RESENHA CRÍTICA: O LIVRO NEGRO DO CRISTIANISMO

VALTÍVIO VIEIRA

Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.

SÃO BENTO DO SUL - SC

2010

1. INTRODUÇÃO

O Cristianismo espalhou-se rapidamente pelo Império, principalmente em Roma. Durante o governo de Nero iniciaram-se as perseguições ao cristianismo, que duravam até o governo de Diocleciano. No entanto apesar das perseguições, o cristianismo não parou de crescer desde o seu surgimento.

O Objetivo deste é, demonstrar o passado negro do cristianismo, com a inquisição, as cruzadas e guerras religiosas. O problema é, por que a Igreja Católica matava pessoas em nome de Deus?

Neste estão inseridos, as biografias dos autores do livro, um resumo da obra e a crítica do mesmo livro.

2. RESENHA CRÍTICA: O LIVRO NEGRO DO CRISTIANISMO

Jacopo Fo, nascido em Roma em 31 de Março de 1955, escritor italiano. Começa destacando o Cristianismo ou religião de Cristo nasceu na Judéia durante o reinado de Tibério. Foi primeiro divulgado no Oriente e foi propagado pelo mundo da época pelos Apóstolos, após a morte de Jesus Cristo.

No Império Romano, o cristianismo foi pregado principalmente pelos apóstolos Pedro e Paulo.

O cristianismo não é totalmente original, prega o amor ao próximo, igualdade entre os homens, perdão, oração, penitência. Existem algumas semelhanças com a religião judaica. Afirma a vinda do Messias, Jesus Cristo, assim como sua morte e ressurreição. Sua vida e os fatos são contados nos Evangelhos.

A propagação do cristianismo aconteceu porque tinha um caráter universal, enquanto as outras religiões eram locais. Admitia mulheres no culto e foi oficializado pelo Imperador Teodósio, tornando-se a religião oficial do Estado e espalhando-se por todos os países civilizados da época.

Sua difusão deu-se em grande parte graças a Paulo de Tarso (São Paulo). A princípio o cristianismo, desenvolveu-se em comunidades ou igrejas onde as tarefas e esmolas eram divididas entre todos. Os recursos eram usados para assistir aos pobres, perseguidos, inválidos, órfãos. O agrupamento das comunidades formava uma diocese sob direção de um bispo.

A Igreja Cristã nasceu no final da primavera do ano 30, na festa comemorativa dos judeus, chamada Pentecostes, cinqüenta dias após a ressurreição de Jesus Cristo e dez dias depois de sua ascensão ao céu.

Os discípulos, cerca de cento e vinte, estavam no Cenáculo reunidos unanimemente aguardando o cumprimento da promessa do derramamento do Espírito Santo e, quando a promessa foi cumprida eles foram batizados e a Igreja inaugurada.

O livro de Atos dos Apóstolos, escrito pelo evangelista Lucas, é o único livro que narra a história do progresso e desenvolvimento da Igreja Cristã, antes do terceiro século d.C.

A Igreja Cristã enfrentava problemas internos e externos em todos os períodos de sua história. A Igreja teve que enfrentar o sério problema interno da horesia e resolvê-lo, entre 100 e 313, além de ter, ao mesmo tempo, que resolver o problema externo da perseguição movida pelo Estado romano.

Durante o período em que o cristianismo era visto pelas autoridades romanas como parte do Judaísmo gozou de pouca ou quase nenhuma restrição imperial. Mas logo que foi distinguido do Judaísmo, como “seita” separada e independente, foi classificado como sociedade secreta e considerada como “religio illicita”, isto é, uma religião ilegal, proibida. Os romanos sentiram a estabilidade do Estado ruir quando a lealdade a Cristo foi superior à lealdade ao Estado e a César.

A religião romana era mecânica, externa, politústa e processional, baseada em ritos e práticas palpáveis.

O Cristianismo, por sua vez, não tinha ídolos. Quando se punham de pé e oravam de olhos fechados, suas orações não eram dirigidas a nenhum objeto material e visível. Entretanto, o problema religioso não estava fomentado sob o pilar atéico, mas pelas calúnias e ataques morais suscitadas contra os cristãos. Devido aos sigilosos encontros dos cristãos, o vulgo popular os acusava de incesto, canibalismo e de todas e hediondas práticas contrárias à humanidade.

