PNL- NÍVEIS DE PROCESSAMENTO NEUROLÓGICO
“O espírito humano avança, devagar, incansável, desde o princípio, corporificando em acontecimentos apropriados, todas as capacidades, todas as emoções, todos os pensamentos que lhe são inerentes.”
Ralph Waldo Emerson – Ensaios, pg. 43
Níveis de processamento
Na estrutura do sistema neurológico é possível perceber três níveis de processamento nos quais a informação que comanda a atividade humana é gerada, processada e refinada, fazendo de nós o que somos: Nela encontraremos um nível físico – compreendido pelo cérebro e rede neural – um nível psíquico, que compreende os processos mentais que originam os nossos pensamentos e sentimentos e um nível espiritual, camada mais sutil do processamento, na qual o ser humano se integra a uma realidade maior que transcende a sua própria condição de criatura humana.
Nesses três níveis, a informação é organizada em funções hierarquizadas, de forma que cada nível imediatamente acima seja responsável pela organização da informação no nível imediatamente inferior.
Assim, o sistema neurológico é estruturado para emitir respostas numa seqüência lógica que integra uma reação (ambiente), uma ação (comportamento), uma forma (habilidade/capacidade), uma motivação (crença), uma razão psíquica (identidade), e uma razão transcendental (espírito).
Essas respostas também podem ser formuladas lingüisticamente na seguinte seqüência:
– Quando e onde devo responder? (ambiente, contexto)
– O que devo responder ? ( comportamentos, ações)
– Como devo responder? ( capacidades, habilidades)
– Por que devo responder assim? (crenças, valores)
– Para que devo responder assim? ( identidade, missão)
– Para quem faço isso? ( espírito, sistema)
Como se pode notar, essa é uma estrutura que se organiza de baixo para cima, refinando, em cada nível, a informação. É esse processamento que instrui a nossa aprendizagem como seres humanos, fazendo de nós uma presença ativa no universo, não só como algo pertencente a um siste-
ma, mas, principalmente, como um agente de mudanças dentro dele.
Nesses três níveis de processamento neurológico, a informação pode ser classificada por graus de sutileza e refinamento. Assim, em primeiro nível, que chamaríamos de físico, podemos identificar o ambiente, os comportamentos e as capacidades, que constituem a parte visível do processamento neurológico.
Com efeito, a nível de ambiente, podemos observar quando e onde estamos respondendo. Essas respostas são ações comportamentais que praticamos segundo o nosso nível de capacidade para responder. Refletem a qualidade da aprendizagem neurológica que tivemos, e determinam o quanto aprendemos a ser eficientes nessa função.
Por seu turno, a nossa capacidade de resposta é determinada pelo nosso nível de crenças e valores. São estes que fornecem o motivo e o reforço para nossas ações. Por que escolhemos certas respostas e não outras, porque atuamos com mais eficiência em certas ações e menos em outras, enfim, porque fazemos o que fazemos na vida. Este é o segundo nível, que chamamos de psíquico, pois é nele que justificamos o motivo das nossas ações. Neste nível respondemos à pergunta: por que agimos dessa forma?
Nossas crenças e valores são informações que se processam em nível de personalidade. A informação, neste plano, reflete uma grande sutileza de refinamento. É nele que o ser humano se identifica, não mais como mero organismo que reage aos estímulos do ambiente com respostas específicas, lógicas e motivadas, próprias da sua espécie, mas também como ser que tem consciência de um processo que o individualiza e o motiva a responder de certa maneira. Ele aqui sabe o porquê da resposta e o motivo dela ser emitida daquela forma.
Num nível mais acima, que chamaremos de espiritual, o ser humano se interroga do real motivo da sua existência, ou seja, da sua missão, da real relação de pertencialidade[1] que ele tem com o sistema. Quando nossas ações atingem essa culminância, quando elas são geradas para atender a um interesse maior que a mera satisfação dos desejos e necessidades do indivíduo, quando realmente nossas motivações se alicerçam em razões que transcendem as necessidades do próprio ego, a atividade psíquica realizada pela nossa mente sublima-se em espírito.
