Linguística e Filologia: convergências e divergências

Levando em conta que tanto a Linguística como a Filologia utiliza do mesmo objeto de estudo que é a língua, porém deste mesmo objeto retiram essências diferentes. A Linguística ocupa se do estudo da fala de como a língua é usada, ou seja, das suas particularidades. Já a Filologia ocupa se de estudos referente à reconstrução de documentos antigos, para isso e necessário conhecimento prévio da língua referente à época do documento em recuperação. São por este motivo que surge na visão Souza (1993) as divergências entre a Linguística e a Filologia, pois, residem no fato de que a primeira “por força da própria natureza dos fenômenos de que se ocupa, é absorventemente preocupada com a sistematização de seus dados, enquanto a Filologia, também por força da natureza dos fenômenos de que trata, não pode pretender relatar de forma absolutamente sistemática os resultados de suas pesquisas”.

Percebe se assim que há divergência entre filólogos e linguistas (logo, entre Filologia e Linguística), pois a Linguística utiliza como objeto de estudo os diversos falares: rurais, sotaques urbanos, evolução das palavras, é um estudo amplo de influencias de determinados modos. Neste contexto, os filólogos focam seus interesses pelos documentos literários considerados clássicos, pois as formas mais antigas de documentos são literários, testamentos, contratos entre outros.

Desde modo percebemos as diferenças da Linguística e da Filologia, pois a Filologia e a Linguística trabalham sobre o mesmo objeto, considerando a língua como ponto principal, seguindo assim uma metodologia para abordam o seu objeto, com preocupação acerca da observação, para que os resultados das pesquisas e sua publicação sejam os mais completos possíveis. Segundo Souza, a principal diferença entre Linguística e Filologia é que a Linguística importa-se primordialmente com a sistematização de seus dados (mesmo por força da própria natureza dos fenômenos de que se ocupa), e a Filologia não pretende relatar de forma absolutamente sistemática os resultados obtidos nas pesquisas.

Uma diferença fundamental entre as duas ciências está no fato de que a Linguística trabalha sob o ponto de vista da sincronia e tem como prioridade as transformações da língua, e a Filologia prioriza a fala, trabalha sob o pondo de vista da diacronia, dando enfoque à reconstituição de documentos antigos e para isso é necessário ter um conhecimento especifico da língua que esta no documento para o mesmo ser reconstituído de forma mais próxima do real. É importante lembrar que a Filologia se relaciona com outras ciências e áreas diversas, como a História da Literatura, Gramática, Poética, Mitologia, a Linguística, apesar de manter com outras ciências uma relação estreitamente benéfica, nem sempre é considerada útil, pois a Linguística encontra-se autônoma e individualista em relação às demais ciências.

Cabe dizer que a filologia deixava a deseja por tomar apenas a língua escrita como objeto de estudo, esquecendo-se da língua viva, e a língua viva é o objeto de estudo da linguística, porem por mais que a filologia e a linguística têm suas divergências, a pesquisa das duas é de grande colaboração aos estudos da língua.

Conclui se que os caminhos entre Filologia e Linguística ora se encontram, ora se distanciam. A questão central é que cada uma contribui com suas pesquisas para se ampliar os conhecimentos sobre a língua

Referências

A RELAÇÃO FILOLOGIA/LINGÜÍSTICA – trajetória, percalços, impasses e convergências. Disponível em www.cerescaico.ufrn.br/mneme. Acessado em 09 de abril de 2012.

CRISTINA. Altman, FILOLOGIA E LINGÜÍSTICA – OUTRA VEZ.

Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB/SALT). A FILOLOGIA TEXTUAL: O REVELAR DE ASPECTOS DA HISTÓRIA. conceicaoreis@terra.com.br

Jéssica Kur Fuchs
Enviado por Jéssica Kur Fuchs em 09/01/2013
Código do texto: T4075546
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.