O Senhor das Moscas - William Golding
De todos os inimigos da humanidade, que até hoje já surgiram, o maior deles é sem dúvida o próprio homem. Não aquele homem que se sacrifica em prol da humanidade, não o homem que pesquisa e gasta seu tempo desenvolvendo novos métodos de melhorias, não o homem que pensa. O homem que sente.
Já vinham alguns filósofos dizendo que o homem é bom, o que o corrompe é o meio, a sociedade. Coisa muito plausível e acreditável, se não fosse pela incapacidade total de prová-lo. Já que o homem, sendo o único animal que não sobreviver sozinho em seus primeiros anos de vida, não pode ser dissociado de seu meio.
Agora digamos que uma boa sociedade forme bons cidadãos e uma má sociedade forme maus cidadãos. Como explicar as exceções que tanto figuram tanto em uma quanto em outra?
Baseado num principio que pode ser levado por esses breves pensamentos o escritor William Golding se propõe a estudar em seu livro O Senhor das Moscas esse comportamento infantil, colocando um grupo de crianças perdidas em uma ilha inabitada.
Através do desenvolvimento dessa “inocência” das crianças ele vai destrinchando cada possibilidade aparentemente infantil e vai-nos brindando com cenas de pura consternação. Onde lá está estampado cada faceta da humanidade, em escalas menores, e como que a vida vai se desenrolando por livre e espontânea indeterminação.
Mas o livro é de uma narração objetiva e fácil onde a selva e os temores humanos se confundem levando umas crianças a pensarem como adultos e se prenderem aos resquícios de humanidade que lhe restam e outras a explicitarem seus desejos mais primitivos e selvagens. Criando um contra ponto sinistro entre as duas zonas de pensamento.
Sem se acovardar diante dos resultados propostos o escritor vai fundo em suas conseqüências e ao terminar o livro você provavelmente estará se perguntando que diabos somos nós, seres humanos, em nossa incansável capacidade destruitiva.