O Espírito de luta
O Espírito de luta habita a direção Norte porque ele está sempre voltado para cima, em pé, com sua cabeça em direção ao pai céu. Daí se dizer que o Guerreiro é aquele que sempre permanece de pé. Sua postura é ereta e firme. É como a árvore que pode se vergar ao poder do vento, mas nunca quebra.
Sua principal característica de personalidade é a forte presença que ele possui. Por isso se diz que ele opta por estar sempre presente, se mostrando, se apresentando para assumir a liderança, para realizar a tarefa que a outros parece um fardo.
Este arquétipo preside a parte da nossa personalidade que hospeda o entusiasmo, a energia, a fidelidade, a honra, a coragem e todas as demais qualidades que fortalecem o caráter e incitam o homem a criar valores e defendê-los com vigor.
Por isso ele é o Guerreiro. Suas decisões são orientadas pelo correto agir. Correto agir porque toda luta tem que ter uma razão maior que a justifique. Não é o lutar pelo mero instinto, pelo simples desejo de mostrar coragem e força. A luta do Guerreiro tem que ser justificada.
Ele é o arquétipo responsável pelas nossas conquistas e guardião do nosso ego. Seu elemento natural é o Ar, porque esse é o elemento que inflama a sua disposição de lutar. Sua estação preferida é o inverno, porque, segundo antigas tradições, os mais temíveis guerreiros vêm das estepes geladas do Norte.[1]
No corpo humano ele é simbolizado pelo sangue. Por isso se diz que o verdadeiro guerreiro é aquele que dá o seu próprio sangue pelo cumprimento da sua missão. Ele é auditivo por natureza e se motiva principalmente pelo sentido da audição. Marchas, canções, estribilhos, comandos verbais, sinais sonoros emitidos por instrumentos musicais são âncoras que tem o poder de emulá-lo.
A sua identificação com a capacidade de liderar se dá pela posse dos três poderes naturais que ele tem: Presença, Comunicação e Posicionamento.
O Espírito da cura
O Espírito que cura habita a direção Sul e é reconhecido principalmente pelo Amor que dele emana. Este arquétipo é aquele que preside a parte da nossa personalidade que hospeda o perdão, a esperança, a fé, a caridade, a gratidão, o respeito, virtudes que curam tanto o corpo quanto a alma e pacificam os conflitos humanos, quando eles se manifestam no grupo. Seu elemento é a Mãe Terra e sua direção é o Sul, porque esses são os elementos e a direção que estão em oposição ao Norte, onde se posiciona o céu, que hospeda o elemento Ar.
A Terra é também o sustentáculo do nosso corpo. Por isso ele está em contato permanente com ela, recebe seus influxos e todo o nosso organismo está vinculado aos poderes que dela emanam.
Suas decisões são orientadas pela comunicação criteriosa. Isso porque ele sabe que informações mal transmitidas e mal compreendidas são sinônimos de doença e conflitos, e que tudo que é bem compreendido está certo, porque o bom entendimento não deixa mágoas nem rancores quando o resultado não acontece como se espera. Harmonia e compreensão são sinônimos de saúde.
Sua estação preferida é a primavera porque esta é a estação do sonho, das promessas do Porvir, da renovação da natureza e da jubilação espiritual.
No corpo humano ele é representado pelo coração porque este é o órgão que simboliza os sentimentos mais nobres e saudáveis. Ele se motiva principalmente pelos estímulos sinestésicos, especialmente o toque das mãos. Essa é a sua principal âncora.[2]
Por isso, na tradição xamânica esse arquétipo é o Curador, aquele que cura tanto as moléstias do corpo quanto da alma, e serve também para afastar os maus espíritos que atrapalham e prejudicam a saúde do grupo. Essa é a função do xamã nas sociedades indígenas.
Na composição da personalidade do ser humano, ele é aquele cuja função é sanar os males que podem prejudicar a obtenção do bom resultado. Daí a sua característica de pacificador, bombeiro e sanitarista, que está sempre a postos para prevenir e curar as moléstias que possam prejudicar a boa saúde das pessoas e das instituições á qual ele serve.
Essa também é uma característica essencial do líder natural e pode ser adquirida através da aprendizagem adequada.
O Espírito do sonho
O Espírito do sonho habita a direção Leste e sua principal característica é a criatividade. Este é o arquétipo que preside a parte da nossa personalidade que hospeda o entusiasmo, o humor, a impulsividade, o senso de estética, a alegria, a jovialidade, qualidades que nos levam à criação.
