OS PODERES DO ESPÍRITO GUERREIRO

Os três pressupostos do espírito guerreiro 
 
 Os pressupostos do Espírito de Luta são os três famosos não: Quando houver muito a fazer não se precipite; quando não houver nada a fazer não se preocupe; e, sobretudo, não dê opiniões sobre o que é certo e o que é errado.
Precipitação é uma tendência comportamental que geral-mente acompanha o nosso Espírito de Luta. É uma característica do cérebro instintivo que sempre está pronto para lutar quando se vê ameaçado. Essa tendência também se manifesta sempre que as nossas tarefas se acumulam e a preocupação em vê-las realizadas nos incita a ações precipitadas. Nesse caso é preciso manter a calma.
Saber quando agir é uma virtude do Lutador, que também é útil á sua condição de líder natural.
Outra tendência do Lutador é a preocupação que o acompanha quando não há nada a fazer. Por isso diz-se que o Lutador não sabe repousar. Assim, é preciso que ele aprenda a não se preocupar na ausência de ação. A inércia, no momento apropriado, não é inação. Contemplar, observar, meditar, esperar o momento certo para a ação, também são boas estratégias de luta.[1]
Por fim, emitir opiniões sobre o certo e o errado é outra das tendências do nosso Espírito de Luta. Isso se dá por causa da sua própria personalidade proativa, que nunca está descomprometida, nunca está ociosa, e vive sempre à procura de ação. Assim, ele tende a ser polêmico e á vezes até intrometido, dando palpites em tudo, e sempre querendo fazer valer a sua opinião. Nesse caso, é preciso que ele aprenda a controlar o seu ímpeto para não atropelar planos e pessoas. Ponderação e calma também são virtudes que o Lutador deve cultivar e são muito úteis na personalidade do líder natural.
 
        Os três poderes do espírito Guerreiro
 
Presença
 
O Lutador está sempre presente e visível. Não se omite nem se esconde. Ele tem carisma e magnetismo. As pessoas “sentem” e respeitam a sua presença.
Ele descortina na frente do grupo as quatro inteligências do
homem: a mental, a emocional, a espiritual e a física.
Inteligência mental é aquela que apresenta idéias bem ela-boradas, organizadas, arquitetadas com fina técnica e primorosa exatidão. É fonte de Objetividade.
Inteligência emocional denota a existência de um ser hu-mano respeitador, tolerante, compreensivo e firme em suas posturas. É sinônimo de Respeitabilidade.
Inteligência espiritual é aquela que valoriza e respeita os sentimentos e crenças alheias. É sinônimo de Tolerância.
     Inteligência física é aquela que sabe quais as ações devem encetadas e como devem ser realizadas. É sinal de Eficiência.
 
Comunicação
                      
O Lutador pratica a comunicação efetiva. Sabe escolher as palavras, o tom de voz apropriado ao momento, lugar e contexto, a postura corporal correta. Seu discurso apresenta congruência entre o conteúdo verbal e a postura corporal. Ele sabe que a linguagem não verbal é mais significativa que a linguagem verbal. Por isso não adota posturas nem discursos ambíguos, indo sempre ao ponto, dando e exigindo respostas claras. Não conserva dúvidas consigo mesmo nem as deixa pelos lugares onde passa. Para ele, dúvidas são como desaforos que não se levam para casa nem se fazem para os outros.
 
Posicionamento
 
Seu posicionamento é sempre firme, claro, suas propostas são definidas e diretas. As pessoas não precisam interpretar o que ele pensa e sente. Ele é objetivo, congruente em posturas e ações e está sempre procurando transmitir motivação e confiança ao grupo. E o tipo que nunca fica em “cima do muro”. Sempre toma posição e se compromete com sua defesa, com coragem e determinação.
 
             Ferramentas de poder do Lutador
 
Ferramentas de poder são âncoras que auxiliam o acesso ao
nosso Espírito de Luta. Âncoras, em PNL, são estímulos visuais, auditivos ou sinestésicos (sons, imagens sensações), que associados a um estado interno, funcionam como detonadores de comportamentos. Quando esses estímulos nos são apresentados, automaticamente, nós emitimos uma resposta condicionada[2]
Ritos e costumes praticados inconscientemente também são âncoras. Observemos dois pugilistas quando estão se preparando para subir ao ringue. Eles desenvolvem rituais apropriados para a ocasião. Quando estão frente a frente, seus olhares são ferozes, e suas faces ficam crispadas. Essa postura se destina a amedrontar o adversário e serve também para eliciar um estado interno próprio para a luta.
Os treinamentos militares também criam várias âncoras para
emular o Espírito de Luta dos soldados. Frases de efeito e determinados exercícios físicos são exemplos desses estímulos. Hinos e canções também muitas vezes funcionam como mantras que acionam o espírito Lutador.
A tradição xamânica é rica em símbolos, costumes e ritos, desenvolvidos com a finalidade de eliciar as forças da natureza
para trabalhar em benefício do homem. Suas danças da chuva, suas oferendas aos ancestrais, as cerimônias e ritos praticados em honra aos espíritos, os rituais de perda, tudo são âncoras destinadas a eliciar estados internos propícios á luta, à cura, às visões e á aquisição da sabedoria.
As manifestações culturais abaixo elencadas foram observa-
das por Angeles Arrien na tradição dos povos mais ligados à natureza. Elas têm por objetivo facilitar o acesso ao Espírito de Luta.[3]
 

  1. Seção com chocalhos.
 
É uma âncora sonora que visa promover a limpeza e a purificação da aura e ajuda a despertar o sentido da visão para a luta. Geralmente é praticada em época de guerra, quando a tribo se prepara para a luta.
 

  1. Dança da guerra:
 
Promove o fortalecimento do organismo e a recuperação da energia. A dança da guerra era e ainda é uma cerimônia típica das tribos indígenas quando eles estão se preparando para algum conflito. É observável tanto entre os ameríndios quanto nas tribos africanas. Músicas e passos com os ritmos do fluir, do dispersar (caos), do lírico, e do silêncio são propícias ao aliciamento de estados internos, próprios para a luta. Veja-se, por exemplo, as posturas dos praticantes de artes marciais. 
 

  1. Meditação em pé;
Postura do totem: mão direita sobre coração e mão esquerda no flanco direito, entre as costelas e o umbigo. Funciona como postura de proteção. Praticar o silêncio. Essa postura é igualmente utilizada na prática das artes marciais para captar o influxo da energia da presença, da comunicação e do posicionamento.


[1] A esse propósito veja-se a Arte da Guerra, de Sun Tsu. 
[2] É, grosso modo, o chamado reflexo condicionado descoberto por Pavlov. Se um sinal vermelho acende, eu paro automaticamente o meu carro. Se o despertador toca, eu acordo e me levanto. Se a mãe olha feio, a criança
sabe que não é para fazer determinada coisa, e assim por diante.
[3] O Caminho Quádruplo, op. citado. Pgs. 34 e 35


DO LIVRO CÓDIGOS DA VIDA- CLUBE DOS AUTORES- 2011
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 23/06/2013
Código do texto: T4354598
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