O populacho afirmava que durante a santa ceia os cristãos matavam crianças e comiam e bebiam em sacrifício a Deus.

Os cristãos mantiveram-se separados dos ajuntamentos romanos dos templos, teatros e lugares de recreação. Esse inconformismo com os modelos sociais vigentes lhes trouxe antipatia jamais conhecida por qualquer grupo inconformista da história. A pureza de suas vidas era uma reprovação silenciosa às escandalosas práticas imorais da sociedade romana. O inconformismo dos cristãos diante dos poderes vigentes levou os pagãos a pensarem que eles eram um perigo para a sociedade e os caracterizavam como “inimigos da raça humana”, capazes de incitar as massas à revolta.

Os fatores políticos, religiosos, sociais e econômicos cooperavam para justificar a perseguição contra os cristãos na mente das autoridades.

Os judeus, principalmente os oficiais do judaísmo, foram os primeiros perseguidores do cristianismo. Somente no governo de Nero (54 – 68) as perseguições partiram do Estado Romano. Essas perseguições foram locais e esporádicas até 250, quando então se tornaram gerais e violentas. Após a morte de Augusto, em 14 d.C., o período imperial costuma ser dividido em duas grandes fases: Alto Império e Baixo Império.

No governo de Tibério (14 – 37), acredita-se que Cristo foi crucificado e Estevão apedrejado. No governo de Cláudio (41 - 54), ocorreu o martírio do apóstolo Tiago, à espada. Já Nero (54 – 68), incendiou Roma, e lançou a culpa sobre os cristãos. Em decorrência desta calúnia, inúmeros cristãos foram perseguidos por cães até morrerem, uns crucificados e outros queimados, outros devorados por leões. Os Apóstolos Paulo e Pedro foram mortos, o primeiro degolado e o segundo crucificado de cabeça para baixo, por não querer morrer da mesma forma que seu mestre Jesus Cristo.

Domiciano (81-96), também perseguiu os cristãos. Nesse período, João, o discípulo amado foi exilado na ilha de Patmos e lançado numa caldeira de azeite fervente e saiu ileso.

Os outros governos que perseguiram os cristãos são + Trajano (98-117 d.C.), Março Aurélio (161-180 d.C.), Sétimo Severo (193-211 d.C.), Décio (248-251 d.C.), Valeriano (253-259 d.C.), Diocleciano (284-305), do qual mandou queimar as escrituras.

Constantino (312-337 d.C.), em 313 promulgou o edito de Milão, concedendo liberdade religiosa aos cristãos no seu império e incentivou e ajudou a construção de Igrejas, em 325 expediu uma exortação geral que obrigou todos os súditos a abraçarem o cristianismo.

Posteriormente surgiram as heresias, dentre as quais destacam-se: os Ebionistas ou Judaizantes, que eram judeu-cristãos (convertidos ao cristianismo) que insistiam na observância da Lei e dos costumes judaicos; O Gnosticismo ou gnósis chegou ao máximo de sua influência em torno do ano 150.

Os gnósticos que acreditavam que a salvação é por meio do conhecimento (gnose), opunham-se à fé simples dos fiéis; maniqueísmo receberam este nome em razão de seu fundador, Mani, durante os séculos III ao VI, para eles Jesus teria sido um grande profeta e teria uma grande missão, mas somente Mani é o mensageiro divino; Montanismo, que deriva de seu fundador Montano, nascido em Ardabau, na Frigia, defendiam que Montano seria o Paráclito prometido (Espírito Santo) e o Arianismo, que procedia do seu progenitor, o presbítero norte-Africano Ário, que nasceu na Líbia. Entre 318 e 323, Ário entrou em conflito com o Bispo Alexandre no tocante à natureza de Cristo, considerava que Cristo não tinha nenhuma relação eterna com o Pai (Deus) e também não poderia ser chamado de Deus-filho.

Houve os sete concílios ecumênicos, que surgiram em razão das controvérsias heresiológicas internas na Igreja.

O primeiro concílio foi de Nicéia (325 d.C.), com o tema, Jesus é Deus verdadeiro, com a mesma essência com o defensor = Atanásio e o Oponente = Ário; o segundo de Constantinopla (381 d.C.), com o tema = Jesus e o Espírito Santo são Deus verdadeiro, onde os defensores foram: Basílio, Gregório de Nissa e Grégorio de Nazianzo e o oponente = Macedônio de Constantinopla; o terceiro em Éfeso (431 d.C.), com o tema = União da duas naturezas de Cristo, com o defensor: Cirilo de Alexandria e o oponente = Nestor de Constantinopla; o quarto de Calcedônia (451 d.C.), com o tema a divindade e a humanidade de Cristo, sem divisão, com o defensor = Leão, o Grande e o oponente Eutico.

