Resenha Livro: A PATA DA GAZELA, José de Alencar
A cerca de dois anos concluí a releitura de A Pata da Gazela, de José de Alencar, um clássico de nossa literatura, muito interessante o desfecho que nos faz refletir, mas vamos por partes. Temos aqui o velho modelo do triângulo amoroso. Amélia, abastada, era disputada por Horácio e Leopoldo. O primeiro homem de porte e elegância, com uma “tara” que mais tarde iria se revelar. Leopoldo, desprovido de beleza e garbo.
Certa vez em um episódio envolvendo uma sapataria, Horácio encontrou uma bota perdida que julgava ser da amada, digna de seus anseios, que seriam pés de fada. Todavia, descobre mais tarde por um descuido de Amélia que o mesmo, disforme, trata-se um de pé defeituoso, o que chama de aleijão, que os longos vestido da época auxiliavam a disfarçar. Pouco sabia que era um equívoco, a mesma sempre andava acompanhada de sua amiga Laura, e supostamente aí estava o engodo.
Horácio comenta a Leopoldo em uma reunião social sobre o caso do aleijão. O mesmo ao passar do tempo torna-se um homem mais culto e compenetrado, digno do amor da donzela. O fato não abala Leopoldo, tipicamente romântico, que desmistifica o defeito pelo peso do belo sorriso dela. Quando Horácio chega a descobrir seu erro, encontra Leopoldo compromissado com Amélia, que recebe o dito “Leão” esmagando-o com a Pata da Gazela, como a sábia frase já diria. Pode parecer ao leitor algo fútil, dar tanta importância apenas aos pés, mas, a descrição dos lugares, sentimentos e frustrações, narrados magistralmente pelo autor, com um enredo em terceira pessoa que mostra um outro lado da razão humana, é tão boa, tão rica, que vale a pena a leitura. Sua historicidade e além disso audácia em quebrar os padrões de romantismos muito tétricos ou muito melosos, de retratar a alta burguesia com temas confusões amorosas, faz desta um primor de obra, realmente. Um livro de detalhes, ao mesmo tempo com alto grau de suspense, pela identidade da suposta dona da botinha encontrada. Não se sabe ao certo se Alencar desejava denotar uma sátira ao modelo do roteiro, se sabe apenas que premiou em seu texto o verdadeiro amor, em detrimento do estereótipo. Recomendado.
Certa vez em um episódio envolvendo uma sapataria, Horácio encontrou uma bota perdida que julgava ser da amada, digna de seus anseios, que seriam pés de fada. Todavia, descobre mais tarde por um descuido de Amélia que o mesmo, disforme, trata-se um de pé defeituoso, o que chama de aleijão, que os longos vestido da época auxiliavam a disfarçar. Pouco sabia que era um equívoco, a mesma sempre andava acompanhada de sua amiga Laura, e supostamente aí estava o engodo.
Horácio comenta a Leopoldo em uma reunião social sobre o caso do aleijão. O mesmo ao passar do tempo torna-se um homem mais culto e compenetrado, digno do amor da donzela. O fato não abala Leopoldo, tipicamente romântico, que desmistifica o defeito pelo peso do belo sorriso dela. Quando Horácio chega a descobrir seu erro, encontra Leopoldo compromissado com Amélia, que recebe o dito “Leão” esmagando-o com a Pata da Gazela, como a sábia frase já diria. Pode parecer ao leitor algo fútil, dar tanta importância apenas aos pés, mas, a descrição dos lugares, sentimentos e frustrações, narrados magistralmente pelo autor, com um enredo em terceira pessoa que mostra um outro lado da razão humana, é tão boa, tão rica, que vale a pena a leitura. Sua historicidade e além disso audácia em quebrar os padrões de romantismos muito tétricos ou muito melosos, de retratar a alta burguesia com temas confusões amorosas, faz desta um primor de obra, realmente. Um livro de detalhes, ao mesmo tempo com alto grau de suspense, pela identidade da suposta dona da botinha encontrada. Não se sabe ao certo se Alencar desejava denotar uma sátira ao modelo do roteiro, se sabe apenas que premiou em seu texto o verdadeiro amor, em detrimento do estereótipo. Recomendado.
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