Quase verdade - Jennifer Kaufman e Karen Made
Fui ingenuamente atraída pela expressão "reflexões filosóficas", então terminei não resistindo aos meus primeiros impulsos e comprei esse livro de linda capa, mas muito pobre em narrativa. A empolgação com que iniciei a leitura foi sendo subitamente diluída e transformada em uma tediosa forma de passar o tempo. O livro que tem como título "Quase verdade" foi uma leitura frustrada no que diz respeito às promessas filosóficas que a capa continha.
A narradora personagem é a desinfortunada e tristonha Cassie, uma mulher de trinta anos, que ama lidar com animais e que nunca adquiriu um diploma universitário por dificuldades disléxicas. Desempregada e viúva,- o viúva perde a conotação triste e passa a representar quase um alívio para a protagonista- ela se vê obrigada a falsificar um diploma para conseguir um emprego em uma universidade.
Com uma vida baseada em mentiras e no mórbido comodismo, Cassie é mestre em vitimização. Conner e Freddy são os homens com quem se relaciona ao longo da história, já que o falecido marido já é passado quando ela inicia a narração de sua frustrada rotina.
Alguns pássaros e seus respectivos modos de vida são citados durante a narrativa, entretanto falta paixão na descrição dos mesmos.
A mãe de Cassie é sempre lembrada por ela como uma pessoa calma e com suas crenças mitológicas e no sobrenatural. O relacionamento entre as duas é amigável, mas ainda faltam detalhes que tornariam toda a trama mais real. Tiff é a sua melhor amiga, apesar da amizade das duas se mostrar ao leitor um tanto superficial. Existem outros personagens com menor participação, como: a amarga colega de trabalho, Alisson; a professora Pearce, etc.
Em resumo: a história é um clichê, mas mesmo assim poderia ter sido bem melhor escrito; faltou paixão, arte e a poesia que foi prometida na capa do livro. Quase verdade é só mais um livro que será esquecido na prateleira.