Ele é o Visionário, o espírito responsável pelas nossas visões. É o guardião da nossa mente criativa. Ele se orienta pelo verdadeiro entusiasmo. Seu elemento é o Fogo, porque é este o elemento que aquece a nossa disposição para buscar visões e eliciar a motivação necessária para a execução de grandes empreendimentos. Daí o Visionário ser constantemente identificado com um incendiário de mentes e corações, e estar sempre á testa de revoluções, ou liderando movimentos tendentes a quebrar padrões de comportamento.
Sua estação preferida é o verão. É óbvia essa analogia, porquanto o verão é a estação do sol, do calor, do fogo que queima o espírito do homem que é dado a visões. No corpo humano ele é representado pelos olhos, dado que são esses os órgãos do sentido da visão. Por isso, também, suas âncoras mais eficientes são os estímulos visuais.
Na tradição xamânica sempre se estimou a capacidade de ter visões. É considerada uma capacidade especial, prodigalizada pela própria divindade, que se manifesta e se comunica com a tribo através do seu homem das visões. Ás vezes, essa capacidade se revela no próprio xamã Curador, mas não obrigatoriamente.
Nas antigas tribos americanas, sempre que se fazia necessário a tomada de uma decisão importante para o grupo, o visionário era consultado. O famoso guerreiro sioux, chamado Crazy Horse (Cavalo Doido), recebeu esse nome porque era dado a visões.
Nas culturas antigas essa função era própria dos oráculos e dos profetas. Todos os povos antigos tinham os seus oráculos, que geralmente eram sacerdotes ou sacerdotisas da religião oficial do país, que eram consultados nos momentos de necessidade.
Na composição da personalidade do líder natural essa capacidade se manifesta pela necessidade de ele ter que gerar comportamentos criativos. Essa característica faz dele um indivíduo importante, necessário e imprescindível, especialmente nos momentos de crise, quando os obstáculos á sobrevivência do grupo parecem agigantar-se. Ele é admirado pela sua capacidade de enxergar possibilidades onde os outros só vêem dificuldades.
O Espírito da sabedoria
O Espírito da Sabedoria habita a direção Oeste e sua principal característica é a Razão. O Oeste é onde o sol se põe. Simboliza o hemisfério direito do cérebro, onde se geram os raciocínios. É a direção para onde, segundo velhas tradições, se deve caminhar quando se quer encontrar soluções para as questões que atormentam a nossa mente.[3]
Esse é o arquétipo que preside a parte da nossa personalidade que é responsável pelas virtudes da maturidade, paciência, sensatez, equilíbrio, prudência, temperança, que são qualidades do homem sábio, que tudo vê com objetividade, clareza e ponderação. O Mestre é o guardião da nossa mente consciente. Por isso ele se orienta pelo ritmo adequado.
Seu elemento é a Água porque é nesse elemento que se identifica a origem da vida. Sua estação preferida é o outono, porque esse é o tempo em que a natureza se recolhe para gestar os rebentos do verão. No corpo humano, por razões óbvias, ele é simbolizado pelo cérebro. O Mestre não tem âncoras favoritas porque ele responde á todos os sentidos.
Por isso ele é o Mestre. Ele vê, ouve e sente com igual intensidade.
Nas tradições xamânicas o Mestre é sempre o Chefe do Conselho. É aquele que orienta as decisões do grupo com sua vivência e sabedoria, adquirida geralmente nas experiências da vida e na observação metódica e constante da natureza.
Nas culturas antigas esse arquétipo é identificado com os filósofos e os mestres consultores dos reis e imperadores, como Confúcio e Lao-Tsé, na China, Sócrates, Platão e Aristóteles na Grécia, Zaratustra na Pérsia, por exemplo.
Na personalidade do Líder Natural não pode faltar a composição arquetípica do Mestre, sendo ele o responsável pela última palavra nas decisões do grupo. Assim ele se completa e sua liderança se torna uma qualidade intrínseca da sua personalidade.
Simbolismo
As relações apontadas entre os quatro arquétipos (ou espíritos) e suas correspondências geográficas (norte sul, leste, oeste), elementais (ar, terra, fogo, água), temporais (inverno, primavera, verão, outono) e físicas (sangue, coração, olhos e cérebro) são simbólicas e estão conectadas à nossa geografia neurolinguistica.
