RESENHA DO TEXTO ;”CORONELISMO,ENXADA E VOTO' DE VÍTOR NUNES LEAL PARA Á DISICPLINA DE PENSAMENTO SOCIAL E POLÍTICO DO B
LEANDRO BERTO
FURTADO
A Análise tecida por Vítor Nunes Leal detalha à estrutura do “Coronelismo”,um fenômeno
político e regional com suas peculiaridades e ás relações entre esses “coronéis” e o resto da
sociedade e política e os povos do campo que são envolvidos num sistema de reciprocidade e
dependência total dos senhores, busca utilizar um olhar realistico e estatistico envolta à situação do
meio rural brasileiro e seu traçado político e como se enlaçava o poder sob favores,o mandonismo e
o “filhotismo” e principalmente o Voto de cabresto .Primeiro,estudou e introduziu o
“Coronelismo”como sendo um resíduo ou forma de coexistência do extenso poder privado que
existia na época da colônia com o atual Regime Representativo e sem adequação ás estruturas
sociais e econômicas que aqui se efetuavam e também como um compromisso ou “troca de favores”
entre o poder público e os chefes locais que na análise de Vítor Nunes Leal( Coronelismo enxada e
voto,1949) Paradoxalmente se constava numa incapacidade do poder público de obter o voto e à
participação do eleitorado rural ainda dependente da terra e da influência social dos senhores como
eram a maioria no país.
Esse aspecto da obra é muito peculiar e singular da realidade política e social da República,até
ai o Brasil era predominantemente Rural e à população era na maior parte analfabeta e vivia no
campo,não havia meio urbano desenvolvido ou industrialização apenas manufaturados e textéis,o
poder da república se dividia e revezava entre os governantes das Oligarquias mineiras e paulistas à
república do Café com leite ,assim dita esse era um sistema privilegiador e inconstestavelmente
aprofundador da estrutura agrária no serne da política e da economia até o momento onde os
esforços eram concentrados para manter à produção e à histórica vocação agrícola,apoiados no café
o principal produto de exportação em larga escala,assim o meio rural como foi demonstrado
continuou sendo dominado pelo influente “Chefe de terras”,o homem capaz de organizar e liderar o
homem do campo à servir de eleitorado e de sustentação harmonia da estrutura política
útil para o poder público e ao mesmo tempo serve de líder e homem prestigiado para os
camponeses ,fazendo serviços que eram de primeira ordem responsabilidade públicas.
O “Coronel” é o líder político e chefe dos distritos,carregando o status de confiança e influência
logo consolida-se na profissão ,tornando-se absenteísta desenvolvendo fortuna à cargos rendosos
nas capitais ou na carreira política assim conservando o status de líder ,assim deixando no local os
“lugares-tenentes”.Apesar dos riscos,é uma prática necessária e de constante interesse para o
Coronel se cercear de poder econômico e alianças,apenas penetrando na esfera pública, voltando ao
feudo político para fins partidários ou laços pessoais,isso demarca ainda mais o Coronel como dono
de laços importantes e liderança social e econômica mandando seus filhos para fazerem curso
superior ou se tornarem padres,além disso tem o papel de liderar os votos de cabestro e substitui
insituições sociais e jurídicas,resolvendo rixas e desavenças e o principal atribuindo o papel
simbólico de generoso homem de sucesso ou alguém que o roceiro(vivendo no mais lamentável
estado de pobreza,ignorância e dependência) apela nos momentos mais difíceís,além disso a
reciprocidade do Coronel com seus dependentes vai além da relação simbólica e social e além de
crédito e desconto na compra de alimentos ele atua como um interventor e bem feitor do seu
município fazendo à instalação de água encanada,luz elétrica e o rádio .É natural que se mantenha
um binômio onde no universo social do homem do campo e na suas trevas só exista o seu benfeitor
imediato e a sua enxada e o seu sustento como o complemento de sua existência e seu suor o seu
“pedaço de chão.”,natural que essa relação se desse nesse sentido de ações reciprocas de ambos
lados.
