DA MISTIFICAÇÃO DA ESCOLA,À ESCOLA NECESSÁRIA
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RODRIGUES,Neidson. Da mistificação da escola,à escola necessária./ Neidson Rodrigues-11. ed. -São Paulo-Cortez,2003.
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Por: Luize
O livro trata da produção humana enquanto aluno e cidadão. Fazendo esse paralelo,deixa evidente a necessidade de desmistificar a escola no seu tradicionalismo e mero transmissor de conhecimento para trazer à tona uma escola aberta,democrática e necessária.
O autor Neidson Rodrigues constata uma pobreza crônica na educação,em que não se espera uma cultura transformadora de sociedade; Pois,uma educação não centrada no indivíduo,tende a se tornar falsa,sem objetos de investigação,que traz o nada como meta educativa e faz os educadores pensarem só no futuro,esquecendo o presente e os problemas atuais.Não ajudando assim o aluno a se ver como cidadão crítico e consciente do seu papel de sujeito histórico.
A mistificação da escola oculta a realidade social e traça políticas educacionais que não podem ser realizadas. O caminho então seria desmistificação para a construção de uma escola necessária.
Desde a década de 60 e 70,é constante a preocupação com o (sub)desenvolvimento do Brasil. O problema é a desigualdade social,porque para haver desenvolvimento,é preciso aumentar as riquezas nacionais e as empresas devem multiplicar os empregos de acordo com a qualificação de cada trabalhador.
Essa qualificação deve vir da escola,sendo indispensáveis a multiplicação das mesmas em todos os níveis educacionais para uma competição justa no mercado de trabalho. Do contrário,quem não tem qualificação,torna-se responsável por sua própria pobreza. Improdutivo e portanto,não pode usufruir da riqueza nacional.
Neidson Rodrigues diz que tudo isso são verdades aceitas como naturais,ideologias para manter a coesão e a ordem social; Um conjunto de crenças e valores,princípios de comportamento social como concepção de vida,por indivíduos ou grupos numa sociedade. Uma verdade parcial,embora não seja assumida assim.
A escola realiza essa ideologia,forma consciências,prepara lideranças,difunde valores e prepara trabalhadores para o mercado. Diferente do regime militar,que queria transformar a educação em proposta ideológica,onde o educando seria indiferente a vida política nacional.
O autor fala sobre a educação política direcionada a prática cotidiana a partir de discussões do processo pedagógico,verificando como a escola pode desenvolver,organizar e ampliar a consciência política do educandos. Também comenta a concepção de alguns educadores sobre professores específicos para cada disciplina,que acaba fragmentado o ensino que deveria ser globalizado.
Outra observação é sobre o planejamento do ano letivo em que professores partem do princípio que se deve preparar alunos de forma intelectual,científica e profissional para a realidade em vivem,bem como sua participação nas mudanças dessa realidade.. Educar de forma direta,produtiva,dinâmica,fazendo a diferença os interesses e necessidades do educando.
A realidade dos alunos é importante ponto de partida para sua educação escolar,pois quando a criança aprende sobre higiene,preservação da natureza,coleta de lixo e saneamento,ela passará do nível individual ao social e terá uma visão mais ampla da sociedade em que vive até chegar ao entendimento da cultura mundial; E o professor,utiliza essas experiências na elaboração do material didático.
Segundo Rodrigues,descarta-se que a formação da consciência crítica do educando se faça com disciplinas e ação sobre a realidade vivida. Por outro lado,generaliza-se o ensino a partir dessa realidade,e acaba-se obtendo-se programas de trabalhos montados artificialmente.
A tentativa tradicional é a de procurar soluções,criando mediadores que integrem as atividades curriculares observando que ela só ocorrerá se o objeto de trabalho na atividade unificar o processo pedagógico,e se descaracterizará quando simplesmente houver transferência de saberes do professor ao aluno.
É por ele mostrado,que o autoritarismo deve ser rompido e os professores devem deixar de serem imobilistas,veem que é no espaço pedagógico que estão os instrumentos da relação professor-aluno; para isso a sociedade tem de ajudar a traçar novos rumos e partilhar da decisões educacionais.
Destaca que a escola por si só não forma cidadãos,o prepara para que ele possa formar-se e construir-se. Como instituição social influencia e é influenciada por aquilo que está a seu redor,inclusive,ideologia,valores,ciência,política e a cultura da sociedade a que está inserida.
Pode ser retrógrada quando imagina-se a educação de hoje como recuperação da de antigamente: reacionária,quando não respeita os processos de mudança na sociedade e progressista,impulsionando essas mudança.
Para o autor,a instituição deve organizar-se para superar conflitos e autoritarismos e fazer o educando abrir os olhos para o mundo real de cada um,possibilitando o exercício da cidadania para a sociedade moderna.
Diz que,a escola necessária é aquela comprometida politicamente com esse processo,assim como o educador deve ser comprometido com a tarefa de educar,ser tecnicamente competente e assumir democraticamente sua tarefa educativa,solidária e cooperativa na escola.
Também é exigido um currículo e uma organização administrativa necessários,pois significa instrumento preparativo do indivíduo para exercer a cidadania através do discurso e da prática. O pressuposto para esse trabalho é a alfabetização,condição primeira para o desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Rodrigues diz,que além do educando e do currículo,é necessário desenvolver uma metodologia,e entender que ela não será só um acervo de conhecimentos a ser repassado,mas uma forma de como transmiti-lo.
Cita por último a avaliação,que não é aquela que mede ou pesa o conhecimento dos alunos,mas avalia o resultado do processo pedagógico. Ela deve ser considerada pelos educadores uma tarefa coletiva,e não obrigação formal,burocrática e isolada.
Conclui assim que é preciso um esforço coletivo entre escola e sociedade para que os estudantes adquiram os conhecimentos necessários; E é a sociedade que deve dizer que educação deseja para seus filhos,que função a escola deve ter na educação e que tipo de homem a sociedade deve esperar daqueles que estão passando pela escola.
Este trabalho mostra que o autor através de suas pesquisas teve como objetivo analisar os problemas das instituições educativas e apontar caminhos para a solução dos mesmo.
O texto é destinado especialmente aos agentes educacionais,como forma de solucionar a (o menos em parte),os problemas da educação e da qualificação de cada educando.