Resenha: Fractal

Livro: Acaso caos/ poemas

Autor: Bruno Gaudêncio

Editora: Ideias

João Pessoa: 2013

"É NECESSÁRIO TER O CAOS CÁ DENTRO PARA GERAR UMA ESTRELA" Friedrich Nietzsche

O Poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem, confusão ao caos. O meteorologista americano Edward Lorenz fora quem designara o termo "efeito-borbuleta", isto é, fenômenos simples tem um efeito caótico quanto à vida. Exemplo: "o bater das asas de um simples inseto, na Ásia, pode determinar ou impedir a ocorrência de uma tempestade nos Estados Unidos. Especialistas ligados às ciências humanas, no entanto, identificam "o dedo" do caos em revoluções políticas, em transformações econômicas e na modificação de costumes e regras morais. O matemático polonês Benoit Mandelbrot, a partir dessa teoria do caos, desenvolvera os factrais, figuras geradas de fórmulas que retratam matematicamente a geometria da natureza; símbolo sofisticado da ciência do caos nos dias atuais.

Na literatura, a teia embrionária das ideias, dos realistas, ficcionistas ou outro aficionado da escrita é caótica, seja ele jornalista, escritor(a), poeta etc. A vida humana é complexa e sua realidade é a musa instigadora de todo aquele vivente da luz que ascende ao universo das letras. Em tal mundo, somente alguém dedicado e apaixonado por tamanha façanha. Dependerá muito do grau de sua percepção; do sentir as coisas que o rodeia.

O Poeta Bruno Gaudêncio em sua bela obra 'acaso caos/poemas' foi superfeliz quando do caos, fizera seu aconchego, ninho de paz. Compartilhando, carinhosamente, o seu trabalho. Observa-se, todo o seu congraçamento com amigos da arte de escrever:

Logo de início, a dedicatória é para Luis Avelima/ José Inácio Vieira de Melo/e Sérgio de Castro Pinto.

Idem procedimento; nos seguintes poemas, são oferecidos a ilustres escritores, vê-se:

Pg. 22 Para Hildeberto Barbosa Filho

A Angústia do poema

compósito de ideias,/ ritmos/ e imagens,/ o poema angustia-se/ quando (mal) nascido// cresce/ enquanto elemento intrínsico/ na tessitura do infinito(...)

Pg. 26 Para Wellington de Melo

Estrangeiros no labirinto

morde/ a febre/ que te consome/ internamente// joga fora/ omedo,/ mastiga o credo,/ liquida as horas

Pg. 29 Para W. J. Solla

No ruído dos ossos

na parte de ser exato/me reparto válido,/ sendo eterno e indevido://por inteiro/me perco/ por dentro/ me sobro/ por fora/ me completo (...)

Pg.44 Para Ronaldo Cunha Lima

Da arte de engolir sapos

a cidade luta por seus ossos/ caminha em passos largos/ pelas costas da evolução/ mas os guerreiros da culpa/tragam sua história/ inventando heróis e

mártires/ através do revólver da comoção.

A obra acaso caos mostra todo despojamento do autor em relação aos padrões formais. Ao mesmo tempo, percebe-se quais suas fontes inspiradoras, que vão desde Baudelaire, passando por Drummond, Augusto dos Anjos e tantos outros poetas da nossa exuberante Literatura Brasileira e também universal.

Assim, resta apenas um convite pra uma leitura pra lá de boa.

Ademais, deixo aqui os meus parabéns aos conterrâneos por mais essa obra paraibana de peso.

PARABÉNS E EXCELENTE LEITURA!

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 08/01/2014
Reeditado em 08/01/2014
Código do texto: T4640873
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