A importância dessa classificação da nossa atividade neurológica, como bem assinalou Gregory Bateson[2] é saber em que níveis neurológicos as
informações são processadas. Com essa sabedoria, é possível às pessoas atuar conscientemente nessa organização e conseqüentemente, produzir respostas mais qualitativas e eficientes.
Daniel Goleman, ao escrever sobre o funcionamento do cérebro humano, identificou três estruturas de processamento neurológico que podem ser resumidas da seguinte forma[3]
Primeira camada: correspondente às etapas mais primitivas do cérebro, identificadas com o período do réptil. Aqui as respostas são geradas no nível mais baixo do processamento neurológico (nível de ambiente e comportamento). São, em sua maioria, sinestesias geradas pelos instintos primários, presentes em todas as espécies. Trata-se de ações instintivas como correr, bater, urrar, dormir, cuspir, salivar, morder, excretar, caçar, fugir, etc., cujas informações “programas” já estão presente na própria estrutura neural dos indivíduos como herança biológica da espécie (respostas instintivas).
Segunda camada: corresponde às etapas intermediárias do desenvolvimento cerebral, identificadas com o aparecimento das espécies mamíferas. Quando essas espécies chegaram ao mundo, novas camadas neurais foram adicionadas aos seus cérebros, formando uma orla em torno do tronco cerebral. Essa orla recebeu o nome de “limbus”, ou sistema límbico. Essa camada é identificada como o centro de processamento das emoções. O sistema límbico corresponde ao nível neurológico das habilidades/capa -cidades, pois sendo o centro de processamento da memória e da aprendizagem, é ele que responde pela informação que nos faz mais ou menos eficientes nas respostas que damos à vida.
Na verdade, a aprendizagem e a memória são ferramentas que o sistema límbico desenvolveu quando o cérebro humano cruzou o limite neurológico que distingue um comportamento instintivo de uma resposta preparada.
Foi essa distinção que permitiu ao ser humano ampliar seu arsenal de respostas e aprimorar a qualidade delas.
O sistema límbico possui filtros que permitem identificar as opções de respostas que melhor atendem as nossas finalidades. Esses filtros estão localizados na amígdala cortical e no hipocampo, dois importantes centros de processamento neurológico.
A amígdala é a responsável pelos nossos sentimentos e o hipocampo pela análise que a mente faz deles. Sua remoção pode causar o que ele chama de “cegueira afetiva”, distúrbio que se nota em indivíduos frios, incapazes de se emocionar.
Terceira camada: A terceira camada, identificada com o neocórtex, é a sede do pensamento mais elaborado. Constitui-se de uma tênue capa de neurônios que é responsável pela compreensão dos pensamentos. Ali se processa o que podemos chamar de metalinguagem, ou seja, a linguagem que “explica” o que pensamos e sentimos.[4]
Essa é uma atividade neurológica de nível superior, que nos faz transcender da atividade psíquica simples para uma esfera mais alta, que se identifica com o nível da espiritualidade. Nessa camada, em sua base, iremos encontrar aquilo que chamamos de filosofia, arte, valores, simbologia, crenças, religião, enfim, todos os elementos que nos dão a qualidade de “ser humano” em sua totalidade.
A adição do neocortéx ao cérebro humano e o desenvolvimento de suas funções correspondem ao que o filósofo Teilhard de Chardin chamou de “segunda emergência descontínua” no processo de evolução da espécie humana, ou seja, o momento mágico em que a natureza resolveu distingui-la das demais espécies, conferindo-lhe a habilidade de refletir.
“O espírito humano avança, devagar, incansável, desde o princípio, corporificando em acontecimentos apropriados, todas as capacidades, todas as emoções, todos os pensamentos que lhe são inerentes.”
Ralph Waldo Emerson – Ensaios, pg. 43
Níveis de processamento
Na estrutura do sistema neurológico é possível perceber três níveis de processamento nos quais a informação que comanda a atividade humana é gerada, processada e refinada, fazendo de nós o que somos: Nela encontraremos um nível físico – compreendido pelo cérebro e rede neural – um nível psíquico, que compreende os processos mentais que originam os nossos pensamentos e sentimentos e um nível espiritual, camada mais sutil do processamento, na qual o ser humano se integra a uma realidade maior que transcende a sua própria condição de criatura humana.
