Resenha Livro: CAMINHOS CRUZADOS, Érico Veríssimo
imagem original: minerva.ufpel.edu.br
Certa vez comprei pela internet o livro já usado, de formatação um tanto antiga, e já o li por duas oportunidades. As sagas do velho Veríssimo, sempre com uma pitada de humor negro e uma extra dose de cotidiano e descrições de ambientes, nos surpreende por um tema sagaz e pelos vários núcleos, sem personagens centrais. Foi publicado em 1935, sendo o pelo que consta, o segundo à publico e o terceiro escrito por ele. Em outra oportunidade escreverei a resenha de Incidente em Antares, outra verdadeira obra prima deste autor, mais de final de carreira.
Um livro que narra uma Porto Alegre já sob o domínio do poder burguês e a reflexão psico-social. Com o desenrolar do contra-ponto, Veríssimo escancara suas facetas. Uma certa senhora (esposa de Leitão) chega a ajudar constantemente a igreja apenas como o objetivo de publicidade.
A história é de João Benévolo, sempre na miséria, imaginando a todo momento o que faria se tivesse dinheiro, e Zé Maria que não sendo rico e apoderando-se de uma certa quantia, passa a fazer o possível para adentrar no imaginária dos ricos, dentre desperdícios e farras. O romance de Noel e Fernanda entrelaçam duas famílias, principalmente quando ela tenta tira-lo de seu mundo de literatura, de seu inconformismo com a realidade que não imita os livros, que não consegue superar a arte... O pobre professor Clarimundo do alto de seu apartamento, é alvo de admiração e ao mesmo tempo zombas, já que encerrado, vive seu mundo muito particular.
Escrito em sua solidão abrupta e frenética, como se costume, não há um final derradeiro, apenas estabelecem-se as relações entre o dia-a-dia dos personagens. Existe ao longo do texto, pontos de erotismo e sensualidade. Sabe-se que tudo ocorre em pequeno espaço de tempo e em um ambiente igualmente parco com a dualidade dos temas. Outras marcas interessantes dos personagens: Virgínia e D. Eudóxia (marcadas pelo ódio), D. Dodó (paixão) e Chinita pela infinita paixão (inclusive nos trechos de lesbianismo com Vera, que incitaram a opinião da época).
Nessa convivência dos diferentes, ressalta-se o enredo. Vale a pena conferir, encontrando-se facilmente e-books on-line. Boa leitura e auto-reflexões mais apuradas.
Um livro que narra uma Porto Alegre já sob o domínio do poder burguês e a reflexão psico-social. Com o desenrolar do contra-ponto, Veríssimo escancara suas facetas. Uma certa senhora (esposa de Leitão) chega a ajudar constantemente a igreja apenas como o objetivo de publicidade.
A história é de João Benévolo, sempre na miséria, imaginando a todo momento o que faria se tivesse dinheiro, e Zé Maria que não sendo rico e apoderando-se de uma certa quantia, passa a fazer o possível para adentrar no imaginária dos ricos, dentre desperdícios e farras. O romance de Noel e Fernanda entrelaçam duas famílias, principalmente quando ela tenta tira-lo de seu mundo de literatura, de seu inconformismo com a realidade que não imita os livros, que não consegue superar a arte... O pobre professor Clarimundo do alto de seu apartamento, é alvo de admiração e ao mesmo tempo zombas, já que encerrado, vive seu mundo muito particular.
Escrito em sua solidão abrupta e frenética, como se costume, não há um final derradeiro, apenas estabelecem-se as relações entre o dia-a-dia dos personagens. Existe ao longo do texto, pontos de erotismo e sensualidade. Sabe-se que tudo ocorre em pequeno espaço de tempo e em um ambiente igualmente parco com a dualidade dos temas. Outras marcas interessantes dos personagens: Virgínia e D. Eudóxia (marcadas pelo ódio), D. Dodó (paixão) e Chinita pela infinita paixão (inclusive nos trechos de lesbianismo com Vera, que incitaram a opinião da época).
Nessa convivência dos diferentes, ressalta-se o enredo. Vale a pena conferir, encontrando-se facilmente e-books on-line. Boa leitura e auto-reflexões mais apuradas.
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imagem original: minerva.ufpel.edu.br