OS NEFILINS
 
“ Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para suas mulheres as que dentre todas lhe agradaram. (...) e elas geraram filhos. Estes foram homens possantes e desde há muito afamados.”  Gênesis, 6;2.
                          
Com as filhas dos homens por férteis amantes,
Aqueles anjos rebeldes, como afronta a Deus,
Geraram filhos na terra ─ os fortes gigantes ─
Cópias fiéis dos seus malditos pais Prometeus.



Temíveis ginetes, esses guerreiros orgulhosos,
Se tornaram da lenda os Titãs sobre humanos.
E na Índia geraram aqueles brâmanes vistosos,
Que se tornaram dos homens mestres arcanos.



Eles foram conhecidos como audazes nefilins.
Foi esse nome estranho que o Livro Sagrado,
Deu aos filhos bastardos dos infiéis querubins. 



Foi por eles que a Paz, tão comum nesta terra,
Foi embora para sempre, dando pé ao pecado,

Que é fruto que nasce da violência e da guerra.
 
Comentário:

 
A Bíblia se refere aos Nefilins como sendo uma raça de "anjos caídos" que se desaviram com Deus e promoveram uma rebelião no céu. Segundo uma versão dessa tradição, que consta do Talmud e é referida na Cabala, sendo também bastante explorada no Livro de Enoc, um apócrifo da Bíblia, essa rebelião foi liderada por um arcanjo chamado Lúcifer,  também chamado de Samael, conforme variantes cabalísticas, e uma grande batalha foi travada no céu entre os partidários de Lúcifer e de Deus, sendo as hostes divinas comandadas pelo arcanjo Gabriel. Vencidos os partidários de Lucifer, eles foram expulsos do céu e arrojados na terra, para cumprir um exílio perpétuo. Mas ao aqui chegar encontraram uma espécie humana inculta e selvagem, mais próxima de um estado animalesco do que humano, propriamente dito. Mas suas filhas eram formosas e prolíficas, e eles logo se ficaram atraídos por elas. Então a elas se juntaram e geraram os chamados gigantes que a Bíblia se refere em vários versículos, como por exemplo em Gênesis 6:4. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de  אלהים(os elohins) adentraram às filhas dos homens e delas geraram filhos;estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama."
Assim, os gigantes citados na Bíblia são os descendentes desses conúbios entre os anjos caídos e as filhas dos homens. Em todas as tradições antigas esse mito é encontrado. Na Suméria ele aparece na Epopéia de Gilgamesh; na Índia ela está presente em todas as sagas dos brâmanes que lutam pelo estabelecimento do seu poder na terra(especialmente no Mahabarata, no Ramayana e na Baghavad Guita). Na mitologia grega são frequentes as aparições dos titãs e dos semi deuses, resultados de amores entre deuses e humanos. Hércules, Teseu, Aquiles, os gigantes Atlas, Anteu e Adamastor, o monstruoso Polifemo e outros seres mitológicos são exermplos dessa arquetipia de seres fabulosos que o imaginário dos primeiros povos criou para figurar esses gigantes que, supostamente, teriam sido os civilizadores da espécie humana.
 
A Bíblia não só os cita várias vezes, como, em alguns casos informa como eles eram. Em Números 13:33, lemos que os israelitas, ao entrarem em Canaã, vindos do Egito, viram  “(...) ali os Nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos.”;
E dá também uma informação sobre a genealogia dos Nefelins entre os homens e a sua saga na terra de Canaã. E subindo para o Negebe, vieram até  Hebrom, onde estavam Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Anaque(Ora, Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã, no Egito.)” Números 13:22.;
O livro de Deuteronômio 9:2, dá também uma descrição física desses seres de natureza híbrida, que resultou da conjução entre deuses e homens. Era  “Um povo grande e alto, filhos dos anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido dizer: Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?”;
 
Esse versículo nos dá uma clara pista da fonte que inspirou o cronista bíblico no aporte dessa tradição. É que a palavra anaquim é originária do idioma sumério (encontrada muitas vezes nos textos cuneiformes, como referência aos chamados Anunnakis, seres que, segundo as tradições dos povos mesopo-tâmicos,  vieram do céu e deram início à civilização terrestre.
É ainda no segundo livro de Deuteronômio que iremos encontrar outras referências aos descendentes desses seres extraterrestres, que a Bíblia chama de  Nefelins. Ali se diz que  Antes haviam habitado nela os Emins, povo grande e numeroso, e alto como os Anaquins;Eles também são considerados Refains como os anaquins; mas os moabitas lhes chamam Emins.”   Deuteronômio 2:10,11
 