Nesses três níveis, a informação é organizada em funções hierarquizadas, de forma que cada nível imediatamente acima seja responsável pela organização da informação no nível imediatamente inferior.
Assim, o sistema neurológico é estruturado para emitir respostas numa seqüência lógica que integra uma reação (ambiente), uma ação (comportamento), uma forma (habilidade/capacidade), uma motivação (crença), uma razão psíquica (identidade), e uma razão transcendental (espírito).
Essas respostas também podem ser formuladas lingüisticamente na seguinte seqüência:
– Quando e onde devo responder? (ambiente, contexto)
– O que devo responder ? ( comportamentos, ações)
– Como devo responder? ( capacidades, habilidades)
– Por que devo responder assim? (crenças, valores)
– Para que devo responder assim? ( identidade, missão)
– Para quem faço isso? ( espírito, sistema)
Como se pode notar, essa é uma estrutura que se organiza de baixo para cima, refinando, em cada nível, a informação. É esse processamento que instrui a nossa aprendizagem como seres humanos, fazendo de nós uma presença ativa no universo, não só como algo pertencente a um siste-
ma, mas, principalmente, como um agente de mudanças dentro dele.
Nesses três níveis de processamento neurológico, a informação pode ser classificada por graus de sutileza e refinamento. Assim, em primeiro nível, que chamaríamos de físico, podemos identificar o ambiente, os comportamentos e as capacidades, que constituem a parte visível do processamento neurológico.
Com efeito, a nível de ambiente, podemos observar quando e onde estamos respondendo. Essas respostas são ações comportamentais que praticamos segundo o nosso nível de capacidade para responder. Refletem a qualidade da aprendizagem neurológica que tivemos, e determinam o quanto aprendemos a ser eficientes nessa função.
Por seu turno, a nossa capacidade de resposta é determinada pelo nosso nível de crenças e valores. São estes que fornecem o motivo e o reforço para nossas ações. Por que escolhemos certas respostas e não outras, porque atuamos com mais eficiência em certas ações e menos em outras, enfim, porque fazemos o que fazemos na vida. Este é o segundo nível, que chamamos de psíquico, pois é nele que justificamos o motivo das nossas ações. Neste nível respondemos à pergunta: por que agimos dessa forma?
Nossas crenças e valores são informações que se processam em nível de personalidade. A informação, neste plano, reflete uma grande sutileza de refinamento. É nele que o ser humano se identifica, não mais como mero organismo que reage aos estímulos do ambiente com respostas específicas, lógicas e motivadas, próprias da sua espécie, mas também como ser que tem consciência de um processo que o individualiza e o motiva a responder de certa maneira. Ele aqui sabe o porquê da resposta e o motivo dela ser emitida daquela forma.
Num nível mais acima, que chamaremos de espiritual, o ser humano se interroga do real motivo da sua existência, ou seja, da sua missão, da real relação de pertencialidade[1] que ele tem com o sistema. Quando nossas ações atingem essa culminância, quando elas são geradas para atender a um interesse maior que a mera satisfação dos desejos e necessidades do indivíduo, quando realmente nossas motivações se alicerçam em razões que transcendem as necessidades do próprio ego, a atividade psíquica realizada pela nossa mente sublima-se em espírito.
A importância dessa classificação da nossa atividade neurológica, como bem assinalou Gregory Bateson[2] é saber em que níveis neurológicos as
informações são processadas. Com essa sabedoria, é possível às pessoas atuar conscientemente nessa organização e conseqüentemente, produzir respostas mais qualitativas e eficientes.
