Resenha Crítica: ROBINSON CRUSOÉ, de Daniel Defoe - Primeira Parte
Li a versão brasileira de Paulo Bacellar. Edição de 1958, Ed. Tecnoprint, Rio.
Um livro que deixou como tributários Rousseau e Goethe, tem o vigor do frágil juvenil ao mais alto feito de superação pela sobrevivência. É punjente, vivaz, e ao mesmo tempo tênue e singelo.
Como diria o primeiro capítulo, Robinson saiu a procura da liberdade. Ia com destino à Africa, partindo do Brasil onde tinha uma plantação de fumo. Nasceu na Inglaterra, em 1632, mas de sobrenome de origem alemã que foi adaptado para o conhecido Crusoe ou Crusoé, como queiram. Seus pais o queriam em uma profissão convencional como a advocacia, por exemplo. Partiu com seus companheiros, aos vinte e sete anos de idade.
Um forte vendaval arrasou a embarcação por 12 dias, estava de pé, todavia bastante avariado e sem condições de seguir. Uma onda os jogou sobre um banco de areia. Ao aperceber-se sozinho em sua nova morada, digno de estar a mercê da morte por fome ou devorado por animais silvestres, melancólico, se pôs a dormir. Ao acordar a primeira reação era ir até o barco para salvar o que pudesse de útil, além de mantimentos, munição, tecidos, dentre outros. Construiu uma frágil jangada e se deparava com a realidade tenaz: alicerçar-se de preparativos para sua longa permanência, de forma digna. Começou por pássaros e aos poucos foi encontrando formas de plantio, meio que por acaso, jogando antigas sementes modafas fora, que brotaram. Passou a domesticar cabras, com paciência, e teve um papagaio como amigo.
Suas primeiras preocupações foram com ataques e chuvas. Construiu uma verdadeira fortaleza natural, com lanças a sua volta, capaz de se sentir um pouco mais seguro. Sabia que precisava de um barco maior para explorar melhor a ilha e aceitar de vez sua condição de remotas chances de voltar ao continente, mas dispunha de parcas ferramentas para tal, o que levaria tempo. Mas tempo era o que ele mais tinha. Fez questão de contar o tempo, registrando o dia em marcas e sabendo os dias da semana e meses. Registrou um pequeno diário, como forma de alívio para seus dias. Adoeceu, teve sonhos ruins, provou carne de tartaruga. Assim, viu passar seu primeiro aniversário ali. Passou a data em profunda meditação.
Aprendeu a gostar da ilha após sua primeira expedição. Apenas lamentava a não existência de companheiros, estabeleceu uma rotina entre caça e cultivo. Encontrou uvas e passou a ter passas também. Conseguiu até fazer especie de farinha para bolinhos e pastéis, levando mais de ano para desenvolver tal técnica. Já no décimo quarto capítulo, após oito anos da permanência, após passar por uma terrível enchente, o barco pesado que construíra anteriormente foi capaz de se lançar ao mar.
Fim da primeira parte. Não deixe de ler a continuação final.
Li a versão brasileira de Paulo Bacellar. Edição de 1958, Ed. Tecnoprint, Rio.
Um livro que deixou como tributários Rousseau e Goethe, tem o vigor do frágil juvenil ao mais alto feito de superação pela sobrevivência. É punjente, vivaz, e ao mesmo tempo tênue e singelo.
Como diria o primeiro capítulo, Robinson saiu a procura da liberdade. Ia com destino à Africa, partindo do Brasil onde tinha uma plantação de fumo. Nasceu na Inglaterra, em 1632, mas de sobrenome de origem alemã que foi adaptado para o conhecido Crusoe ou Crusoé, como queiram. Seus pais o queriam em uma profissão convencional como a advocacia, por exemplo. Partiu com seus companheiros, aos vinte e sete anos de idade.
Um forte vendaval arrasou a embarcação por 12 dias, estava de pé, todavia bastante avariado e sem condições de seguir. Uma onda os jogou sobre um banco de areia. Ao aperceber-se sozinho em sua nova morada, digno de estar a mercê da morte por fome ou devorado por animais silvestres, melancólico, se pôs a dormir. Ao acordar a primeira reação era ir até o barco para salvar o que pudesse de útil, além de mantimentos, munição, tecidos, dentre outros. Construiu uma frágil jangada e se deparava com a realidade tenaz: alicerçar-se de preparativos para sua longa permanência, de forma digna. Começou por pássaros e aos poucos foi encontrando formas de plantio, meio que por acaso, jogando antigas sementes modafas fora, que brotaram. Passou a domesticar cabras, com paciência, e teve um papagaio como amigo.
Suas primeiras preocupações foram com ataques e chuvas. Construiu uma verdadeira fortaleza natural, com lanças a sua volta, capaz de se sentir um pouco mais seguro. Sabia que precisava de um barco maior para explorar melhor a ilha e aceitar de vez sua condição de remotas chances de voltar ao continente, mas dispunha de parcas ferramentas para tal, o que levaria tempo. Mas tempo era o que ele mais tinha. Fez questão de contar o tempo, registrando o dia em marcas e sabendo os dias da semana e meses. Registrou um pequeno diário, como forma de alívio para seus dias. Adoeceu, teve sonhos ruins, provou carne de tartaruga. Assim, viu passar seu primeiro aniversário ali. Passou a data em profunda meditação.
Aprendeu a gostar da ilha após sua primeira expedição. Apenas lamentava a não existência de companheiros, estabeleceu uma rotina entre caça e cultivo. Encontrou uvas e passou a ter passas também. Conseguiu até fazer especie de farinha para bolinhos e pastéis, levando mais de ano para desenvolver tal técnica. Já no décimo quarto capítulo, após oito anos da permanência, após passar por uma terrível enchente, o barco pesado que construíra anteriormente foi capaz de se lançar ao mar.
Fim da primeira parte. Não deixe de ler a continuação final.
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