Cecília Meireles e o "Romanceiro da Inconfidência"
Com certeza, temos aqui uma das obras máximas da poética brasileira.
Cecília Meireles (1901-1964) é um dos nomes mais importantes das letras nacionais. Como poeta, ela detinha um grande carisma no lidar com as palavras, de lançar versos que caem profundamente na alma.
“Romanceiro da Inconfidência” é um livro épico, nos diversos poemas (mais de noventa) em que vai contando, na linguagem barda, o pungente drama dos inconfidentes. Um drama que inclui os próprios animais:
“Eles eram muitos cavalos,
ao longo dessas grandes serras,
de crinas abertas ao vento,
a galope entre águas e pedra (...)
Eles eram muitos cavalos
rijos, destemidos, velozes
entre Mariana e Serra do Frio,
Vila Rica e Rio das Mortes (...)
e uns viram correntes e algemas,
outros, o sangue sobre a forca,
outros, o crime e as recompensas. (...)
Eles eram muitos cavalos,
Mas ninguém mais sabe os seus nomes (...)”
Muito interessante — patética — a referência aos nomes dos cavalos, que, como tantas outras coisas, caíram no total esquecimento. Uma romântica, comovente alusão ao redemoinho cruel da Vida e da História.
Cecília é igualmente contundente quando se refere ao traidor, Joaquim Silvério:
“Pelos caminhos do mundo,
nenhum destino se perde:
há os grandes sonhos dos homens
e a surda força dos vermes.”
Não escapa á autora a tragédia da “rainha louca” que um dia assinara a sentença condenatória de Tiradentes e seus companheiros:
“Do cetro já não se lembra,
nem de mantos nem coroas,
nem de serenins do Paço,
nem de enterros nem de bodas:
só tem medo do demônio,
de seu fogo sem piedade.”
Precisamos incentivar, no povo brasileiro e nesta juventude hoje tão mal orientada, o amor pela brasilidade e pela nossa cultura. Entre outras coisas, é preciso ler Cecília Meireles, é preciso ler Guimarães Rosa, é preciso ler Thales Andrade, é preciso ler Paulo Setúbal.
imagem do google
Com certeza, temos aqui uma das obras máximas da poética brasileira.
Cecília Meireles (1901-1964) é um dos nomes mais importantes das letras nacionais. Como poeta, ela detinha um grande carisma no lidar com as palavras, de lançar versos que caem profundamente na alma.
“Romanceiro da Inconfidência” é um livro épico, nos diversos poemas (mais de noventa) em que vai contando, na linguagem barda, o pungente drama dos inconfidentes. Um drama que inclui os próprios animais:
“Eles eram muitos cavalos,
ao longo dessas grandes serras,
de crinas abertas ao vento,
a galope entre águas e pedra (...)
Eles eram muitos cavalos
rijos, destemidos, velozes
entre Mariana e Serra do Frio,
Vila Rica e Rio das Mortes (...)
e uns viram correntes e algemas,
outros, o sangue sobre a forca,
outros, o crime e as recompensas. (...)
Eles eram muitos cavalos,
Mas ninguém mais sabe os seus nomes (...)”
Muito interessante — patética — a referência aos nomes dos cavalos, que, como tantas outras coisas, caíram no total esquecimento. Uma romântica, comovente alusão ao redemoinho cruel da Vida e da História.
Cecília é igualmente contundente quando se refere ao traidor, Joaquim Silvério:
“Pelos caminhos do mundo,
nenhum destino se perde:
há os grandes sonhos dos homens
e a surda força dos vermes.”
Não escapa á autora a tragédia da “rainha louca” que um dia assinara a sentença condenatória de Tiradentes e seus companheiros:
“Do cetro já não se lembra,
nem de mantos nem coroas,
nem de serenins do Paço,
nem de enterros nem de bodas:
só tem medo do demônio,
de seu fogo sem piedade.”
Precisamos incentivar, no povo brasileiro e nesta juventude hoje tão mal orientada, o amor pela brasilidade e pela nossa cultura. Entre outras coisas, é preciso ler Cecília Meireles, é preciso ler Guimarães Rosa, é preciso ler Thales Andrade, é preciso ler Paulo Setúbal.
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