THIAGO DE MELLO: O POETA MILAGREIRO

Lendo o livro do poeta Thiago de Mello intitulado Campo de Milagres, vi a luz da simplicidade em seus versos: “A luz da inteligência é a lucidez”.

Um misto de prosa poética cantada aos sons dos passarinhos da Amazônia ao olhar de versos transparentes como sua alma: “...o uirapuru só canta/ quando precisa cantar.”

Um livro que perpetua a palavra simplicidade. Uma palavra rara nos dias de hoje, mas viva em corações puros e que vivem em esplendor com a natureza divina: “O desenho colorido/ dá nome ao pássaro mágico./ Nome e alma. Uma banda-de-asa/ dançando ensina: o ser vivo/ carece da de outra metade.”

Campo de Milagres, mostra o milagre maior, o dom de se fazer poesia. Fazer poesia por prazer, em sintonia com os encantamentos da floresta e das belas coisas da vida: “Que a flor só passa a ser rosa/ e só atende e só vem cheirosa/ quando a poesia a chama pelo nome.”

A serenidade do olhar do poeta faz com que o rio siga em mão dupla, onde as mazelas são levadas pela simplicidade de viver plenamente e vice-versa. Numa profunda reflexão sobre a vida, entre o canto do uirapuru na floresta a falta de luz do homem pela própria floresta.

Afinal o poeta trabalha não para si, e sim para o seu leitor, que espera por palavras que possam trazer um grande milagre no seu campo, que é a VIDA!

Rodrigo Octavio Pereira de Andrade (Rodrigo Poeta)

Presidente da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo/RJ.

Rodrigo Poeta
Enviado por Rodrigo Poeta em 10/04/2013
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