Adeus professor, Adeus professora?
Nas sociedades pós-industriais ocupam lugar central a informação e o conhecimento. Surgem, na esfera da produção e das instituições, novas formas de trabalho, em meio a elas o trabalho intelectual, interativo, e de comunicação. As mudanças abrangem principalmente as escolas e o trabalho dos pedagogos e professores, provocando reformulações no seu papel.O presente livro trata dos dilemas dessas novas realidades, identificando as novas exigências educacionais e, sobretudo, busca pensar teorias sobre a escola e os professores dentro de um projeto evolucional de educação. “Adeus professor, Adeus professora?” trata de questões referentes aos problemas educacionais de nossa época, traz questionamentos sobre inúmeras situações problema vivenciadas pelo educador. Faz uma análise aos meios de comunicação e a informatização, direcionando-nos a raciocinar sobre a importância do professor frente à modernização, e que o profissional de ensino precisa de uma formação continuada e domínio da linguagem informacional. Faz menção de que “todo profissional que atua em práticas de transmissão e assimilação de saberes é, em sentido amplo, um pedagogo”.
O presente livro também faz alusão à aversão que os educadores têm em relação à tecnologia, ora por uma visão tecnicista ora por medo de ser substituído pelo computador (porém não generalizando), no decorrer da leitura podemos concluir que é preciso investir no material humano, ou seja, no profissional que intermedeia o processo de ensino e aprendizagem, o professor, pois segundo Libâneo formar cidadãos participantes “implica articular os objetivos convencionais da escola...às exigências postas pela sociedade comunicacional, informática e globalizada” e entre estas exigências ele cita a “interação crítica com as mídias e multimídias” e o“conhecimento e uso da informática”. Neste processo, o professor tem papel proeminente e, para tanto, dentre as habilidades que deve possuir, o domínio da linguagem informacional e o conhecimento dos meios de comunicação e das multimídias se faz necessário.O autor põe em destaque a atividade crítico-reflexiva dos educandos e dos educadores, e Inclusive nos elucida de que existem alguns educadores que se recusam a admitir as inovações como a técnica do “aprender a aprender”, onde o aluno se torna capaz de pesquisar o assunto a ser discutido na próxima aula espontaneamente sem a utilização de artifícios como “trabalho de casa” ou “trabalho de pesquisa”.
O livro nos elucida que para que haja compatibilidade entre a “variedade” de informações seja por via da mídia televisionada ou por meio da “rede” e a chamada educação formal será necessário adequar o professor à nova conjuntura educacional, mas isso demanda diretrizes básicas: o educador em primeiro lugar deve desejar se adequar, avançar, estar inserido no mundo moderno e tecnológico. O professor do novo milênio precisa antes de qualquer coisa entender que os métodos antigos, são afinal “antigos” e podemos até dizer anacrônicos, a globalização transformou o mundo numa vizinhança onde ao menor “click” no “mouse” você pode ir a qualquer lugar do planeta, onde tudo está acontecendo.
O desafio consiste em fazer com que este profissional do novo milênio seja não o possuidor de “todo conhecimento” o que é impossível, mas que saiba o bastante sobre tudo que existe, não somente sobre sua matéria, mas a níveis de informatização, inovações cientificas e tecnológicas etc., que ele tenha respaldo da direção para fazer cursos, oficinas e participar de seminários onde possa sempre estar em evolução junto com o mundo se atualizando constantemente antes mesmo de incluir o aluno, é preciso incluir o professor. Isto não significa apenas conceder-lhe acesso aos meios de comunicação e tecnologias, mas sobretudo capacitá-lo para o trabalho com estas tecnologias. No entanto, o uso do computador na maioria dos casos restringe-se à preparação de provas no caso de alguns professores, sendo que muitos não utilizam porque não têm tempo ou não têm conhecimento sobre o uso. O antigo profissional que apenas colocava a matéria no quadro está acabando no argumento escrito, mas sua mente tem que estar aberta às novas técnicas; inovações tecnológicas, Internet, softwares etc. aumentar o número de aparelhos nas escolas será quase inútil, se eles forem entregues a professores sem um treinamento prévio, sem um conhecimento anterior de como aproveitar o potencial do computador.A inclusão do professor ao meio digital requer, portanto, o seu treinamento, formação básica sobre o funcionamento do computador, Internet e diversos aplicativos, que lhe seja mostrado como pode aplicar a tecnologia em sala para melhorar a aprendizagem e motivar o aluno, que sejam quebradas barreiras receios, medos, preocupações em relação ao uso do computador, desmistificando informações como a de que o professor será substituído por ele, do uso indistinto e inescrupuloso do computador, para que não sejam reproduzidos os padrões de passividade intelectual e a compreensão de que a “Escola do Futuro não é tecnologia de ponta dentro da sala de aula, e sim preparar a criança para viver o futuro”
Ao meu ver torna-se um pouco confusa a idéia de como avaliar e/ou julgar o profissional do novo milênio, Preocupado em atualizar-se ou parado no século XX? Se admitirmos ao profissional do novo milênio que ele possua meios e oportunidades para se integrar na “nova educação” teremos um profissional altamente habilitado, atualizado e principalmente familiarizado com as inovações na área educacional do século XXI, ou seja com esse ”novo mundo”.
