A CIDADE ANTIGA - Fustel de Coulanges.
Da indispensabilidade de se estudarem as mais antigas crenças para bem se conhecerem suas instituições, às Ciências Sociais & Filosofia impõe-se o curso de Direito, buscando conhecer das sociedades as suas origens.
As cadeiras de Direito Romano e de Ciência Política possibilitaram-me o contato com essas fontes de estudo e pesquisa, de que resultou considerável acervo a que devo prestimosa indicação e orientação da mestra e douta Ana Maria Chavianotto. Entre muitas obras às quais ela se referia e indicava, duas não me saem da memória, tendo-as como preciosas aquisições: ROMA, DEMOCRACIA IMPOSSÍVEL? De Norbert Rouland, e A CIDADE ANTIGA, de Fustel de Colanges, esta de que agora me ocupo em breve resenha.
Estudo sobre o culto, o direito, as instituições da Grécia e de Roma, La Cité Antique (1864) é um tratado sobre a civilização Greco-romana, aludindo à religião, política, costumes, instituições, em que o erudito historiador Fustel de Colanges (1830-1889) faz um estudo exaustivo de formação da cultura e Estado clássicos, seu desenvolvimento, dinâmica, características e transformação Greco-romana. Descreve e analisa seu florescimento, ascensão e queda.
A obra compõe-se de cinco livros compilados num só volume, assim dispostos: Livro Primeiro – Crenças antigas. Livro Segundo – A Família. Livro Terceiro – A cidade. Livro Quarto – As Revoluções. Livro Quinto – Desaparece o Regime Municipal.
A crença sobre a alma e sobre a morte; o culto dos mortos; o fogo sagrado; a religião doméstica; a família, o casamento, estas e outras questões pertinentes às inquietações humanas, são expostas e analisadas detalhadamente. Por que se cultuam os mortos? A origem do sepultamento? A formação das famílias, as religiões, a simbologia do fogo sagrado, para tudo isso que ainda cultivamos encontra-se resposta nessa obra.
A comparação entre crenças e leis mostra-nos que as famílias gregas e romanas primitivas foram constituídas por uma religião também primitiva que estabeleceu o casamento e a autoridade paterna, fixou suas linhas de parentesco, consagrou o direito de propriedade e de sucessão. Essa mesma religião, depois de estabelecer e formar a família, instituiu uma associação maior, a cidade, e governou-a com a mesma disciplina que a da família. Da família se originaram todas as instituições, assim como todo o direito privado dos antigos. Da religião tirou a cidade os seus princípios, as suas regras, os seus costumes, a sua magistratura. Porém, com o tempo essas velhas crenças foram modificadas ou desapareceram, e o direito privado e as instituições políticas sofreram idênticas transformações. Surgiu, então, toda uma série de transformações e as revoluções sociais seguiram regularmente as evoluções da inteligência. Muito mais há que se conhecer nessas 418 páginas de leitura fascinante e obrigatória.
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Entre muitas edições, - a quem interessar possa-, a da Martim Claret é muito boa, e a preço bem acessível.
Clique>
http://www.youtube.com/watch?v=2aRC2QksAGE
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Estudo sobre o culto, o direito, as instituições da Grécia e de Roma, La Cité Antique (1864) é um tratado sobre a civilização Greco-romana, aludindo à religião, política, costumes, instituições, em que o erudito historiador Fustel de Colanges (1830-1889) faz um estudo exaustivo de formação da cultura e Estado clássicos, seu desenvolvimento, dinâmica, características e transformação Greco-romana. Descreve e analisa seu florescimento, ascensão e queda.
A obra compõe-se de cinco livros compilados num só volume, assim dispostos: Livro Primeiro – Crenças antigas. Livro Segundo – A Família. Livro Terceiro – A cidade. Livro Quarto – As Revoluções. Livro Quinto – Desaparece o Regime Municipal.
A crença sobre a alma e sobre a morte; o culto dos mortos; o fogo sagrado; a religião doméstica; a família, o casamento, estas e outras questões pertinentes às inquietações humanas, são expostas e analisadas detalhadamente. Por que se cultuam os mortos? A origem do sepultamento? A formação das famílias, as religiões, a simbologia do fogo sagrado, para tudo isso que ainda cultivamos encontra-se resposta nessa obra.
A comparação entre crenças e leis mostra-nos que as famílias gregas e romanas primitivas foram constituídas por uma religião também primitiva que estabeleceu o casamento e a autoridade paterna, fixou suas linhas de parentesco, consagrou o direito de propriedade e de sucessão. Essa mesma religião, depois de estabelecer e formar a família, instituiu uma associação maior, a cidade, e governou-a com a mesma disciplina que a da família. Da família se originaram todas as instituições, assim como todo o direito privado dos antigos. Da religião tirou a cidade os seus princípios, as suas regras, os seus costumes, a sua magistratura. Porém, com o tempo essas velhas crenças foram modificadas ou desapareceram, e o direito privado e as instituições políticas sofreram idênticas transformações. Surgiu, então, toda uma série de transformações e as revoluções sociais seguiram regularmente as evoluções da inteligência. Muito mais há que se conhecer nessas 418 páginas de leitura fascinante e obrigatória.
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