OS 300 DE ESPARTA, de Frank Miller

Se você assistiu ou não ao filme 300, aquele em que o ator brasileiro Rodrigo Santoro faz o papel do rei Xerxes, deve ter notado a diferença na manipulação das luzes, sombras e cenários em comparação aos outros filmes. Isto aconteceu porque o filme foi baseado em uma História em Quadrinhos (HQ), escrita e desenhada pelo lendário Frank Miller.

A HQ é uma verdadeira obra de arte. Os apreciadores de HQ's para adultos (que apresentam violência, sexo, palavrões etc.) não podem deixar de ler e comparar à versão cinematográfica. Eu mesmo me surpreendi com tamanha semelhança entre ambos. Poucas passagens foram retiradas, acrescentadas ou tiveram as sequências modificadas, o que torna a HQ praticamente um roteiro pronto. As poucas diferenças são irrelevantes para a trama. Aliás, se a maioria das HQ's adultas fossem tão bem utilizadas pelo cinema, provavelmente teríamos alguns bons filmes por aí. Se depender do sucesso que o filme está fazendo, podemos esperar mais adaptações neste mesmo estilo em breve.

Os 300 de Esparta nos conta sobre a batalha ocorrida no desfiladeiro de Termópilas (Portões de Fogo), onde 300 soldados espartanos liderados pelo rei Leônidas, lutaram contra mais de 1 milhão de persas, liderados pelo rei Xerxes. A desvantagem numérica é anulada pelos gregos quando estes se posicionam em uma passagem onde os persas eram obrigados a avançarem em um número reduzido de cada vez. Esta batalha aconteceu de verdade e é considerada como o marco que levou toda a Grécia a se unir contra os persas.

Frank Miller apresenta bem os personagens, bem como a filosofia espartana. A sequência das cenas de ação, bem como as cores fortes de Lynn Varley, ora vibrantes ora sombrias, transportam-nos para dentro da batalha. Vale a pena conferir por ser uma excelente diversão, mas não pense que o autor seguiu 100% os fatos históricos. Se quiser se aprofundar mais sobre o assunto, leia o livro Portões de Fogo, de Steven Pressfield.

Li Os 300 de Esparta na versão online em 5 volumes da Editora Abril. Mas o livro (seria injusto chamá-lo de gibi) foi republicado recentemente pela Editora Devir em um único volume de luxo.