'Assassino Sem Rosto' é, na verdade, a primeira aventura escrita por Georges Simenon protagonizada pelo seu mais célebre personagem, o Comissário Maigret, que, para muitos críticos, compõe, ao lado de Sherlock Holmes e de Hercule Poirot, o trio de ouro da literatura policial.
Simenon, ao contrário de Conan Doyle e de Agatha Christie (esta, na maioria de suas obras) não tem como objetivo apresentar ao seu leitor nem uma estória centrada em cenas de ações sucessivas e eletrizantes, nos moldes tão trabalhados pelos autores americanos, e muito menos o cerebral e labiríntico whodunit tão caro aos dois ingleses aqui citados.
Sem exagerar, pode-se mesmo afirmar que Simenon é o criador e ainda o mais destacado dos autores do chamado romance policial psicológico, já que Maigret, com seu corpo volumoso e seu inseparável cachimbo, preocupa-se mais com descobrir não quem matou, mas sim por quê matou.
Este livro conta uma história simples, porém bem estruturada em suas linhas quase casuais e despretenciosas. Maigret embarca em uma caçada que envolve campanas, mortes em um hotel de luxo, perseguições em trem, sempre tendo como objetivo um criminoso internacional famoso chamado Pietr, O Letão.
Mas a consistência do livro repousa no substrato psicológico que vai se tornar claro ao leitor nos últimos capítulos. E a resolução do mistério - que repousa em questões meramente de histeria familiar e de jogo de opressão parental - fecha e bem o desenrolar da estória que, para a maioria dos leitores, soa lenta e pouco emocionante.
Simenon é literatura popular de excelente nível. Sobre ele André Gide disse que não acreditava que alguém pudesse ser tão popular e, ao mesmo tempo, tão bom. Seus livros manejam sentimentos reais, não desenhos sem vida rabiscados sobre uma velha cartolina.
Cotação: ***1/2
Simenon, ao contrário de Conan Doyle e de Agatha Christie (esta, na maioria de suas obras) não tem como objetivo apresentar ao seu leitor nem uma estória centrada em cenas de ações sucessivas e eletrizantes, nos moldes tão trabalhados pelos autores americanos, e muito menos o cerebral e labiríntico whodunit tão caro aos dois ingleses aqui citados.
Sem exagerar, pode-se mesmo afirmar que Simenon é o criador e ainda o mais destacado dos autores do chamado romance policial psicológico, já que Maigret, com seu corpo volumoso e seu inseparável cachimbo, preocupa-se mais com descobrir não quem matou, mas sim por quê matou.
Este livro conta uma história simples, porém bem estruturada em suas linhas quase casuais e despretenciosas. Maigret embarca em uma caçada que envolve campanas, mortes em um hotel de luxo, perseguições em trem, sempre tendo como objetivo um criminoso internacional famoso chamado Pietr, O Letão.
Mas a consistência do livro repousa no substrato psicológico que vai se tornar claro ao leitor nos últimos capítulos. E a resolução do mistério - que repousa em questões meramente de histeria familiar e de jogo de opressão parental - fecha e bem o desenrolar da estória que, para a maioria dos leitores, soa lenta e pouco emocionante.
Simenon é literatura popular de excelente nível. Sobre ele André Gide disse que não acreditava que alguém pudesse ser tão popular e, ao mesmo tempo, tão bom. Seus livros manejam sentimentos reais, não desenhos sem vida rabiscados sobre uma velha cartolina.
Cotação: ***1/2