Campos de Investigação da Filosofia

Este texto é um diálogo com o livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chauí (1997).

Neste texto, a autora pretende criar marcos históricos para a Filosofia grega e explicar, separadamente, cada linha de pensamento filosófico, entrelaçando os períodos desta filosofia com os períodos da Grécia.

Para Chauí, a Filosofia se desenvolveu de modo diferente da historicidade grega, os períodos não se encontram. Porém, seu auge está vinculado ao auge da cultura grega: na Grécia Clássica se encontra o pensamento socrático, voltado para a humanidade.

No período pré-socrático as questões se voltam para o cosmos, no socrático para o homem, no sistemático para a lógica de Aristóteles (talvez, a origem da ciência, como a conhecemos hoje), e no helenístico temos como principal foco a ética (os filósofos já não podem mais se envolver com assuntos políticos, então se voltam para doutrinas gerais e religiões, os filósofos agora são cidadãos do mundo).

“Os filósofos dizem agora que o mundo é sua cidade...” (pág. 43) Neste trecho, podemos perceber a perda da atividade política dos filósofos: ao dizerem que são cidadãos do mundo, subentendemos que estes não têm mais voz ativa na “polis”; as questões gerais são a escápula para estes pensadores.

“A ‘arete’ é a virtude cívica...” (pág. 36) A autora demonstra que, para os gregos no período clássico, não é mais o herói o virtuoso, mas sim o cidadão que, nas assembleias, expõe suas opiniões sobre a polis. Esse cenário é perfeito para o filósofo falar livremente.

Como a própria autora expõe: a Filosofia e a Democracia andam de mãos dadas. Quando se pode falar livremente e de modo direto se exibe uma pluralidade de pensamentos que, talvez, jamais tenha sido vista antes. Lembrando que, para os helenos, uma cidadania sem exercício ativo e direto era impensável.

Seriam realmente os filósofos mais comprometidos com a verdade do que os sofistas? Neste ponto, há uma discussão complexa. O que sabemos sobre os sofistas é um retrato repassado pelos seus rivais: os filósofos. Se eles cobravam ou não por seus trabalhos é outra questão, o ponto é que seus métodos valorizam todas as opiniões, ensinam a argumentar tanto posições A quanto B. Quem é que pode dizer uma verdade absoluta?

Por que, concordando com os sofistas, Sócrates refuta os cosmologistas? Para os sofistas, os cosmologistas eram muito contraditórios em suas teses e estas de nada valiam para a virtude cívica. Já para Sócrates, perguntas sobre o cosmos são complexas demais e antes de conhecer estes assuntos, devemos conhecer o homem (“conhece-te a ti mesmo”).

Um exemplo simples e superficial, mas importante, está presente no filme “Alexandre, o Grande”. Aristóteles é seu tutor, porém não é mais um homem livre. Com as derrotas que sucedem à Hélade, os filósofos perdem espaço na política: o próprio Aristóteles está agora restrito à educação do futuro rei.

A Ace or Sic
Enviado por A Ace or Sic em 12/11/2013
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