O ambiente estrutural e temporal do Brasil reforça o quadro alarmante da concentração fundiária
e ela se ancora nos fenômenos provenientes do meio rural e na sua divisão de classes,que para eles
acontecerem se tem dada a essa práxis,de extrema dependência rural .No texto é utilizado
explicações de Caio Prado Júnior (Distribuição da propriedade no Estado de São Paulo,págs 696-8)
como manutenção da alimentação urbana,colonização oficial e particular,decomposição das
fazendas e à proximidade dos pequenos terrenos para com os latifúndios ,essas explicações ajudam
a entender o caso local de alguns lugares à média propriedade predominar em funçaõ da grande
propriedade na mãos de poucos latifundiários .Ainda se nota à influência do Café com sua queda
tornou imprestável suas terras e inférteis e com à dura predação de uma agiricultura danificável ao
meio ambiente .
É mostrada com pesquisas do professor Costa pinto e debatidos à imensa concentração fundiária
(mostradas na tabela da pág 29) à 1940 ,os grandes proprietários ( 7.80%) ,possuiam (73,10%) da
área total(de 200h e mais)..Isso basta suficientemente para um recorte empirico preciso,na práxis o
campo continuava como um anarquismo ou uma distribuição de poder,pautado nas relações
personalísticas e sectárias de interesses regionais .O fenômeno do Coronelismo,talvez seja o
sintoma daquilo que era apontado por teóricos do pensamento social e politico como Visconde do
Uruguai e Oliveira Vianna ,seja á república ou o Federalismo fadado ao fracasso no país,justamente
pelas diferenças regionais e à extrema separação ao poder central da República. Juntando esses
fatores mais o “personalismo “ e “à lógica do favor” ,se criou uma atmosfera de troca e favores
diretos ,somados a´tudo que havia sido mencionado na relação entre o Coronel e seus dependentes
ou aliados. O “filhotismo” e o “mandonismo” também brotaram e à falta de burocracia ,até pela
grande incultura dos brasileiros pra preencher os quadros administrativos .Esses fatores tornaram
possível o mantimento e sustentação forte do “Coronelismo”,nas bases da “reciprocidade”.á
importância e à liderança exercida pelo Coronel e seus votos e o acesso ao eleitorado rural e o
amplo apoio dos setores públicos,estruturadas no âmbito do poder local onde o Coronel aponta os
funcionários necessários desde a´professora primária até promotores da saúde ,ou seja o
Coronelismo como é mostrado no texto tem sua maneira exata de estabelecer relações tanto com o
homem do campo ,dependente dos serviços assim prestados e o grande e necessário prestigio assim
utilizado pelos deputados com medo de não serem reeleitos para à camãra do Congresso.
O coronelismo se instituia como um “amigo do estado” ou com formas de canalizar o seu apoio
sempre mantendo à reciprocidade seja com os chefes locais ou os candidatos de cada municípío
qual poderiam depender até mesmo de auxilio para à campanha direta ou indiretamente e isso criava
à rede necessária na estrutura de favores qual,nessa rede seria inegável o papel dos coronéis com
sua moeda de troca equilibrada com o prestígio social e hegemônico e seus votos de cabestro e seu
apoio político e estrutural e financeiro,para os políticos e o apoio do estado e municipioe servia de
inspiração e liderança do camponês comum que viam o Coronel o único depositário das esperanças
de obter algum favor à seu proveito. O sistema social e as posições que se intercalavam e o
Coronelismo prevaleceu,devido ao abandono do poder central do Brasil e à pobreza e ignorância do
povo de uma maneira geral,num páis de dimensões continentais onde o poder privado conseguiu
subverter e se estabelecer sobre o seio da República mal formatada e preparada para absorver à
representatividade almejada pelos ideais democráticos qual foi fundada,assim o fenômeno perdurou
por décadas marcando o caráter personalista e mandonista e à lógica do favor e o predomínio de
favorecimentos individuais,perante o bem comum da nação