A teoria dos quatro elementos foi proposta por antigos filósofos da Grécia, Índia e China especialmente, para explicar a constituição física do universo. De acordo com essa teoria, água, terra, fogo e ar são os elementos básicos da constituição universal. A partir desses elementos e das suas interações tudo que existe no universo físico seria formado. Essa teoria foi abandonada pela física e pela química modernas, já que após as descobertas realizadas nesses campos nos dois últimos séculos, não se pode sustentar esses pressupostos como verdades científicas. Ela continua, todavia, a servir de material especulativo para filósofos místicos e praticantes da medicina e psicologia alternativa. Práticas médicas como Do-in, Acumpultura, Reiki, etc. são derivativas dessas tradições.
Quanto às virtudes elencadas como atributos de cada um dos arquétipos, a correlação também é simbólica. Elas se manifestam como características da nossa personalidade e transparecem em nossa linguagem de profundidade. Não se trata, evidentemente, de classificações rigorosamente científicas, mas sim de conhecimentos empíricos derivados de práticas e tradições consagradas pela sabedoria popular.[4]
Por isso os povos mais próximos da natureza os cultuam em seus símbolos, mitos, lendas, rituais e preces, e desenvolvem fórmulas específicas para honrar e acessar esses espíritos nos momentos de decisões com respeito à luta pela vida, à conservação da saúde, as ações relacionadas com o lazer, a criatividade, a imaginação, e aquelas que se referem á sabedoria que precisa ser aprendida e ensinada.
É dessa forma que a tradição desses povos honra, especificamente, os Arquétipos Guerreiro, Curador, Visionário e Mestre. E é com eles que devemos aprender as qualidades que farão de cada um de nós um Ser Humano eficiente e equilibrado, que também é sinônimo de Líder Natural.
Honrar e cultivar as qualidades desses quatro arquétipos é o que se chama trilhar o Caminho Quádruplo, no dizer de Angeles Arrien.(5)
( do livro "CÓDIGOS DA VIDA"- CLUBE DOS AUTORES- 2012
O Espírito de luta habita a direção Norte porque ele está sempre voltado para cima, em pé, com sua cabeça em direção ao pai céu. Daí se dizer que o Guerreiro é aquele que sempre permanece de pé. Sua postura é ereta e firme. É como a árvore que pode se vergar ao poder do vento, mas nunca quebra.
Sua principal característica de personalidade é a forte presença que ele possui. Por isso se diz que ele opta por estar sempre presente, se mostrando, se apresentando para assumir a liderança, para realizar a tarefa que a outros parece um fardo.
Este arquétipo preside a parte da nossa personalidade que hospeda o entusiasmo, a energia, a fidelidade, a honra, a coragem e todas as demais qualidades que fortalecem o caráter e incitam o homem a criar valores e defendê-los com vigor.
Por isso ele é o Guerreiro. Suas decisões são orientadas pelo correto agir. Correto agir porque toda luta tem que ter uma razão maior que a justifique. Não é o lutar pelo mero instinto, pelo simples desejo de mostrar coragem e força. A luta do Guerreiro tem que ser justificada.
Ele é o arquétipo responsável pelas nossas conquistas e guardião do nosso ego. Seu elemento natural é o Ar, porque esse é o elemento que inflama a sua disposição de lutar. Sua estação preferida é o inverno, porque, segundo antigas tradições, os mais temíveis guerreiros vêm das estepes geladas do Norte.[1]
No corpo humano ele é simbolizado pelo sangue. Por isso se diz que o verdadeiro guerreiro é aquele que dá o seu próprio sangue pelo cumprimento da sua missão. Ele é auditivo por natureza e se motiva principalmente pelo sentido da audição. Marchas, canções, estribilhos, comandos verbais, sinais sonoros emitidos por instrumentos musicais são âncoras que tem o poder de emulá-lo.
A sua identificação com a capacidade de liderar se dá pela posse dos três poderes naturais que ele tem: Presença, Comunicação e Posicionamento.
O Espírito da cura
O Espírito que cura habita a direção Sul e é reconhecido principalmente pelo Amor que dele emana. Este arquétipo é aquele que preside a parte da nossa personalidade que hospeda o perdão, a esperança, a fé, a caridade, a gratidão, o respeito, virtudes que curam tanto o corpo quanto a alma e pacificam os conflitos humanos, quando eles se manifestam no grupo. Seu elemento é a Mãe Terra e sua direção é o Sul, porque esses são os elementos e a direção que estão em oposição ao Norte, onde se posiciona o céu, que hospeda o elemento Ar.
A Terra é também o sustentáculo do nosso corpo. Por isso ele está em contato permanente com ela, recebe seus influxos e todo o nosso organismo está vinculado aos poderes que dela emanam.