Libanêo trata das novas Técnicas de aprendizagem em sua obra:
Como “aprender a aprender”? por meio de uma maior conexão entre aluno e pesquisa, entre o professor e o material utilizado, com esta união tanto o professor quanto o aluno vão “aprender a aprender”, o aluno procurará respostas para as perguntas do professor e este por sua vez, procurará adquirir muito mais conhecimento para estar ao nível do aluno.
Contudo, como ressalta o autor é necessária uma preparação para exercer o cargo de educador do futuro, através de cursos, oficinas e seminários, teremos um profissional pronto para se adaptar ao mundo tecnológico, aquele que se opuser a esta nova performance de mercado será provavelmente engolido por ele.
Os educadores são unânimes em reconhecer os vários requerimentos que a sociedade nos impõem. A estrutura organizacional da escola básica embora comprometida em suas funções, mantém-se como instituição necessária à democracia. Não há reforma educacional, não há proposta pedagógica sem professores. A escola com que sonhamos é aquela que assegura a todos a formação cultural e científica para a vida pessoal, profissional e cidadã, possibilitando uma relação autônoma, crítica e construtiva com a cultura em suas várias manifestações.
Como um descobridor da era das grandes navegações que pisa o chão de um novo continente inexplorado, este profissional do novo século deverá querer antes de tudo se conectar ao novo sistema e nunca entender que o seu antigo método ainda continua sendo o melhor. O aluno do novo milênio tem uma relação de cumplicidade com seu computador, que o proporciona visitar lugares que ele nunca sonhou, sua mente fica repleta de novas informações que necessitam de ajuda para serem definidas, além é claro da quantidade de informações que os educandos de classes sociais mais desfavorecidas recebem por meio da televisão, não lhes sendo filtrada devidamente e causando uma série de conflitos entre as suas realidades e as realidades expostas ali, por isso a escola sempre será necessária, e o educador, é claro; como menciona o autor, é preciso que haja uma espécie de intermediação entre as informações que os educandos recebem a todo instante seja da forma que for, e o que lhes será realmente necessário para seu aprendizado e evolução, seu desenvolvimento, como educando, como cidadão, como ser humano.
Nossos mestres, são detentores de um conhecimento que, há tempos, cada vez menor, torna-se obsoleto. Por outro lado, convivem com crianças egressas de um meio multimídico com o uso freqüente de computadores. Não é sem razões que os professores sentem-se cada vez mais inseguros, hesitantes em adotar novos procedimentos. Neste sentido, é fundamental atentarmos para os novos paradigmas do educador. Mais do que em qualquer outro tempo da história, o professor precisa ser visto como um facilitador do processo ensino aprendizagem.