Ocorreu o II concílio de Constantinopla (553 d.C.) com o tema = A natureza de Cristo, e o terceiro no mesmo local, tinha como tema = O Monotelismo, em 680 – 681 d.C. e por fim, houve o segundo concílio de Nicéia, em 787 d.C., com o tema = Os Iconoclastas e os Iconódulos.

Havia muita imoralidade papal, principalmente como os papas: Adriano II (867-872), tinha muita corrupção e derramamento de sangue; Sérgio III (904-911), tinha uma amante de nome Marózia; João XI (931-935), filho do Papa Sérgio III com Marózia; Leão X (1.513-1.521), gostava de dar banquetes e divertimentos caros, acompanhados por orgias e bebedeiras. As corte papal era servida ao jantar por doze garotas nuas.

As Cruzadas começaram no período em que a Igreja Ocidental atingiu o seu maior poder com objetivo de conquistar a terra santa visto que a mesma estava sob o domínio dos maometanos. A igreja teve que enfrentar a resistência dos que tinham o domínio desta terra.

O Papa Urbano II proclamou em 1.096, a primeira Cruzada os objetivos eram: derrotar os muçulmanos que ameaçavam Constantinopla; salvar o Império do oriente; unir de novo a cristandade; Reconquistar a Terra Santa; ganhar os céus; combater o avanço do Islamismo. As Cruzadas foram consideradas como uma forma de penitência adequada para certos pecados. Teve sete cruzadas.

No século XII, a Igreja castigava os hereges com o desterro e a prisão. Em 1.231, o Papa Gregório IX cria o Tribunal da Inquisição. A principal função desse tribunal era “inquerir” e punir as doutrinas contrárias aos dogmas da Igreja. O tribunal do Santo Ofício, como passou a ser chamado se estabeleceu na França e na Germânia. A ação do tribunal se estendeu pelos reinos cristãos, muitas pessoas foram mortas, ou seja, queimadas vivas em praça pública, como ocorreu em 1.415, com John Wycliff e João Hus.

Na atualidade a Igreja Católica, tem o problema da pedofilia e do homossexualismo para resolver, que ultimamente muitos padres, bispos e religiosos têm sido presos.

A crítica a obra ocorre pelo fato, de que autoridade tem ou tinha a Igreja em “matar em nome de Deus”, na verdade era medo de perder o poder ideológico sobre as nações, era uma preocupação com a quantidade dos fiéis e não se importavam com o viver santamente a sua religião.

A Igreja Católica tinha medo de ser criticada e duvidada pelas pessoas daquele momento histórico.

3. CONCLUSÃO

Os romanos sempre foram tolerantes com outras crenças e religiões. Apesar disso, alguns imperadores rejeitaram o cristianismo e o consideraram um “perigo público”. Para eles, o cristianismo não era apenas uma nova crença, mas um novo sistema de vida que se contrapunha ao romano.

Cristo pregava o amor, a misericórdia e o perdão = o que importava era levar uma vida virtuosa. Os cristãos rejeitavam os cultos pagãos e se recusavam a reverenciar o imperador com se fosse um Deus.

As Cruzadas mudaram as aspirações sociais de boa parte da população. Antes delas, o ideal de vida era tornar-se santo ou herói. O contato com o luxo do Oriente despertou o desejo de enriquecimento.

A “Santa Aquisição” condenou à morte milhares de pessoas condenando-as a serem queimadas vivas, enforcadas e degoladas em praças públicas.

No início da Idade Moderna, o vínculo religioso que unia toda a Europa se rompeu de forma violenta. A partir de então, católicos e protestantes lutaram durante vários séculos.

REFERÊNCIA

FO, Jacopo. MALUCELLI, Laura. TOMAT, Sérgio. O Livro Negro do Cristianismo: Dois mil anos de crimes em nome de Deus. São Paulo: Ediouro, 2009.

Valtivio Vieira
Enviado por Valtivio Vieira em 22/05/2012
Código do texto: T3681814
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