Suas decisões são orientadas pela comunicação criteriosa. Isso porque ele sabe que informações mal transmitidas e mal compreendidas são sinônimos de doença e conflitos, e que tudo que é bem compreendido está certo, porque o bom entendimento não deixa mágoas nem rancores quando o resultado não acontece como se espera. Harmonia e compreensão são sinônimos de saúde.
Sua estação preferida é a primavera porque esta é a estação do sonho, das promessas do Porvir, da renovação da natureza e da jubilação espiritual.
No corpo humano ele é representado pelo coração porque este é o órgão que simboliza os sentimentos mais nobres e saudáveis. Ele se motiva principalmente pelos estímulos sinestésicos, especialmente o toque das mãos. Essa é a sua principal âncora.[2]
Por isso, na tradição xamânica esse arquétipo é o Curador, aquele que cura tanto as moléstias do corpo quanto da alma, e serve também para afastar os maus espíritos que atrapalham e prejudicam a saúde do grupo. Essa é a função do xamã nas sociedades indígenas.
Na composição da personalidade do ser humano, ele é aquele cuja função é sanar os males que podem prejudicar a obtenção do bom resultado. Daí a sua característica de pacificador, bombeiro e sanitarista, que está sempre a postos para prevenir e curar as moléstias que possam prejudicar a boa saúde das pessoas e das instituições á qual ele serve.
Essa também é uma característica essencial do líder natural e pode ser adquirida através da aprendizagem adequada.
O Espírito do sonho
O Espírito do sonho habita a direção Leste e sua principal característica é a criatividade. Este é o arquétipo que preside a parte da nossa personalidade que hospeda o entusiasmo, o humor, a impulsividade, o senso de estética, a alegria, a jovialidade, qualidades que nos levam à criação.
Ele é o Visionário, o espírito responsável pelas nossas visões. É o guardião da nossa mente criativa. Ele se orienta pelo verdadeiro entusiasmo. Seu elemento é o Fogo, porque é este o elemento que aquece a nossa disposição para buscar visões e eliciar a motivação necessária para a execução de grandes empreendimentos. Daí o Visionário ser constantemente identificado com um incendiário de mentes e corações, e estar sempre á testa de revoluções, ou liderando movimentos tendentes a quebrar padrões de comportamento.
Sua estação preferida é o verão. É óbvia essa analogia, porquanto o verão é a estação do sol, do calor, do fogo que queima o espírito do homem que é dado a visões. No corpo humano ele é representado pelos olhos, dado que são esses os órgãos do sentido da visão. Por isso, também, suas âncoras mais eficientes são os estímulos visuais.
Na tradição xamânica sempre se estimou a capacidade de ter visões. É considerada uma capacidade especial, prodigalizada pela própria divindade, que se manifesta e se comunica com a tribo através do seu homem das visões. Ás vezes, essa capacidade se revela no próprio xamã Curador, mas não obrigatoriamente.
Nas antigas tribos americanas, sempre que se fazia necessário a tomada de uma decisão importante para o grupo, o visionário era consultado. O famoso guerreiro sioux, chamado Crazy Horse (Cavalo Doido), recebeu esse nome porque era dado a visões.
Nas culturas antigas essa função era própria dos oráculos e dos profetas. Todos os povos antigos tinham os seus oráculos, que geralmente eram sacerdotes ou sacerdotisas da religião oficial do país, que eram consultados nos momentos de necessidade.
Na composição da personalidade do líder natural essa capacidade se manifesta pela necessidade de ele ter que gerar comportamentos criativos. Essa característica faz dele um indivíduo importante, necessário e imprescindível, especialmente nos momentos de crise, quando os obstáculos á sobrevivência do grupo parecem agigantar-se. Ele é admirado pela sua capacidade de enxergar possibilidades onde os outros só vêem dificuldades.
O Espírito da sabedoria
O Espírito da Sabedoria habita a direção Oeste e sua principal característica é a Razão. O Oeste é onde o sol se põe. Simboliza o hemisfério direito do cérebro, onde se geram os raciocínios. É a direção para onde, segundo velhas tradições, se deve caminhar quando se quer encontrar soluções para as questões que atormentam a nossa mente.[3]
Esse é o arquétipo que preside a parte da nossa personalidade que é responsável pelas virtudes da maturidade, paciência, sensatez, equilíbrio, prudência, temperança, que são qualidades do homem sábio, que tudo vê com objetividade, clareza e ponderação. O Mestre é o guardião da nossa mente consciente. Por isso ele se orienta pelo ritmo adequado.
Seu elemento é a Água porque é nesse elemento que se identifica a origem da vida. Sua estação preferida é o outono, porque esse é o tempo em que a natureza se recolhe para gestar os rebentos do verão. No corpo humano, por razões óbvias, ele é simbolizado pelo cérebro. O Mestre não tem âncoras favoritas porque ele responde á todos os sentidos.