 
E nas batalhas que se seguiram para a conquista de Canaã por parte do povo de Israel, volta e meia eles esbarravam com esses descendentes bastardos dos anjos caídos. Tanto que em Gênesis, 14:5 lemos que  “Por isso, ao décimo quarto ano veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele ,e feriram aos Refains em Asterote-Carnaim, aos Zuzins em Hão, aos Emins em Savé-Quiriataim; E em Deuteronômio 3:13: “ dei à meia tribo de Manassés o resto de Gileade, como também todo o Basã, o reino de Ogue, isto é, toda a região de Argobe com todo o Basã. O mesmo se chamava a terra dos Refains
 
Flávio Josefo, que se esforçou para dar às tradições judaicas um caráter de verdadeira historicidade, tenta justificar a presença desses gigantes, filhos de deuses e homens, no livro sagrado da sua religião como sendo eles descendentes do odiado Cain(ou seja, os cananeus), indigitado inimigo de Israel desde a aurora dos tempos. Para esse historiador, que viveu cerca de meio século depois de Jesus, os gigantes cananeus, eram “uma raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se vangloriava de calcar aos pés a justica e imitava os gigantes de que falam os gregos." (Antiguidades Judaicas).
Assim, ele nos dá uma clara pista daquilo que muitos historiadores modernos desconfiam, ou seja, de que as histórias bíblicas, principalmente as que se referem aos primeiros tempos da humanidade, nada mais são que metáforas da lutas que o povo de Israel travou pelo controle da Palestina, especialmente contra os povos cananeus, que já ocupavam aquela região, quando os primeiros israelitas lá chegaram.
 
Se houve ou não esses descendentes de homens e deuses na terra na pré-história da nossa civilização, isso será dificil comprovar pois a própria Bíblia diz que essas raças ante  diluvianas foram todas sepultadas pelo dilúvio. E nenhum fóssil, nem dos degenerados descen-dentes deles, que os israelitas comandados por Josué combateram quando conquistaram a Palestina, foi encontrado até agora. Aliás, segundo o livro de Josué, os últimos remanescentes dessa raça amaldiçoada foram exterminados nessa conquista. Lemos em Josué 15:14, que “Calebe expulsou dali os três filhos de Anaque: Sesai, Aimã e Talmai, filhos de Anaque.”
 
De qualquer modo, como já vimos, a tradição de que os gigantes foram os iniciadores da civilização terrestre não é de origem judaica e nem foi a Bíblia o primeiro documento escrito a veiculá-la. Essas tradições já constavam da literatura suméria, que é anterior à Biblia e são referidas entre povos que só modernamente tiveram sua cultura conhecida pelo Ocidente. Nós  encontraremos essas tradições entre os esquimós da Goenlandia, entre os maias, os astecas e os incas, que dizem inclusive que foram tais gigantes que cons-truíram Tihuanaco. Também as encontraremos entre os aborígenes da Nova Zelândia e da Astrália, nas epopéias nórdicas e nas tradições da Índia e da China, como já referido. Com tantas referências não podemos elencá-las como meras superstições que se transfor-maram em lendas e foram apropriadas por povos ainda em sua infância mental para justificar suas origens, como muitos céticos afirmam.
Quem sabe um dia os nossos arqueologos descubram a verdade que está por trás dessas curiosas tradições. Até lá continuaremos especulando e alimentando a nossa fantasia com curiosos trabalhos como o do escritor Zecharia Sitchin que afirma que os nefilins são  habitantes do planeta Nibiru/Marduk, o  desconhecido 9º planeta do nosso sistema solar, que os astronomos da Nasa informaram ter detectado em seus aparelhos. Segundo ele, os sumérios e os maias, sabidamente grandes conhecedores da astronomia já conheciam esse planeta. E será exatamente o alinhamento dele com a terra que provocará o cataclima previsto para 21 de dezembro de 2012. Isso já teria ocorrido outras vezes, e a cada ocorência desse fenômeno a maioria das espé-cies vivas da terra desaparece. Os sobreviventes, modificados em sua estrutura biológica dão origem as novas raças.

Se assim for, que Deus nos ajude, pois já no próximo ano teremos o ínicio de uma nova cepa de seres huma-nos sobre a terra. Que ela seja melhor do que a nossa, eu espero. Isso é o mínimo que podemos esperar: que com o desaparecimento da espécie, desapareçam também os seus vícios.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 21/11/2012
Reeditado em 27/11/2012
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