Advinhas do Livro “O Hobbit” de J. R. R. Tolkien

Gosto muito de advinhas. É um desafio que aguça meus sentidos, e coloca meus dois neurônios ( o tico e o teco) para trabalhar. Quase sempre eu erro a resposta, mas quando acerto, fico em estado de euforia.

No livro “O Hobbit” de J. R. R. Tolkien há uma cena de advinhas memorável. Para quem não leu o livro, e não viu o filme, é mais ou menos assim:

Bilbo é um hobbit, o personagem que dá nome ao livro, ao fugir de umas criaturas chamadas Orcs, se perde em um túnel , encontra um anel e o coloca no bolso. Esse de túnel escuro o leva a um lago subterrâneo, habitado por criaturas terríveis, e ninguém mais, ninguém menos que Gollun, e quer por que quer hobbit para o jantar. Desse impasse surge o jogo de advinha de vida ou morte, literalmente, pois se perder Bilbo será devorado, e se ganhar, Gollun deverá mostrar-lhe o caminho que o levará a liberdade.

Gollun começa:

“Tem raízes misteriosas,

É mais alta que as frondosa

Sobe, sobe e também desce,

Mas não cresce nem decresce.”

Bilbo responde que é a montanha, e continua:

“Trinta cavalos na colina encarnada,

Primeiro cerceiam,

Depois pisoteiam,

Depois não fazem nada.”

E Gollun responde: “dentes”. E retruca:

“Sem asas voa,

Sem voz ele grita

Sem dentes morde

Sem boca murmura.”

Bilbo pensa e responde: “o vento”. E inventa um ali na hora:

“Um olho no azul dum rosto

Viu outro olho no verde de outro.

‘Aquele olho é como este olho’

Disse o primeiro olho,

‘Mas lá embaixo é o seu lugar,

Aqui em cima é o meu lugar’”

A criatura respondeu : “Sol sobre as margaridas”, e lançou:

“Não se pode ver, não se pode sentir,

Não se pode cheirar, não se pode ouvir.

Está sob as colinas e além das estrelas

,Cavidades vazias — ele vai enchê-las.

De tudo vem antes e vem em seguida,

Do riso é a morte, é o fim da vida”

O Hobbit respondeu: “O escuro!” E Perguntou:

“Caixinha sem gonzos, tampa ou cadeado,

Lá dentro escondido um tesouro dourado.”

Gollun advinhou: “Ovosos!” Ele respondeu assim mesmo,: ovosos., e logo depois perguntou:

“Como a morte não tenho calor,

Vivo, mas sem respirar,

Sem sede, sempre a beber

Encouraçado, sem tilintar.”

Mais uma Bilbo disse a resposta certa: “Peixe.”, e indagou:

“Sem-pernas ficou sobre uma perna,

duas-pernas sentou perto sobre três-pernas,

quatro-pernas conseguiu alguma coisa.”

Já que o assunto por lá era peixe, foi fácil para Gollun responder: “Peixe sobre uma pequena mesa,homem à mesa sentado num banco, o gato fica com as espinhas”. Essa foi caprichada:

“Esta coisa todas as coisas devora:

Pássaros, animais, árvores e flores;

Rilha ferro, morde aço;

Transforma pedras duras em farinha;

Chacina reis, arruína cidades,

E derruba montanhas.”

Bilbo demorou um pouco mais para acerta, mas respondeu : “Tempo”.

Bilbo peguntou o que tinha no bolso, e como já sabemos o que ele tinha, para nós a resposta ficou fácil. Gollun não soube responder, e ficou “atacado” quando percebeu que havia perdido seu “precioso” (o anel em questão, é o mesmo que em “O Senhor dos Anéis, e Gollun para quem não se lembra é aquele personagem também conhecido como Smeagol).

Os advinhas são só um pequeno fragmento da imensidão que é Tolkien. O cara é simplesmente genial e Peter Jackson fez um trabalho fabuloso adaptando seus livros para o cinema. Para quem gosta de literatura fantástica é um prato cheio. Volto depois quem sabe com uma resenha a respeito.

Mas já que o assunto são advinhas, lanço aqui um que conheço de longa data:

“ Duas irmãs saem de São Paulo, e pegam um ônibus 14 horas com direção ao Calcanhar do Judas, uma cidadezinha fictícia que só tem um hotel. Chegam lá, procuram o hotel. O recepcionista lhes informa que não havia mais vagas. Que horas eram?”