Enlace
por Dário Cotrim
É comum, aqui e em alhures, ouvimos dizer que os perfumes mais refinados e mais caros do mundo estão sempre acondicionados em pequenos e apreciáveis frascos. Neste caso especifico o tamanho não é documento. É apenas uma forma graciosa de diferenciar-se do corriqueiro, do contumaz e do habitual sem a figura incomoda do absolutismo literário. A pequeneza de forma apenas torna-se o livro Enlace: Micaele e Márcio, de Márcio Adriano Silva Moraes, muito mais interessante e delicado.
Portanto, o livro Enlace: Micaele e Márcio é minúsculo – no tamanho – e nos apresenta quase de forma artesanal. Pode-se dizer que se trata de um tratado inicial de amor, onde as palavras buscam os ideais, alcançáveis, de uma vida somente a dois. Nota-se que a sua poesia tem caráter confessional e um tom de conversa próximo do informal, apresentando-nos um doce e apaixonado depoimento de amor. Não é uma versão autobiográfica, embora possa aparecer, mas é, certamente, um texto poético com sinais memorialistas. Por outro lado, o leitor pode observar que a pequena exaltação literária de Enlace: Micaele e Márcio tem introdução com “os antecedentes” habituais da poesia, formulada em oitavas, rimadas, num gênero mais leve e insólito.
E o tempo passa e com ele a maturidade chega de mansinho abocanhando os melindres, os destemperos, as inquietações e as genialidades de uma juventude bem comportada de Mário e Micaele. Na poesia de Márcio Moraes não há o gongorismo inútil do poeta espanhol Luis de Gongôra y Argote, senão o lirismo apaixonado dos nossos românticos. As oitavas são verdadeiras declarações de amor. Por isso, o poeta construiu o seu álbum de “o namoro” com vinte e quatro belíssimas oitavas, divididas em duas partes: Ano I e Ano II. Na avaliação pessoal de Micaele sobre a obra de Márcio Moraes foi consignado que “metáfora à parte, ressalto que o poeta em questão soube ser metade amor e a outra metade também”.
O pensamento literário do poeta Márcio Moraes é claro e condizente com o tema exposto na sua obra, pois não guarda nebulosidade de efeito e nem sequer fere a língua pátria. Pelo contrário, o álbum “noivado” tem sequência espontânea e lividez de ideias dos dois anteriores. São doze oitavas rimadas e metrificadas. São versos decassílabos perfeitos feitos com o mais caprichoso cuidado da arte literária, haja vista que o autor é possuidor de num vocabulário abundante. Além de professor universitário, Márcio Moraes é um artista do verso.
Agora, para finalizar a sua prosopopéia fantasiosa, num discurso natural dos amantes, Márcio Moraes dedica a sua querida amada um belíssimo soneto de amor: Enlace. Diz o poeta no segundo terceto do soneto que “meu chapéu é teu; é meu, teu véu/ que Deus esta correspondência sele/ não há mais Márcio sem Micaele!” Na bibliografia do autor ainda encontramos dois livros de poemas: Via Crucis e Genuíno.
In. Vitrine Literária. Publicação de terça-feira, 30 de julho de 2013. Disponível em: http://www.onorte.net/noticia_coluna/id=12127/
Portanto, o livro Enlace: Micaele e Márcio é minúsculo – no tamanho – e nos apresenta quase de forma artesanal. Pode-se dizer que se trata de um tratado inicial de amor, onde as palavras buscam os ideais, alcançáveis, de uma vida somente a dois. Nota-se que a sua poesia tem caráter confessional e um tom de conversa próximo do informal, apresentando-nos um doce e apaixonado depoimento de amor. Não é uma versão autobiográfica, embora possa aparecer, mas é, certamente, um texto poético com sinais memorialistas. Por outro lado, o leitor pode observar que a pequena exaltação literária de Enlace: Micaele e Márcio tem introdução com “os antecedentes” habituais da poesia, formulada em oitavas, rimadas, num gênero mais leve e insólito.
E o tempo passa e com ele a maturidade chega de mansinho abocanhando os melindres, os destemperos, as inquietações e as genialidades de uma juventude bem comportada de Mário e Micaele. Na poesia de Márcio Moraes não há o gongorismo inútil do poeta espanhol Luis de Gongôra y Argote, senão o lirismo apaixonado dos nossos românticos. As oitavas são verdadeiras declarações de amor. Por isso, o poeta construiu o seu álbum de “o namoro” com vinte e quatro belíssimas oitavas, divididas em duas partes: Ano I e Ano II. Na avaliação pessoal de Micaele sobre a obra de Márcio Moraes foi consignado que “metáfora à parte, ressalto que o poeta em questão soube ser metade amor e a outra metade também”.
O pensamento literário do poeta Márcio Moraes é claro e condizente com o tema exposto na sua obra, pois não guarda nebulosidade de efeito e nem sequer fere a língua pátria. Pelo contrário, o álbum “noivado” tem sequência espontânea e lividez de ideias dos dois anteriores. São doze oitavas rimadas e metrificadas. São versos decassílabos perfeitos feitos com o mais caprichoso cuidado da arte literária, haja vista que o autor é possuidor de num vocabulário abundante. Além de professor universitário, Márcio Moraes é um artista do verso.
Agora, para finalizar a sua prosopopéia fantasiosa, num discurso natural dos amantes, Márcio Moraes dedica a sua querida amada um belíssimo soneto de amor: Enlace. Diz o poeta no segundo terceto do soneto que “meu chapéu é teu; é meu, teu véu/ que Deus esta correspondência sele/ não há mais Márcio sem Micaele!” Na bibliografia do autor ainda encontramos dois livros de poemas: Via Crucis e Genuíno.
In. Vitrine Literária. Publicação de terça-feira, 30 de julho de 2013. Disponível em: http://www.onorte.net/noticia_coluna/id=12127/