Relação com a natureza
A relação do Curador com a natureza é tão profunda quanto a do Guerreiro. Ele sabe que nos reinos da natureza estão todos os elementos de cura existentes no universo. Medicamentos, símbolos, rituais, etc. que promovem a cura física e psíquica. Seu respeito pelas árvores é tão grande que ele sente o abate de uma elas como se fosse a morte de um ser humano. Por isso ele planta árvores com a mesma satisfação com que faz um filho.
Há povos indígenas que oferecem suas feridas às árvores para que elas as curem. Essa prática tem origem numa analogia feita com a capacidade que elas têm de regenerar-se quando machucadas. Afirmam que assim suas feridas cicatrizam-se mais rapidamente. Essa é uma prática anímica que se fundamenta na crença de que todas as espécies vivas são, na origem feitas de um mesmo princípio, e comungam das mesmas propriedades. Esse princípio, que Aristóteles chamava de Enteléquia¹,é o que leva o organismo das espécies vivas a buscar a própria cura, sem precisar d elementos externos(medicamentos), o que no mais das vezes, stuam apenas como auxiliares do processo.²
Segundo as tradições xamânicas, a direção do Curador é o sul, onde se encontra a Mãe Terra (a direção dos pés, da mesma forma que o Pai Céu está no Norte, na direção da cabeça).A terra, as plantas, o reino mineral e tudo que a Mãe Terra contém são os componentes da medicina que cura. Tudo que o organismo hu-mano precisa para se curar vem dessa fonte. Por isso o Curador a reverencia. Assim, todas as suas meditações devem estar voltadas para essa posição.
Os animais aliados do Curador são as criaturas de quatro pernas. A estação do Curador é a primavera, por ser a estação da regeneração, da renovação, da esperança e do amor.
O lado sombrio do curador
O lado sombra do Curador se revela pela despreocupação com o bem estar dos outros e pelo descuido com a própria saúde. A figura da vítima, do carente ou do mártir é o principal aspecto sombrio do arquétipo do Curador. Esse aspecto se reflete num estado de dependência e descaso consigo mesmo, que o leva à doença e ao sofrimento.
O Curador deve combater as quatro formas básicas de dependência que se manifestam quando o seu aspecto sombra do está no comando. Essas quatro formas se manifestam através de quatro tipos de dependência que são:
Dependência da intensidade
Esse aspecto se manifesta quando não aplicamos bem o nosso amor, afeto ou amizade. Geralmente ele está presente em indivíduos muito ativos, que não suportam a rotina. Se as coisas demoram muito para acontecer eles se tornam exagerados, dramáticos, sensacionalistas. Podem resvalar para algum tipo de ví-cio, como o alcoolismo, drogas, a prática descontrolada do sexo e outras aventuras perigosas, realizadas apenas para compensar o marasmo.
A busca intensa do prazer sexual é o aspecto sombra do amor, do afeto, da amizade. O remédio para a cura desse aspecto sombrio é amar e relacionar-se bastante, em todos os sentidos, desenvolvendo projetos de mútuo interesse e compartilhando com o parceiro outros aspectos da vida que não apenas o sexo.
.
Dependência da perfeição
Esta forma de dependência manifesta-se quando não conseguimos executar bem as tarefas que nos são confiadas ou não usamos corretamente o nosso poder de cura. O indivíduo com essa dependência tem baixa tolerância a falhas e evita demonstrar fraqueza ou vulnerabilidade. Cinismo e falsidade são a marca desse comportamento. O remédio é o exercício das virtudes fundamentais do Curador que são o amor, a gratidão, o respeito e o valor.
Dependência da sabedoria.
Essa forma de dependência se manifesta quando temos dificuldade para entender alguma coisa. O indivíduo sente-se tolo, inseguro, ignorante. Em razão disso tende a tornar-se crítico, arrogante, desconfiado e controlador´. Protege-se numa capa de cinismo, intolerância e arrogância, para evitar que as pessoas percebam o quanto ele se sente inseguro. O remédio para a cura desse aspecto sombrio é o exercício da humildade e da arte de perguntar.³
Dependência da habitualidade:
Aqui a dependência se manifesta pelo apego a coisas que já não são mais úteis ou métodos que já não dão bons resultados. O indivíduo tende a se tornar pessimista e evitar as experiências inovadoras. Torna-se cético e dogmático e não confia no próprio instinto. A dependência da habitualidade é o aspecto sombra da capacidade de percepção. O remédio para sua cura é o treinamento de todos os sentidos, para ver, ouvir e sentir mais.
_____________________
¹formado pelo prefixo en (o que está dentro), télos (objetivo, realização, acabamento) e o radical do verbo ékhô,(trago em mim, possuo), o vocábulo grego entélékhéia significa a qua-lidade do ser que tem em si mesmo a capacidade de promover o seu próprio desenvolvimento
² Todo médico que se preza sabe que não existe cura quando o doente "não quer" ser curado.Nesse sentido, todo medicamento acaba sendo um mero placebo, quando a "medicina interna" do doente não funciona,
³ Esse é um comportamento bastante observável no trânsito, e principalmene com os homens. Quando se perdem, evitam parar para perguntar porque não conseguem admitir que estão perdidos.
