Resenha Livro - Clássico - ASSIM FALAVA ZARATUSTRA, de Nietzsche
“Also sprach Zarathustra”
“Also sprach Zarathustra”
A versão que li é um e-book com 536 páginas, traduzido do original por José Mendes de Sousa. Escrito em alemão, entre 1883 a 1885 em três volumes, depois condensados, o livro conta as aventuras e histórias de uma espécie de profeta, um mentor espiritual que se deu o nome de Zaratustra pela fundação do Zoroastrismo. É narrada vezes por prosa poética, elencando muito das ideias filosóficas do próprio Friedrich.
Elencava a figura do homem e de seu comportamento social e antropológico, com base em ensinamentos bíblicos, em superstições populares, enfim, na essência de pensamento da época. Na verdade são episódios distintos, tantas vezes satíricos, sempre muito envolventes. O super-homem tantas vezes é narrado como homem-Deus, um ser forte dotado de inúmeras fraquezas ao mesmo tempo, capaz de autodestruir-se com mesquinharias e pensamentos torpes. O interessante são as entrelinhas do livro que exigem bastante atenção e concentração para que o leitor use de sua imaginação e associação dos fatos nas entrelinhas.
Saliento os seguintes trechos: Do pálido delinquente, dos pregadores da morte, a picada da víbora, das tarântulas, do imaculado conhecimento, o adivinho, a hora silenciosa, dos três males, enfim, isso para apenas citar a primeira metade do livro. Auto intitulado um livro para todos e para ninguém, citemos a estrutura básica: O homem se coloca em posição de criador ao romper com Deus, portanto precisa se firmar, construir conceitos sólidos, ideias de vida próprios, baseados no amor. Para tanto, é preciso vencer a si mesmo, superar-se, entender que a vida em si é um desafio. Com seu lado sarcástico e outro libertador, Zaratustra é uma esfinge que vaga lentamente como uma essência, como cita:
"Retornarei com este sol, com esta terra, com esta águia, com esta serpente – não para uma vida nova ou uma vida melhor ou uma vida semelhante – Retornarei eternamente para esta mesma e idêntica vida, nas coisas maiores e também nas menores, para ensinar outra vez o eterno retorno de todas as coisas – para dizer outra vez a palavra do grande meio-dia da terra e do homem, para anunciar outra vez aos homens o supra-homem. Disse a minha palavra, despedaço-me por causa dela: assim o quer a minha eterna sina –, como anunciador pereço! Chegou a hora em que aquele que declina abençoa a si mesmo.”
Ao final, se recolhe em adoração a uma caverna nas montanhas, cita claras alusões a Platão quando escolhe o local onde supostamente encontraria não só abrigo mas sentido em seus pensamentos. É necessário destruir o velho pra que o novo seja criado, para isso Zaratustra afirma que o homem nunca está preparado para suas verdades.
Enfim, uma obra grandiosa, de ampla gama reflexiva, não citei trechos de histórias propriamente ditas porque seriam muitas, dado o volume da obra, e sim para que tivessem uma ideia do quanto vale a pena a leitura desse grande gênio em mais uma de suas obras primas.
Elencava a figura do homem e de seu comportamento social e antropológico, com base em ensinamentos bíblicos, em superstições populares, enfim, na essência de pensamento da época. Na verdade são episódios distintos, tantas vezes satíricos, sempre muito envolventes. O super-homem tantas vezes é narrado como homem-Deus, um ser forte dotado de inúmeras fraquezas ao mesmo tempo, capaz de autodestruir-se com mesquinharias e pensamentos torpes. O interessante são as entrelinhas do livro que exigem bastante atenção e concentração para que o leitor use de sua imaginação e associação dos fatos nas entrelinhas.
Saliento os seguintes trechos: Do pálido delinquente, dos pregadores da morte, a picada da víbora, das tarântulas, do imaculado conhecimento, o adivinho, a hora silenciosa, dos três males, enfim, isso para apenas citar a primeira metade do livro. Auto intitulado um livro para todos e para ninguém, citemos a estrutura básica: O homem se coloca em posição de criador ao romper com Deus, portanto precisa se firmar, construir conceitos sólidos, ideias de vida próprios, baseados no amor. Para tanto, é preciso vencer a si mesmo, superar-se, entender que a vida em si é um desafio. Com seu lado sarcástico e outro libertador, Zaratustra é uma esfinge que vaga lentamente como uma essência, como cita:
"Retornarei com este sol, com esta terra, com esta águia, com esta serpente – não para uma vida nova ou uma vida melhor ou uma vida semelhante – Retornarei eternamente para esta mesma e idêntica vida, nas coisas maiores e também nas menores, para ensinar outra vez o eterno retorno de todas as coisas – para dizer outra vez a palavra do grande meio-dia da terra e do homem, para anunciar outra vez aos homens o supra-homem. Disse a minha palavra, despedaço-me por causa dela: assim o quer a minha eterna sina –, como anunciador pereço! Chegou a hora em que aquele que declina abençoa a si mesmo.”
Ao final, se recolhe em adoração a uma caverna nas montanhas, cita claras alusões a Platão quando escolhe o local onde supostamente encontraria não só abrigo mas sentido em seus pensamentos. É necessário destruir o velho pra que o novo seja criado, para isso Zaratustra afirma que o homem nunca está preparado para suas verdades.
Enfim, uma obra grandiosa, de ampla gama reflexiva, não citei trechos de histórias propriamente ditas porque seriam muitas, dado o volume da obra, e sim para que tivessem uma ideia do quanto vale a pena a leitura desse grande gênio em mais uma de suas obras primas.
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