BREVE ARTIGO SOBRE "O PROCESSO",
livro DE FRANZ KAFKA
Juliana Valis
Em uma manhã aparentemente corriqueira , Josef K., um jovem procurador de banco, foi surpreendido em sua residência por dois guardas que vieram comunicar-lhe a respeito de um processo que estava sendo movido contra ele. Pensando se tratar de uma brincadeira, Josef K. inicialmente não levou os guardas a sério. Como desconhecia o motivo pelo qual estava sendo processado, K. supôs que tal situação não passasse de uma mera artimanha tramada por seus colegas de banco, a fim de surpreendê-lo. Posteriormente, K. teve encontro com um inspetor que lhe certificou acerca de sua detenção; sem, contudo, esclarecer as razões que norteavam o processo. No dia em que completara 31 anos, Josef K. foi morto à porta de sua casa, desconhecendo completamente os motivos pelos quais havia sido processado durante um ano.
Esse romance de Franz Kafka constitui uma grande crítica metafórica a todos os mecanismos jurídicos que, de fato, demonstram aspectos obscuros e incompreensíveis à maioria da população. É claro que “O processo” de Kafka, certamente instigador como a obra “Metamorfose”, suscita complexos debates acerca das metáforas contidas na história, denotando todas uma certa perplexidade humana. Em rápida abordagem deve-se vislumbrar que Josef K. é um personagem tão verossímil quanto o problema por ele enfrentado diante de labirintos jurídicos e sociais, constantemente vagos ou obscuros.
Ainda hoje, quantos "Josefs k". existirão, andando feito fantoches sob as incertezas da justiça humana ? Certamente, essa obra de Kafka ainda rendará muitas divagações sobre nossa vulnerabilidade diante dos atos jurídicos do Estado, que freqüentemente afronta seus cidadãos.
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