de 17, ex-jogador de basquete que perdeu uma das pernas para o osteossarcoma) e eles acabam se conhecendo e de início formando uma amizade e vão ver um filme juntos na casa dele, e ele a dá de presente o primeiro livro de uma saga sobre seu videogame preferido. E Gus também depois compra o livro preferido dela para ele. Gus e Hazel consolam seu amigo Isaac, que sofre por Monica ter terminado o namoro porque ele estava prestes a fazer uma cirurgia para a retirada do seu único olho (o outro olho era de vidro). Conforme a história de Gus e Hazel se segue, eles vão alimentando um romance muito forte, e ambos são donos de frases filosóficas que questionam as leis do universo, e ambos são loucos para descobrir o que acontece no final do livro favorito de Hazel: ‘Uma Aflição Imperial’, já que o autor do livro não conclui a história, terminando-o no meio de uma frase incompleta, pois a protagonista do livro morre. Hazel passa uma semana na UTI, mas logo se recupera e, movidos pelo desejo de descobrir o final do livro (e também porque a médica da Hazel permitiu) eles se envolvem em várias aventuras, e ganham uma viagem até Amsterdã por um grupo rico que concede um desejo aos portadores de câncer, desejo dito como “privilégio do câncer”, e como a Hazel gastou seu desejo quando tinha seus 13 anos, e o Gus tinha guardado o dele, decidiu usá-lo para ir à Amsterdã com a Hazel e a mãe dela para descobrirem o que acontece com os outros personagens do livro, pois o autor não poderia enviar por e-mail e nem contar por telefone. Dentro do avião, Gus se declara para Hazel:

“- Eu estou apaixonado por você – ele disse, baixinho.

- Augustus – falei.

- Eu estou – ele disse, me encarando, e pude ver os cantos dos seus olhos se enrugando. – Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.”

Na primeira noite em Amsterdã, ganham um jantar romântico pago por Lidewij (que era uma espécie de cuidadora do Peter, e também era a moça que se comunicava com Gus e Hazel para o Peter Van Houten, que era o autor de ‘Uma aflição imperial’) com o dinheiro de Peter. No dia seguinte, vão à casa de Peter pela manhã, conforme o combinado, mas acabam se decepcionando, pois o autor já não era mais um intelectual e se tornou um alcoólatra egotista. Então, a Lidewij se demitiu por ter visto o destrato ao qual o Peter teve com o casal e por ele ter feito Gus e Hazel sair da casa dele com Hazel chorando. Lidewij leva o casal para fazer uma visita à Casa de Anne Frank, que acabou sendo o lugar do primeiro beijo do casal, tendo sido aplaudido por todos lá. Nesse mesmo dia, os dois demonstram seu amor um ao outro quando chegam ao hotel em que estavam hospedados (ele ficava num quarto no andar de cima do que ela estava com a mãe, mas eles foram para o quarto dele). No dia seguinte, almoçam Hazel, Gus e a mãe da Hazel e contam de um modo divertido e com humor o seu dia anterior e depois passeiam pelo lugar. Amsterdã, lugar onde o amor dos dois aumenta e a partir daí eles vivem experiências inesquecíveis, experiências essas que envolvem drama, amor, ódio, brigas e, claro, câncer e seus efeitos colaterais, como estar morrendo.

Como Hazel, Gus é inteligente, tem senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal “carta na manga” dos dois para enfrentar a doença que lentamente tira a vida das pessoas. Então, dias após a volta de viagem, Gus e Hazel e os pais dos dois têm um jantar divertido na casa do Gus. Uma semana após o jantar, Gus vai parar em uma Emergência. Ele estava com o câncer novamente. A partir daí, do capítulo 15 do livro, Hazel passa a maior parte dos seus dias com Gus e chega um dia que ela vai a casa dele e se diverte com os pais de Gus, as irmãs de 29 anos do Gus (e os maridos delas e os filhos delas). Até que, certo dia, Gus decide ir à igreja em que eles participavam do grupo de apoio, para fazer seu pré-enterro às 20 horas (e chamou o Isaac a Hazel, apenas). Gus ligou para a Hazel às 18 horas, e ela escreveu seu discurso em um papel. Os pais dela hesitaram, mas a deixaram ir. Hazel chegou um pouco atrasada, e então o Isaac começou o discurso dele sempre sendo interrompido pelo Gus, mas que ficou lindo. Então, Hazel pegou o papel dela e o leu chorando.

“Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, e sou muito grata por isso.”

Oito dias após o pré-enterro, o Gus falece. Hazel e Isaac ficam extremamente tristes. O Peter, para surpresa de Hazel, comparece no enterro. Hazel assiste ao velório com seus pais, é consolada pela família do Gus e se despede do seu amor. Não queria vê-lo sendo enterrado, mas seus pais a dizem que é preciso, então eles vão. O pai dela a consola.

“Acredito que o universo quer ser notado. Acho que o universo é, questionavelmente, tendencioso para a consciência, que premia a inteligência em parte porque gosta que sua elegância seja observada. E quem sou eu, vivendo nomeio da história, para dizer ao universo que ele, ou a minha observação dele, é temporária?”

Hazel visita os pais do Gus e de lá visita o Isaac, que a pergunta se ela leu o que o Gus escreveu para ela enquanto estava no hospital. Hazel procura saber com os pais dele e chega a procurar no quarto dele (e lá se enrola por um tempo com o edredom de Gus, para sentir pela última vez o cheiro dele. O que a fazia estar com ele mesmo após ele ter morrido são as camisas dele que ele a deu antes da viagem e também seu amor por ele.). Nada encontrado. Certo dia, ela acorda ouvindo uma mensagem gravada em sua caixa postal pelo pai do Gus, dizendo que no caderno em que ele escrevia há quatro folhas arrancadas e eles procuraram, mas não acharam. Hazel pensando, imaginou para quem poderia ter sido. Ela acertou, era para o Peter. Pediu para que Lidewij procurasse, e ela conseguiu e escaneou e mandou anexado a um e-mail para a Hazel e mesmo assim a enviou pelo correio. O livro acaba com a Hazel lendo o e-mail e por fim a carta do Gus ao Peter (que falava sobre o casal, e o quanto a Hazel era especial e importante para o Gus), que estava anexada:

“[...] Ela é tão linda! Não me canso de olhar para ela. Não me preocupo se ela é mais inteligente que eu: sei que é. É engraçada sem nunca ser má. Eu a amo. Sou muito sortudo por amá-la, Van Houten. Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas. Espero que a Hazel aceite as dela.”.

E então ela diz: “Eu aceito, Augustus. Eu aceito.”. É um livro repleto de frases bonitas, ensinamentos ricos e personagens apaixonantes, que é o que me cativou a lê-lo. História emocionante, bem distribuída em 222 páginas organizadas por 25 capítulos. Amei o livro, e, embora ele seja um tanto triste, cabe a cada um de nós saber como encarar o que é triste. Muitas vezes lendo este livro, cujo é totalmente ficção, às vezes eu pensava que poderia ter uns pontos de base em fatos reais. O escritor conheceu uma menina na internet e baseou a Hazel nela (ambas com câncer nos pulmões, mas o que as difere é a história, pois a menina falece e a Hazel não, e também ambas possuem personalidades e gostos diferentes). O autor homenageou a menina com a personagem, mas ambas são diferentes e ele deixou bem claro que é um livro totalmente de ficção. “Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, ‘A culpa é das estrelas’ é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.”.

John Green é um dos escritores norte-americanos mais queridos pelo público jovem e igualmente festejado pela crítica. Autor do best-seller The New York Times, premiado com a Printz Medal e o Printz Honor da American Library Association e como o Edgar Award, foi duas vezes finalista do prêmio literário do LA Times. Com irmão, Hank, mantém o canal do YouTube “Vlogbrothers”, um dos projetos de vídeo on-line mais populares do mundo. Também é autor de O Teorema Katherine e Cidades de Papel, publicados pela Intríseca. Mora com a mulher e os filhos em Indianápolis, Indiana.

Letícia Negreiros
Enviado por Letícia Negreiros em 13/05/2014
Código do texto: T4805238
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