Resenha do livro "O Trovador" de Osiel Ferreira de Belo Horizonte-MG.
A POESIARTE DE UM TROVADOR
Um poeta que mostra em suas palavras o sentimentalismo de um profundo romântico. Um sonhador, um idealista, mas como ele mesmo se auto denomina: um trovador. Seus versos são simples, de fácil leitura. São poemas em boa parte para serem cantados e também encenados.
Osiel trata o seu eu lírico dentro de uma subjetividade voltada a temas como: solidão, religião e saudade. Temas esses que são encontrados nos poetas românticos do séc. XIX.
Vemos isso nos seguintes versos destes poemas:
A Religiosidade nos versos do poema Antiga periferia:
“Lá para o céu ele subiria
E junto de Deus sempre eterno
Para cumprir uma outra profecia
De que ele outra vez voltaria.”
A Saudade nos versos do poema Eu Te Amo:
“Sinto-me como numa sala fria
Escura e tão cheia de saudade
A cama hoje esta tão vazia
Já não tenho mais a felicidade.”
A Solidão nos versos do poema Minha Mulher:
“Não quero mais sentir saudade
E nem mais viver na solidão
Já chega de sentir tanta vontade
E de só viver na desilusão.”
O seu eu lírico também transmite anseios e desejos, através da mulher.
A Mulher nos versos do poema Minha Mulher:
“Você é a mulher que eu tanto quis
É a paixão que eu tanto desejei
Só o teu amor é que me faz feliz
É o sonho mais lindo que sonhei.”
Ele demonstra o seu lado poético em enaltecer o ar da malandragem da periferia e das mazelas da sociedade. Traça um perfil psicológico do ser humano bem no estilo romântico de ser.
O Perfil Psicológico do Ser Humano nos versos do poema O ser humano animal:
“Homem rude, cruel e muito mal.
Destruindo tudo em sua volta
Este é o ser humano animal
É um monstro de tanta revolta.”
Enaltecendo a Malandragem da Periferia nos versos do poema Poeta da periferia:
“Eu sou um poeta da periferia
Apenas mais um digno favelado
Que não perde a esperança de um dia
Ver o meu sonho em fim realizado.”
As Mazelas da Sociedade nos versos do poema Abandono:
“O que vai ser desta criança
Tão só neste mundo cão?”
O erotismo e a metapoesia também são presentes em sua poesia.
O Erotismo nos versos do poema Corpo moreno:
“Quero sentir os teus lábios nos meus
Na loucura de um beijo de amor
Quero sentir os lindos seios seus
Enrijecidos de desejo e calor.”
A Metapoesia nos versos do poema Minha viagem:
“Do meu coração vem esta poesia
De minha alma vem o sentimento
De minha mente vem a fantasia
E do amor os mais lindos momentos.”
Osiel Ferreira Vieira é um trovador, simples em sua linguagem, profundo em seus versos sentimentais. Um Casimiro de Abreu misturado com um D. Dinis do Trovadorismo Medieval Português em junção a um bom poeta da periferia como Bezerra da Silva. Tudo isso se encontra em sua poesia.
Seu pseudônimo é o verdadeiro título desta obra: O Trovador.
O trovador de sonhos. O trovador de versos a desbravar nos caminhos de nossa Literatura.
Rodrigo Octavio Pereira de Andrade.
Membro da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo-RJ.
Membro da Academia de Artes de Cabo Frio-RJ.
Membro Correspondente da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande-RJ.
Cônsul em Cabo Frio-RJ pelos POETAS DEL MUNDO (entidade do Chile)
Cabo Frio 28 de fevereiro de 2009.