O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco

Difícil mas prazeroso

Ele está na lista dos dez livros mais difíceis de ler (http://listverse.com/2010/06/07/top-10-difficult-literary-works/). O autor revelou que foi neste livro que inventou Dan Brown (http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/t ag/umberto-eco-paul-auster-jose-saramago-leya-ben-naparstek/).Apenas estas duas notícias já seriam o suficiente para despertar a curiosidade sobre o que há de exótico em O Pêndulo de Foucault, do italiano Umberto Eco. Acrescente que Eco é meticuloso xiita incansável nas pesquisas preparatórias para os livros que escreve, tendo consultado mais de 1500 manuscritos e documentos antigos sobre sociedades secretas como templários, rosacrucianos, maçons etc. e personalidade famosas como Galileu, Leonardo Da Vinci, Isaac Newton, entre outras. E justamente esta pesquisa extensa é que torna a leitura lenta e complicada – muitas vezes chata e repetitiva – pois muitos títulos e citações pesquisados não são traduzidos para o português, aparecendo em francês, italiano, inglês etc. Mas é também o que torna o livro atraente: a possibilidade de incontáveis documentos e pessoas reais estarem envolvidos em uma teoria de conspiração mundial. Podemos dizer que enquanto muitos escritores tentam superficializar a sua escrita para facilitar a leitura e atingir o máximo de leitores, Eco vai na contramão, selecionando e limitando os seus leitores e forçando-os ao extremo para que a experiência com a leitura seja diferente. Por causa disso, este é o primeiro livro que eu recomendo aos interessados corajosos a antes ler o resumo do enredo (que na Wikipédia é imenso: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_P%C3%AAndulo_de_Foucault_(livro) ) mesmo com spoilers para depois se aventurarem a lê-lo, pois terão um pequeno vislumbre do desafio que enfrentarão.