Por isso ele é o Mestre. Ele vê, ouve e sente com igual intensidade.
Nas tradições xamânicas o Mestre é sempre o Chefe do Conselho. É aquele que orienta as decisões do grupo com sua vivência e sabedoria, adquirida geralmente nas experiências da vida e na observação metódica e constante da natureza.
Nas culturas antigas esse arquétipo é identificado com os filósofos e os mestres consultores dos reis e imperadores, como Confúcio e Lao-Tsé, na China, Sócrates, Platão e Aristóteles na Grécia, Zaratustra na Pérsia, por exemplo.
Na personalidade do Líder Natural não pode faltar a composição arquetípica do Mestre, sendo ele o responsável pela última palavra nas decisões do grupo. Assim ele se completa e sua liderança se torna uma qualidade intrínseca da sua personalidade.
Simbolismo
As relações apontadas entre os quatro arquétipos (ou espíritos) e suas correspondências geográficas (norte sul, leste, oeste), elementais (ar, terra, fogo, água), temporais (inverno, primavera, verão, outono) e físicas (sangue, coração, olhos e cérebro) são simbólicas e estão conectadas à nossa geografia neurolinguistica.
A teoria dos quatro elementos foi proposta por antigos filósofos da Grécia, Índia e China especialmente, para explicar a constituição física do universo. De acordo com essa teoria, água, terra, fogo e ar são os elementos básicos da constituição universal. A partir desses elementos e das suas interações tudo que existe no universo físico seria formado. Essa teoria foi abandonada pela física e pela química modernas, já que após as descobertas realizadas nesses campos nos dois últimos séculos, não se pode sustentar esses pressupostos como verdades científicas. Ela continua, todavia, a servir de material especulativo para filósofos místicos e praticantes da medicina e psicologia alternativa. Práticas médicas como Do-in, Acumpultura, Reiki, etc. são derivativas dessas tradições.
Quanto às virtudes elencadas como atributos de cada um dos arquétipos, a correlação também é simbólica. Elas se manifestam como características da nossa personalidade e transparecem em nossa linguagem de profundidade. Não se trata, evidentemente, de classificações rigorosamente científicas, mas sim de conhecimentos empíricos derivados de práticas e tradições consagradas pela sabedoria popular.[4]
Por isso os povos mais próximos da natureza os cultuam em seus símbolos, mitos, lendas, rituais e preces, e desenvolvem fórmulas específicas para honrar e acessar esses espíritos nos momentos de decisões com respeito à luta pela vida, à conservação da saúde, as ações relacionadas com o lazer, a criatividade, a imaginação, e aquelas que se referem á sabedoria que precisa ser aprendida e ensinada.
É dessa forma que a tradição desses povos honra, especificamente, os Arquétipos Guerreiro, Curador, Visionário e Mestre. E é com eles que devemos aprender as qualidades que farão de cada um de nós um Ser Humano eficiente e equilibrado, que também é sinônimo de Líder Natural.
Honrar e cultivar as qualidades desses quatro arquétipos é o que se chama trilhar o Caminho Quádruplo, no dizer de Angeles Arrien.(5)
( do livro "CÓDIGOS DA VIDA"- CLUBE DOS AUTORES- 2012
[1] Essas tradições estão presentes na cultura da maioria dos povos, mas são mais fortes entre os povos arianos. Veja-se a esse respeito os estudos de Chamberlain e Gobineau, citados por William Shirer - Ascensão e Queda do Terceiro Reich, Círculo do Livro, Vol I, 1974.
[2] A tradição do Reiki e as manifestações de cura pela imposição das mãos estão vinculadas essa tradição.
[3] Abraão foi aconselhado por Deus a ir em direção Oeste, da Mesopotâmea para a Palestina. Cristóvão Colombo e os navegadores também. Os imigrantes europeus foram concitados a buscar as terras á oeste para iniciar novas vidas. São exemplos históricos que confirmam essa tradição.
[4] A astrologia é a principal prática vinculada a essa tradição. Crenças consagradas por todos os povos sustentam a vinculação existente entre o movimento dos astros no céu e os acontecimentos na terra, da mesma forma que afirmam existir uma influência desses movimentos sobre os elementos da nossa personalidade.
(5) Angeles Arrien- O Caminho Quádruplo- Ed. Ágora, São Paulo, 1997
(5) Angeles Arrien- O Caminho Quádruplo- Ed. Ágora, São Paulo, 1997