Minha obra é um cordel - coleção


 
      Das minhas andanças por esse mundo afora, além de encantar os olhos e aquecer o coração com paisagens geográficas e humanas, além da alegria de encontros e reencontros com pessoas queridas, costumo trazer no matulão objetos que digo ser alimentos para a alma, para a minha alma.
     Para essa tarefa sempre arranjo um tempinho num intervalo de almoço, num fim de dia de trabalho e dou um pulinho numa livraria, num sebo ou numa loja de CDs e DVDs, e tenho garimpado verdadeiros tesouros.
     Da minha mais recente viagem a Natal - RN, um achado maravilhoso que tem me ocupado os dias: uma caixa com a obra do Poeta Potiguar, o mossoroense Antônio Francisco, um dos maiores poetas cordelistas brasileiros, que ocupa a cadeira de nº 15 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, assento que já foi do maravilhoso poeta cearense Patativa do Assaré, que dispensa comentários.
     A caixa contendo a coleção Minha obra é um cordel, editada pela IMEPH com patrocínio da Petrobrás, reúne cinco livros: Dez cordéis num cordel só, Por motivos de versos, Sete contos de Maria, Veredas de sombras, O olho torto do rei além de uma caixa especial - Os animais têm razão – Entre cordas e cordéis, contendo a biografia do autor e dois CDs com ele declamando alguns dos seus muitos cordéis.
     Conheci Antônio Francisco e sua escrita na minha passagem por Mossoró, em 2010, quando fui recebida pelas queridas Ângela Rodrigues Gurgel, Márcia Kaline, Antônia Zilma e também o querido Raimundo Antônio. Para abrilhantar mais ainda minha noite (minha mesmo!), estiveram conosco os imortais Mário Gerson e Antônio Francisco, que muito simpaticamente sacou de um livro, autografou e me presenteou.
      Na volta para casa, seu livro Veredas de Sombras me fez companhia no voo e me levou literalmente ás alturas... Chorei sem me conter de emoção diante da beleza daquelas páginas tão cheias de amor humano, de indignação por tantas coisas erradas, mas também de afeto solidário por sua gente, pela natureza, pelo belo e bom da vida.
     A escrita de Antônio Francisco é de uma força surpreendente. Comprovei isso mais uma vez quando a querida Ângela R. Gurgel presenteou Vinícius, meu filho, com A Arca de Noé, um cordel de rara sensibilidade e beleza, em formato de livro infantil, mas com uma mensagem que gente grande precisa ouvir e aprender.
     Prazerosamente, tenho me ocupado nos últimos meses da poesia  na obra reunida do poeta. Tenho carregado no meu matulão um ou outro volume dos livros, me encantado ouvindo vez ou outra sua voz cheia de musicalidade declamando seus cordéis que dão aulas e mais aulas de civilidade, de ética, de consciência cidadã, de história, de sociologia, de política, de economia, de grandeza humana e da boa poesia que genialmente ele faz.
     Os livros do poeta Antonio Francisco são uma viagem fantástica ao mundo da poesia, tão natural, tão próximo de nós que corremos o risco de achar que fazer um cordel é simples, fácil. E, absolutamente, não é!
 
Desse tesouro garimpado por mim um trecho muito especial:

“Pra nós sermos amigos de verdade,
Precisamos amar e querer bem;
Repartir nosso pão pela metade;
Dividir nossos sonhos com alguém;
Plantar uma semente de amizade
No jardim onde nasce a solidão
E dizer no ouvido do ermitão:
Plante um pé de amizade em sua horta!
Amizade é a chave que abre a porta
Do castelo onde mora o coração.”

 
A POESIA DE ANTONIO FRANCISCO*

Em qualquer lista que reúna os grandes nomes da Literatura de Cordel, especialmente os que estão em atividade, não pode faltar o de Antônio Francisco. Mossoroense, Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),Antonio Francisco, nasceu a 21 de outubro de 1949, num bairro chamado Lagoa do Mato. É poeta popular, xilógrafo, compositor e ainda trabalha confeccionando placas. Um dado interessante é que, só após os quarenta anos, ele se dedicou ao ato de escrever. No dia 15 de maio de 2006 tomou posse na Academia Brasileira de Literatura e Cordel - ABLC, na cadeira de número 15, patronímica do poeta cearense Patativa do Assaré.    *(Adaptação da Wikipédia e de fragmento de texto do  http://mundocordel.blogspot.com.br/2007/08/o-cordelista-imortal-de-mossor.html)



O poeta Antônio Francisco e sua gentileza, no encontro dos poetas deMossoró


A bem humorada dedicatória, citando nosso amigo comum