Daniel Goleman, ao escrever sobre o funcionamento do cérebro humano, identificou três estruturas de processamento neurológico que podem ser resumidas da seguinte forma[3]
Primeira camada: correspondente às etapas mais primitivas do cérebro, identificadas com o período do réptil. Aqui as respostas são geradas no nível mais baixo do processamento neurológico (nível de ambiente e comportamento). São, em sua maioria, sinestesias geradas pelos instintos primários, presentes em todas as espécies. Trata-se de ações instintivas como correr, bater, urrar, dormir, cuspir, salivar, morder, excretar, caçar, fugir, etc., cujas informações “programas” já estão presente na própria estrutura neural dos indivíduos como herança biológica da espécie (respostas instintivas).
Segunda camada: corresponde às etapas intermediárias do desenvolvimento cerebral, identificadas com o aparecimento das espécies mamíferas. Quando essas espécies chegaram ao mundo, novas camadas neurais foram adicionadas aos seus cérebros, formando uma orla em torno do tronco cerebral. Essa orla recebeu o nome de “limbus”, ou sistema límbico. Essa camada é identificada como o centro de processamento das emoções. O sistema límbico corresponde ao nível neurológico das habilidades/capa -cidades, pois sendo o centro de processamento da memória e da aprendizagem, é ele que responde pela informação que nos faz mais ou menos eficientes nas respostas que damos à vida.
Na verdade, a aprendizagem e a memória são ferramentas que o sistema límbico desenvolveu quando o cérebro humano cruzou o limite neurológico que distingue um comportamento instintivo de uma resposta preparada.
Foi essa distinção que permitiu ao ser humano ampliar seu arsenal de respostas e aprimorar a qualidade delas.
O sistema límbico possui filtros que permitem identificar as opções de respostas que melhor atendem as nossas finalidades. Esses filtros estão localizados na amígdala cortical e no hipocampo, dois importantes centros de processamento neurológico.
A amígdala é a responsável pelos nossos sentimentos e o hipocampo pela análise que a mente faz deles. Sua remoção pode causar o que ele chama de “cegueira afetiva”, distúrbio que se nota em indivíduos frios, incapazes de se emocionar.
Terceira camada: A terceira camada, identificada com o neocórtex, é a sede do pensamento mais elaborado. Constitui-se de uma tênue capa de neurônios que é responsável pela compreensão dos pensamentos. Ali se processa o que podemos chamar de metalinguagem, ou seja, a linguagem que “explica” o que pensamos e sentimos.[4]
Essa é uma atividade neurológica de nível superior, que nos faz transcender da atividade psíquica simples para uma esfera mais alta, que se identifica com o nível da espiritualidade. Nessa camada, em sua base, iremos encontrar aquilo que chamamos de filosofia, arte, valores, simbologia, crenças, religião, enfim, todos os elementos que nos dão a qualidade de “ser humano” em sua totalidade.
A adição do neocortéx ao cérebro humano e o desenvolvimento de suas funções correspondem ao que o filósofo Teilhard de Chardin chamou de “segunda emergência descontínua” no processo de evolução da espécie humana, ou seja, o momento mágico em que a natureza resolveu distingui-la das demais espécies, conferindo-lhe a habilidade de refletir.
[1]Pertencialidade é um neologismo utilizado pelo autor para se referir á relação do homem com o universo como “parte” indissociável dele.
[2] Gregory Bateson, antropólogo americano e professor na Universidade de Santa Cruz, Califórnia.
[3] Daniel Golemam- Inteligência Emocional- op. citado
[4] O fundamento dessa classificação é biológico e foi deduzido a partir da capacidade de resposta de cada espécie animal. Mas como todas as classificações ela não é absoluta. Na verdade, no cérebro de todas as espécies parece existir uma “zona cinzenta” que realiza uma “interface” entre uma camada e outra de desenvolvimento cerebral. Assim, mesmo entre os répteis, é possível notar que existem alguns tipos capazes de realizar aprendizagens características de animais cuja estrutura cerebral é mais desenvolvida. Exemplos dessa aprendizagem são os répteis que se adaptam ao convívio humano. Também nas espécies mamíferas é possível observar que a capacidade de aprendizagem varia entre os diversos tipos.
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do livro " Á Procura da Melhor Resposta"- Ed. Biblioteca 24x7- 2010
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do livro " Á Procura da Melhor Resposta"- Ed. Biblioteca 24x7- 2010