Análise do livro “OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER”
Os sofrimentos do jovem Werther, publicado em 1774, do alemão Johann Wolfgang von Goethe, é uma das grandes obras da literatura mundial, uma obra que expressa “todos” os sentimentos do autor, narrado pelo próprio personagem, que por sua vez, não se prende a regras de sua época, colocou todas as suas aflições para fora, através de cartas, ressalta de maneira ampla as emoções, os sentimentos individuais em detrimento da razão e do pensamento objetivo. Dá ênfase a valorização da mulher, a qual é a causa de sua tristeza e, ao mesmo tempo de sua alegria, esta se estabelece como um “ser” superior o qual o protagonista quer alcançar e que, sem “pestanejar” torna-se uma paixão obsessiva, Charlotte ou Lotte; representava para Werther o ideal de mulher; culta, erudita, naquele contexto histórico simbolizava a perfeição procurada pelos
homens, aliás ela era preparada para se casar.
Seu vínculo com a natureza servia-lhe de inspiração, tanto na arte
poética quanto nas artes plásticas, seus desenhos eram baseados nas coisas simples da vida, contudo, a natureza é bela, serena (como descrevia o autor) até, Charlotte entrar neste enredo, após a “inserção” de sua amada, a natureza passa a não ter tanta influência sob o protagonista, Werther possuía caráter egocêntrico, onde nada lhe importava, a não ser sua amada. Essa paixão foi sofrida,aniquiladora, e fez com que Werther ficasse alheio a realidade, ou seja, o amor sem medidas foi à causa da perda de sua razão, observa-se o fato do homem, colocar a sua essência em título de nobreza, o que o distanciava também cada vez mais da natureza.
Na tentativa de assimilar Os Sofrimentos do Jovem Werther, com
relação ao enredo de Hamlet, os dois possuem personalidades marcantes, porém, com diferentes características, ambos têm a morte como presença constante, seja sob forma de suicídio ou de homicídio, porém, eles tem por base, diferentes sentimentos, a controvérsia do amor e a vingança. Onde o amor sem medidas fez com que Werther se consumisse aos poucos; Hamlet, por sua vez é dominado por um sofrimento opressivo e raivoso, nessa tragédia onde evidencia-se temas como traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade, (o que de certo ponto lembra-nos de Édipo rei) do ponto de vista de seus amigos ele é visto com um comportamento solitário e que, diante da morte de seu pai prende-se a um luto profundo; já Werther, é um homem que
apesar de morar sozinho, demonstra interesse em ter companhias em sua vida, tem seus objetivos traçados, enquanto Hamlet é um personagem intenso e fortemente marcado pela indecisão "ser ou não ser". Parcialmente como Werther, Hamlet admirava a arte, a arte de representar, onde dissimulava muito bem, a peça trata de um curso de vida na loucura real e na loucura fingida.
A publicação de Werther teve uma repercussão inédita, com um
verdadeiro furor, as pessoas liam sozinhas ou em grupos, decoravam
trechos e os declamavam, dezenas de críticas surgiram em revistas e
jornais além de ter sido modelo para outros livros e rapidamente
traduzido a várias línguas, em termos de vestimenta, foi uma verdadeira
febre de werther”.
Vale ressaltar que esta obra foi “proibida” em virtude das ondas de
suicídios, principalmente de jovens com amores malsucedidos, talvez pelo fato da morte passar a dominar todas as outras fugas, sendo uma forma de escapar das dores eram encontrados com um exemplar do livro. “A literatura do final do século XVIII e início do XIX, classificada
como romântica, teve influências dos acontecimentos políticos e
econômicos vividos na Europa naquele período. É necessário ter em
mente que as revoluções liberais surgiram no Ocidente nessa época. A
Revolução Industrial, na Inglaterra, e seu alastramento pelo continente,
também foi um fator preponderante para a transformação política e
econômica. Alguns críticos dividem a obra caracterizando sua primeira
parte, que vai até o meio do livro, como mais filosófica, e a parte final
como mais descritiva, onde narra os acontecimentos e tormentos com
Lotte”.
(Ana Carolina Machado de Souza)
Com relação ao parágrafo anterior ressalto que, é de fato importante visualizar o contexto histórico em que se dá esta obra de Goethe, e que, esta educação que Charlotte revela ter, transparece uma educação para poucos naquela época, ou seja, não era um privilégio para todas as famílias alemãs e que, o romantismo apresenta-se como uma manifestação burguesa e conservadora; a mulher no movimento romântico é ou era vista como um ser puro, angelical, ao contrário do que se vê nos dias de hoje, correndo o risco de petulância em assimilar com enredos dos dias de hoje, como o “Sherek -filme”,
onde a princesa -moça não possui mais este gênero “angelical” e sim, um modo diferenciado, uma princesa que luta e, deixa de ser aquele ser indefeso, angelical.
Nesta história, onde teve grande repercussão e grande influência na
vida da maior parte de seus leitores, tanto que foi “proibida” por causar tanta influência, leva também, a Alemanha a um patamar de destaque nas discussões estéticas-literárias da Europa, onde instigou também outras obras como: As alegrias do Jovem Werther, propicia, além de outras coisas, uma série de expectativas, ou seja, os leitores se indagam se esta história foi uma invenção do autor ou uma tentativa de fuga do mesmo, contando sua própria
vida. Ou seja, além de fazer as pessoas viajarem juntamente com Werther faz os leitores se indagarem a pensar sobre o enredo cativando cada vez mais. Que surgiram críticas é fato, assim como a maior parte das coisas decorrente da sociedade, entretanto é uma obra que foi publicada em 1774 e até na presente data causa furor entre seus leitores.
BIBLIOGRAFIA:
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