Manual dos inquisidores - Antonio Lobo Antunes

UM DEDO DE PROSA NUM COPO DE AZIA serie um bom resumo deste livro em Antonio Lobo Antunes fala sobre os tempos de infância da personagem (João) e do seu pai (ministro). Intercalam-se relato e comentário. Em cada relato ele fala na voz de João e em cada comentário nas vozes das personagens que aparecem no comentário - como a sua mulher Sofia, a criada, a governanta Tininha.

No primeiro relato ele fala do seu passado pois esta prestes a divorciar-se então esta a relembrar-se de tudo o que passou desde o pai ser atrevido e muito rígido até a sua sogra sempre preocupada com o dinheiro e se tinha dinheiro para manter o nível de vida de Sofia.

Depois fala do pai, e de ele pensar que os criados eram todos comunistas e expulsa todos de lá de casa, porque seu pai era amigo do Prof. Oliveira Salazar. Fala também de seu pai já velho na clínica de Alvalade onde todos os dias é igual e acontece sempre o mesmo, velhos mudos e babões.

Noutro relato dentro do mesmo ele fala que vieram 2 homens que lhe tiraram a quinta que eles tinham em Palmela mas não sabe porquê.

No comentário Sofia diz que lhe ficou com a quinta devido as suas ilegalidades a gerir a empresa de sua família, e diz também que ia transformar a quinta num aldeamento de luxo, e que o pai de João, o ministro, tinha morrido.

No segundo relato luís era veterinário e foi chamado para ir ver uma bezerra nascer e deu por si a pensar no seu presente de natal, que queria que fosse ficar viúvo, pois metia-se a frente do liceu a ver as miúdas de soquetes. No comentário a governanta Tininha lembra-se de quando o Prof. Caetano vai a casa do ministro (pai do João) para receber uma pasta mas não aceita porque não queria ser ministro dos negócios estrangeiros nem das finanças, lembra-se também que ela é que tinha de fazer tudo, ouvi-lo, arrumar e que criou o seu filho João que fora para cascais e nunca mais o visitaram.

O ministro comenta e lembra-se da traição da mulher, e dos nomes que ainda lhe chamavam “cornudo” e escreviam no muro. Alice comente e relembra os 26 anos em Angola, no mato, as dificuldades, a falta de tudo, as características dos pretos, lentos e a coçar a barriga junto ao rio. Quando seu marido morreu ela decidiu voltar para Portugal onde foi viver com a sua prima Alda mas acabou por ir viver mais tarde com Paula a filha ilegítima do ministro. Paula estava farta de viver numa casa medíocre e foi pedir ajuda ao pai e viu-se espantada com a degradação do pai.

Depois comenta-se na voz de Romeu que é colega é a de Paula que a descreve, diz que ela é feia, usa óculos, era solteira e que para ela todos os dias eram iguais até o natal. Paula teve um filho 3 meses depois de o pai dela morrer e como figura tão importante do regime salazarista não foi comentado nem na TV, nem rádio, nem nada. Milá que era amante do ministro vivia numa casa de luxo e recebia prendas dele, sua mãe antes de saber que ele era ministro pensava que era um velho gagá. Milá não gostava de estar com o ministro porque ele cheirava a velho, a livros velhos e a ele, ela lembrava-lhe de uma pessoa que ele gostava muito Isabel a sua mulher. Vestiu-a com as roupas de Isabel apresentou-a a mãe e levou-a para Palmela. Ela estava farta daquelas roupas e fora-se deitar e ele chorou porque pensava que ela nunca mais ia voltar. Como podemos verificar ele já estava muito debilitado. Nas últimas páginas é o senhor ministro a falar/pensar. Ele estava na clínica muito debilitado com seu filho a tentar falar com ele, mas ele pensa que não o consegue ouvir nem lhe falar, mas o senhor ministro estava a pensar. Na mulher Isabel na sua saída de casa, ele foi inclusive afastado da política. Isabel estava indecisa de gostava dele ou não. Ele também estava a pensar que conseguia escapar da clínica para voltar para a sua quinta em Palmela. Ele estava numa espécie de coma, não conseguia comunicar para o exterior mas conseguia pensar. Ele nestas ultimas páginas está na clínica e lembra-se das coisas mais importantes da sua vida e começa a pensar em todas as coisas que podia ter feito, dito, e não o fez. E no fim quanto já está a morrer tudo para dizer que apesar de ter demonstrado vergonha no filho ele gostava muito dele.

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Baltazar Gonçalves

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 14/06/2013
Reeditado em 13/05/2019
Código do texto: T4341006
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