13/5 Lugares do Arroio Grande e outras referências

Com o intuito de comemorar os cento e trinta e cinco anos da cidade de Arroio Grande, localizada na Metade Sul do Rio Grande do Sul, foi idealizada a obra literária chamada “13/5 Lugares do Arroio Grande e outras referências”. O livro consta de uma coletânea de crônicas acerca de lugares do município, contadas por autores que têm ou já tiveram alguma ligação com a cidade. A seleção dos autores partiu da Secretaria Municipal de Educação sendo, dos quinze escolhidos, doze especialmente convidados e três selecionados através de concurso. Organizado por Pedro Bittencourt Júnior, a obra conta com as ilustrações do cartunista local Ricardo Freitas da Silva, o "Donga".

Esta coletânea de crônicas inicia-se com o texto intitulado “Os banhos no arroio Grande em Arroio Grande”, escrito por Paulo Luiz Squeff Conceição. Nele, o autor que passou a infância na cidade, relembra os jogos de futebol com os amigos, num campinho a beira do arroio, e os banhos após as partidas. Em “Folguedos de Criança”, Anarolino Silveira Neto fala sobre sua infância passada na Rua Souza Gusmão, os jogos de futebol, os brinquedos fabricados por ele mesmo, e também como, isso tudo agora, está diferente para seus filhos e netos.

O terceiro texto chama-se “Retrato em preto e branco da infância” e foi escrito por Júlio Salaberry Neto, nele o autor faz uma descrição da antiga estação de trem do município que ficava localizada na localidade da Ayrosa Galvão e, como os outros autores, faz uso de suas memórias de infância. A quarta crônica chama-se “Vinte e uma mil cervejas e um bolo inglês...”, o autor é Pedro Jaime Bittencourt Júnior, que conta a história da antiga lanchonete e restaurante Top Set. No texto ele conta as histórias protagonizadas pelos clientes, funcionários e personalidades que passaram pelo estabelecimento durante o período em que este esteve em atividade no centro da cidade.

Para falar da Coxilha do Fogo, Arnóbio Zanottas Pereira escreveu “Saudade não tem preço”, onde descreve e narra as curiosas histórias de antigos moradores desse lugar que fica na zona norte da cidade. A sexta crônica é “Entre dois clubes e a igreja ou O festim diabólico”, onde Paulo Machado Carriconde conta a história real de um baile, organizado por estudantes de uma escola, no Clube do Comércio, que acabou em uma grande confusão, envolvendo até mesmo o padre da cidade.

“Severo Feijó, 176” de André Petry, é o antigo endereço do autor desse sétimo texto, quando passou a infância em Arroio Grande. O autor, que agora reside em Nova York, conta como sua antiga rua lhe parecia a maior do mundo naquele tempo. Sérgio Antônio Silveira Canhada escreveu “Um tranco no sonho”, para falar do antigo restaurante “Acapulco”, seus funcionários, seus clientes e os fatos curiosos ocorridos durante o tempo em que este estabelecimento esteve aberto.

A nona crônica é intitulada “A velha usina” e conta a história da antiga Usina Municipal, antes da chegada das linhas de transmissão da CEEE. Ela foi escrita por João Garcia, cujo pai foi diretor da usina. O próximo texto recebeu o nome de “Uma rua da Bahia em Arroio Grande”, escrito por Amália Pereira, fala sobre o bar “Rua da Bahia” e seu proprietário, que na década de 70 resolveu estilizar sua garagem como uma rua de Salvador, para receber amigos e convidados.

João Félix Soares Neto é o autor de “A Terra da Promissão” a décima primeira crônica da coletânea, que narra a história de Agenor Barros, que com a vinda de uma mineradora de calcário para a localidade de Vila Matarazzo, resolveu vender tudo o que tinha e ir para lá com a família, para abrir uma venda. O autor conta o que ocorreu na vida dessas pessoas após essa mudança e também o que aconteceu na história do município nesse período. O próximo texto é de Antônio Paulo Furtado Ferreira e tem por título “O dia em que a bola rolou na Granja dos Ferreiras”, e conta a história de uma inusitada partida de futebol, organizada na antiga propriedade de seu avô, na década de quarenta do século passado.

Em “A sétima arte na Dr. Monteiro”, Silvio Porto Lima apresenta aos leitores a história do antigo cinema da cidade, o Cine Marabá. Ele conta os momentos marcantes, dos filmes e atores americanos mais famosos e dos shows apresentados no cinema durante as décadas de cinquenta, sessenta e setenta. A penúltima história da coletânea é de autoria de Edu (Caboclo) Damata e é intitulada “O profeta, o mundo e os quatro cavaleiros do apocalipse”, uma crônica sobre a virada do milênio com uma temática apocalíptica, cujo personagem principal é um antigo engraxate surdo-mudo. O autor mistura vários moradores da cidade, com figuras famosas, tais como, o filósofo francês Jean Paul Sartre, o músico Miles Davis e vários outros, numa jornada mística através do espaço e do tempo. Tendo como cenário o chamado “Redondo da Praça”, situado no centro da cidade, na Praça Maneca Maciel, ao redor do monumento onde está a imagem de Nossa Senhora da Graça, padroeira de Arroio Grande.

Finalizando a coletânea há o texto de Amanda Carriconde Duquia, no qual a autora faz uma previsão sobre o futuro da cidade e é intitulado “O Edifício”. Na sua crônica ela fala de um prédio construído, num futuro próximo, no endereço Dr. Monteiro nº 1194-0, onde estava localizado o antigo Cine Marabá.

A obra “13/5 Lugares do Arroio Grande e outras referências” é recomendada a todos aqueles que moram ou já moraram na cidade e também a todos os interessados na sua história. Através desta seleção de crônicas, organizada por Pedro Jaime Bittencourt Júnior, é construído um panorama histórico do Arroio Grande, de pelo menos cinqüenta anos, contribuindo para manter um registro para as futuras gerações do município. O que, segundo seu organizador, é o principal objetivo deste livro.

Daniel Salem
Enviado por Daniel Salem em 01/02/2012
Reeditado em 15/10/2024
Código do texto: T3474018
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