Para tal deve realizar uma mudança constante na seleção dos conteúdos, partindo da realidade vivencial dos seus alunos. E o que é indispensável, o professor precisa estar em constante aperfeiçoamento e habilitando-se no uso dos diversos instrumentos modernos. À tecnologia, com sua excludente característica, em relação àqueles que não a adotam, descartando, nesta afirmação, qualquer característica neoliberal, somam-se cada vez mais fatores que incentivam o lançamento de olhares críticos a estes processos tecnológicos, não os considerando apenas como um fenômeno tecnológico, senão como um grande e influente processo social a mudar comportamentos, a exigir novos posicionamentos e a adoção de novas soluções nos processos educacionais.
A reflexão que precisamos fazer é sobre como a humanidade tem se apropriado dessas inovações e se seus benefícios são extensíveis a todas as camadas da população. Neste sentido, lembramos que uma parcela significativa de estudantes já chega à escola com competência para a utilização de muitos dos recursos informáticos e comunicacionais, enquanto que a maioria das crianças se encontra à margem desse processo. Lutar pelo acesso igualitário às tecnologias da informação e comunicação para todo o conjunto de estudantes é a meta almejada, se acreditamos que elas podem ser empregadas para a melhoria da qualidade da educação.E a escola deve viabilizar o contato do aluno com o computador, com a Internet etc e a melhor forma de combater a exclusão digital é investir nas escolas , o principal canal de acesso ao computador para crianças e jovens. O Brasil é um país marcado pela exclusão social e pela marginalização que priva as pessoas de participarem do processo social e de possuírem elementos básicos para a vida como saúde, educação, moradia, lazer. É, portanto, clara a polarização que ocorre em nossa sociedade.A exclusão digital, dessa forma, é um dos muitos aspectos pelos quais a exclusão social se revela. No universo da educação esta realidade não é diferente. Tem-se a exclusão social e, por conseqüência, a digital entre os alunos e mesmo entre os professores, exclusão no meio escolar.
Levando em conta as idéias de Libâneo até aqui expostas, diria que é preciso insistir numa reflexão e ação mais apuradas sobre as diversas faces que envolvem o trabalho escolar. A escola e a prática educacional são alvos de inúmeras intervenções. A todo instante o poder público estabelece normas que, na maioria das vezes, não são cumpridas. Quando muito, formam os “projetos pedagógicos” que não saem do papel. São meros documentos para apresentações oficiais.
Ao contrário dos projetos “impostos” de fora, as iniciativas surgidas nas escolas, se estimuladas, podem criar uma mobilização vigorosa no cotidiano escolar. Podem ser um elemento a mais para a valorização da educação. E podem servir, até, de reflexão para o estabelecimento de políticas voltadas para o sistema educacional. A educação escolar precisa perder a “mania de grandeza”, de falar uma língua que esteja distante de seu público, precisa assumir os seus limites e centrar os esforços em cumprir bem a tarefa de ajudar os alunos a desenvolver os seus conhecimentos. De posse desses, eles terão mais instrumentos para atuar na sociedade em que vivem. Essas “ferramentas”, podem ser fundamentais para a transformação das condições limitadoras da realidade humana. A escola não pode esquecer princípios como esses. Sem o estabelecimento de um diálogo saudável com o “mundo dos jovens”, ela deixará de cumprir um de seus papéis, ou seja, contribuir para a inclusão dos jovens no mundo dos adultos.
O professor, por sua vez, não pode deixar de ter um compromisso profissional, ele precisa assumir que tem uma tarefa importante na sociedade. Não pode mudar o mundo, mas é um elemento fundamental no desenvolvimento cultural da sociedade. Há que se investir numa prática coletiva e solidária, pois só assim o seu trabalho terá sentido. Por fim, diria que a pedagogia não pode se limitar a buscar soluções em outras áreas. Suas flutuações teóricas contribuem para a falta de consistência das diversas propostas de mudanças.
Ao completar a leitura do livro, percebi que a escola e principalmente o professor têm papel determinante para a inclusão de seu aluno, quer seja a digital, quer a social. Já que em muitos casos a escola será o único ponto de contato com o computador. Dessa forma, torna-se indispensável o preparo do professor para trabalhar com seus alunos, para que a tecnologia venha a ser um instrumento eficaz na aprendizagem e para despertar no aluno a necessidade de buscar o conhecimento por si mesmo, de fazer descobertas, de ser crítico e transformador da sua condição e da sociedade.