A relação do Curador com a natureza é tão profunda quanto a do Guerreiro. Ele sabe que nos reinos da natureza estão todos os elementos de cura existentes no universo. Medicamentos, símbolos, rituais, etc. que promovem a cura física e psíquica. Seu respeito pelas árvores é tão grande que ele sente o abate de uma elas como se fosse a morte de um ser humano. Por isso ele planta árvores com a mesma satisfação com que faz um filho.
Há povos indígenas que oferecem suas feridas às árvores para que elas as curem. Essa prática tem origem numa analogia feita com a capacidade que elas têm de regenerar-se quando machucadas. Afirmam que assim suas feridas cicatrizam-se mais rapidamente. Essa é uma prática anímica que se fundamenta na crença de que todas as espécies vivas são, na origem feitas de um mesmo princípio, e comungam das mesmas propriedades. Esse princípio, que Aristóteles chamava de Enteléquia¹,é o que leva o organismo das espécies vivas a buscar a própria cura, sem precisar d elementos externos(medicamentos), o que no mais das vezes, stuam apenas como auxiliares do processo.²
Segundo as tradições xamânicas, a direção do Curador é o sul, onde se encontra a Mãe Terra (a direção dos pés, da mesma forma que o Pai Céu está no Norte, na direção da cabeça).A terra, as plantas, o reino mineral e tudo que a Mãe Terra contém são os componentes da medicina que cura. Tudo que o organismo hu-mano precisa para se curar vem dessa fonte. Por isso o Curador a reverencia. Assim, todas as suas meditações devem estar voltadas para essa posição.
Os animais aliados do Curador são as criaturas de quatro pernas. A estação do Curador é a primavera, por ser a estação da regeneração, da renovação, da esperança e do amor.
O lado sombrio do curador
O lado sombra do Curador se revela pela despreocupação com o bem estar dos outros e pelo descuido com a própria saúde. A figura da vítima, do carente ou do mártir é o principal aspecto sombrio do arquétipo do Curador. Esse aspecto se reflete num estado de dependência e descaso consigo mesmo, que o leva à doença e ao sofrimento.
O Curador deve combater as quatro formas básicas de dependência que se manifestam quando o seu aspecto sombra do está no comando. Essas quatro formas se manifestam através de quatro tipos de dependência que são:
Dependência da intensidade
Esse aspecto se manifesta quando não aplicamos bem o nosso amor, afeto ou amizade. Geralmente ele está presente em indivíduos muito ativos, que não suportam a rotina. Se as coisas demoram muito para acontecer eles se tornam exagerados, dramáticos, sensacionalistas. Podem resvalar para algum tipo de ví-cio, como o alcoolismo, drogas, a prática descontrolada do sexo e outras aventuras perigosas, realizadas apenas para compensar o marasmo.
A busca intensa do prazer sexual é o aspecto sombra do amor, do afeto, da amizade. O remédio para a cura desse aspecto sombrio é amar e relacionar-se bastante, em todos os sentidos, desenvolvendo projetos de mútuo interesse e compartilhando com o parceiro outros aspectos da vida que não apenas o sexo.
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Dependência da perfeição
Esta forma de dependência manifesta-se quando não conseguimos executar bem as tarefas que nos são confiadas ou não usamos corretamente o nosso poder de cura. O indivíduo com essa dependência tem baixa tolerância a falhas e evita demonstrar fraqueza ou vulnerabilidade. Cinismo e falsidade são a marca desse comportamento. O remédio é o exercício das virtudes fundamentais do Curador que são o amor, a gratidão, o respeito e o valor.
Dependência da sabedoria.
Essa forma de dependência se manifesta quando temos dificuldade para entender alguma coisa. O indivíduo sente-se tolo, inseguro, ignorante. Em razão disso tende a tornar-se crítico, arrogante, desconfiado e controlador´. Protege-se numa capa de cinismo, intolerância e arrogância, para evitar que as pessoas percebam o quanto ele se sente inseguro. O remédio para a cura desse aspecto sombrio é o exercício da humildade e da arte de perguntar.³
Dependência da habitualidade:
Aqui a dependência se manifesta pelo apego a coisas que já não são mais úteis ou métodos que já não dão bons resultados. O indivíduo tende a se tornar pessimista e evitar as experiências inovadoras. Torna-se cético e dogmático e não confia no próprio instinto. A dependência da habitualidade é o aspecto sombra da capacidade de percepção. O remédio para sua cura é o treinamento de todos os sentidos, para ver, ouvir e sentir mais.
_____________________
¹formado pelo prefixo en (o que está dentro), télos (objetivo, realização, acabamento) e o radical do verbo ékhô,(trago em mim, possuo), o vocábulo grego entélékhéia significa a qua-lidade do ser que tem em si mesmo a capacidade de promover o seu próprio desenvolvimento
² Todo médico que se preza sabe que não existe cura quando o doente "não quer" ser curado.Nesse sentido, todo medicamento acaba sendo um mero placebo, quando a "medicina interna" do doente não funciona,
³ Esse é um comportamento bastante observável no trânsito, e principalmene com os homens. Quando se perdem, evitam parar para perguntar porque não conseguem admitir que estão perdidos.