CIDADES IMAGINÁRIAS

A realidade urbana brasileira confirma uma tendência mundial de que as sociedades como conjunto de pessoas interagindo por meio de todos os tipos de relações de interdependência mantêm relações que só ocorrerão transformando-se as distancias geográficas.

A Constituição Federal de 1988 regulamentou o Estatuto da Cidade, mas que não define o que é cidade, fazendo com que o Brasil acabe por fazer parte dos países mais atrasados do espaço territorial mundial.

Diversamente do campo, as cidades, ao multiplicarem as interações humanas, permitiram ao longo do tempo a criação de formas avançadas de vida social, sendo um lugar de empreendimentos e desenvolvimento das ciências, da política, da filosofia e das artes. As cidades foram gestoras de conquistas e construções humanas como a escrita, a moeda e o Estado. Além disso, constituem nós centrais nas redes que articulam os territórios.

Por muito tempo ficou instituído que toda sede de município é cidade e, com isso, as populações que dela fazem parte são excluídas das políticas assistenciais ofertadas pelo Estado.

As grandes cidades possuem um papel econômico de enorme contribuição para o desenvolvimento do país, pois constituem espaços da gestão econômica dos grandes empreendimentos modernos, pois nessas áreas se acumulam informações indispensáveis para a administração, centros de decisão do sistema financeiro; local de produção (embora esta face esteja se modificando). As pessoas e as empresas se fixam nesses centros urbanos, pois os bens, serviços e equipamentos que elas desfrutam facilitam o seu bem de vida social, o que não significa o fim das desigualdades econômicas.

Atualmente, pessoas e empresas, estão se deslocando dos grandes centros urbanos para área afastadas, que oferecem oportunidades para a transferência de um espaço para outro. As vantagens como barateamento de terrenos, inserção parcial ou total de impostos etc; contribui para a permanência dos indivíduos.

O termo “cidade”, surgiu em plena urgência do Estado Novo com o Decreto-Lei 311, onde transformou em cidades todas as sedes municipais, que faziam parte do contexto nacional. A metodologia organizada por estudiosos que cuidam de definir o grau de urbanização do país, precisa ser renovada, onde possa estabelecer uma abordagem ampla dos centros urbanos dispersos no Brasil. A atualização dos resultados precisam mostrar a verdadeira realidade social em que se encontra a sociedade brasileira. Os livros didáticos, por sua vez, necessitam de uma reelaboração para facilitar a compreensão dos espaços urbanos e rurais do Brasil.

Estudos feito pelo IBGE dividiu o Brasil parte em um perímetro urbano e , outro rural. Essa medida propiciou um maior arrecadamento de impostos, por parte da prefeitura, que cuida do perímetro urbano e, o governo federal, o qual se responsabiliza em receber os impostos provenientes do meio rural. Os homens procuram aumentar os espaços urbanos, afim, de receber uma maior quantidade de impostos.

As pessoas que moram no campo são impulsionadas a saírem da zona rural para a cidade em busca de políticas públicas ou assistenciais. A estatística, por sua vez, acaba mascarando a realidade do país impedindo que se justifique políticas apara a população rural. A descriminação contra o Brasil rural é dos fatores que impede o desenvolvimento das áreas agrícolas e, conseqüentemente uma melhor qualidade de vida.

Os brasileiros hoje são tanto rurais quanto urbanos, lidam com máquinas sofisticadas com a mesma desenvoltura que guiam carro de boi. O mundo rural junta profissões diversas, o agricultor familiar, na sociedade moderna, acabou por se tornar também um operário assalariado, trabalhando nas grandes e pequenas industrias.

No campo, pela ausência de bens e serviços, os agricultores são obrigados a mandar os seus filhos para a cidade em busca de educação, mas sempre retornam no final do dia. Só o lucro proveniente da agricultura não é suficiente para manter uma família no campo, desse modo, são impulsionados a se deslocarem para a cidade em busca de emprego, que ajude na complementação da renda familiar. Mesmo melhorando a qualidade de vida o agricultor e sua família não desejam mudar-se para a cidade, pois encontram no meio rural a paz, o silencio e a natureza mais viva, algo que aos poucos está sendo abolido nos centros urbanos.

KAIKUXI
Enviado por KAIKUXI em 20/04/2007
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