Teste, Operação, Teste-Saída(TOTS)
Se eu estou com fome, procuro alimento. Vou ver o que tenho na minha geladeira ou na minha dispensa. Se o alimento obtido não me satisfaz, procuro outro que me dê o resultado que eu preciso. Se satisfaz, deixo de ocupar-me com aquela exigência e a minha atenção é dirigida para outra coisa. Assim, entre o estado atual (fome) e o estado desejado (satisfação), talvez seja preciso uma série de tentativas, nas quais procurarei sempre me aproximar, o mais possível, do estado desejado.
Raramente um objetivo é atingido na primeira tentativa. Quer dizer: a melhor resposta dificilmente é obtida na primeira vez que tentamos resolver o problema. Como é que sabemos quando o estado desejado foi alcançado? Quando o nosso organismo, como um todo, diz que está satisfeito. É nesse momento que ele sai da experiência trabalhada para se ocupar com a realização de outra. Alimentei-me, estou satisfeito, posso agora ler aquele livro, ver aquele programa na TV ou terminar aquele trabalho.
Esse é o circuito de aprendizagem que o organismo das espécies vivas utiliza para atingir seus resultados. Primeiro determina a necessidade a ser atendida; em seguida faz alguma coisa para atendê-la. Enquanto a satisfação não é sentida, continua fazendo de novo, até reduzir, no máximo possível, a distância entre o estado atual e o desejado.
Mas para sabermos se estamos satisfeitos ou não com um determinado resultado é preciso estabelecer um procedimento de verificação. Se não tivermos um critério para verificar quando estamos satisfeitos com um resultado, entraremos no rol daquelas pessoas que jamais terminam algo, por que sempre encontrarão na obra algum defeito para ser corrigido. Você pode chamar essas pessoas de perfeccionistas; eu as chamaria de inseguras, indecisas, medrosas, pois o que elas têm mesmo é um medo enorme do fracasso.
A escolha de um procedimento de verificação é a parte mais difícil do processo de aprendizagem, pois ela implica numa questão de valor. No caso da minha fome, por exemplo, posso decidir que estarei satisfeito quando consumir determinada quantidade de calorias. Posso treinar meu organismo para se contentar com esse limite ou deixar que ele mesmo, por homeostase,[1] determine o que é necessário para essa satisfação. Já sabemos que a segunda hipótese não é recomendável, pois dietas sem controle podem, muito facilmente, extrapolar quaisquer limites. Obesidade e anorexia estão na ponta desses processos.
Mas, de qualquer modo, eu tenho que estabelecer um padrão para medir isso, ou poderei perder o controle do meu processo de alimentação. De repente posso estar a comer mais do o meu organismo precisa para ficar satisfeito, ou menos do que ele necessita para se manter saudável. Em ambos os casos ficarei doente.
Essa é uma metodologia que vale para todos os procedimentos da vida. Conheci uma pessoa que desejava ardentemente ser pianista e para isso estudou piano a vida inteira. Mas nunca teve coragem de apresentar-se em público por que sempre julgava não estar suficientemente preparado para dar um concerto. Assim há pintores que passam a vida retocando uma tela, escritores que consomem toda existência trabalhando em um único livro, inventores que buscam uma invenção perfeita, etc.
Em PNL o axioma que afirma a inexistência da perfeição não é verdadeiro. A perfeição existe sim e ela ocorre quando se atinge o estado desejado. E o estado desejado é um limite que nós sempre podemos escolher. Isso não significa que esse limite seja estático e deva permanecer para sempre como medida de satisfação. Hoje, com sessenta anos de idade e o tipo de vida que eu levo, uma determinada quantidade de calorias me satisfaz, mas quando eu tinha vinte anos e realizava trabalhos que exigiam muito mais esforço do meu organismo, eu precisava consumir muito mais calorias.
No caso do desempenho humano isso é ainda mais relevante, pois o objetivo da aprendizagem é sempre superar a meta traçada anteriormente. Um livro pode ter muitas edições e em cada uma delas, um aperfeiçoamento pode ser feito. E isso vale para qualquer obra humana, pois nenhuma delas é perene, nenhuma delas é feita para ser eternamente modelada.
Dessa forma, o processo de aprendizagem passa a ser o deslocamento do ser humano entre dois pontos, que podem ser definidos como um estado atual de satisfação, onde uma meta foi atingida, para um estado futuro, ou outra meta, onde essa satisfação possa ser obtida em um grau maior.
Assim, podemos dizer que obter sucesso equivale a vencer a distância que nos separa entre o lugar onde estamos (o estado atual) e o lugar onde queremos chegar ( o estado desejado).
Quando obtemos sucesso em uma resposta dada, a pressuposição é que a operação foi coroada de êxito e o organismo aprendeu a executar o comportamento correto – ou encontrou a estratégia certa – para chegar a um resultado compensador. Significa dizer que ele aprendeu a responder com eficiência. Quando não obtemos sucesso na resposta dada, a pressuposição é que a estratégia utilizada para dar a resposta não foi adequada ao problema apresentado. Ou a natureza do problema não foi compreendida corretamente ( foi estruturado de forma equivocada em nossa mente) ou não soubemos eliciar os recursos adequados para gerar uma resposta eficiente.
Tudo isso faz parte do processo segundo o qual nosso sistema neurológico trabalha para compreender o mundo e dar as respostas que ele requisita de nós. Os psicólogos americanos Miller, Galanter e Priban (Os Planos e a Estrutura do Comportamento – 1960), deram o nome de TOTS a esse processo, (Teste – Operação –Teste – Saída), iniciais do esquema por eles elaborado para demonstrar como o organismo opera na tarefa de aprender a responder. Esse esquema sugere que o objetivo de uma operação de aprendizagem é descobrir qual é a forma mais eficiente para se chegar ao estado desejado.
Resumidamente, seria como se o organismo sentisse necessidade de atingir determinado resultado ( Teste) e para isso tivesse que empreender uma “ação” (Operação). Obtido o resultado, é feita uma “verificação”, que consiste em “medir” a satisfação obtida, (Teste); se a satisfação não atinge um determinado nível, satisfatório para o organismo, conclui-se que o resultado não foi atingido. Em conseqüência, promove-se nova tentativa, alterando-se o procedimento; se o resultado foi atingido, a satisfação foi obtida, a aprendizagem é considerada concluída e o organismo sai em busca de novas experiências. (Saída).
Em outras palavras, trata-se sempre de aprender a aprender.
Se eu estou com fome, procuro alimento. Vou ver o que tenho na minha geladeira ou na minha dispensa. Se o alimento obtido não me satisfaz, procuro outro que me dê o resultado que eu preciso. Se satisfaz, deixo de ocupar-me com aquela exigência e a minha atenção é dirigida para outra coisa. Assim, entre o estado atual (fome) e o estado desejado (satisfação), talvez seja preciso uma série de tentativas, nas quais procurarei sempre me aproximar, o mais possível, do estado desejado.
Raramente um objetivo é atingido na primeira tentativa. Quer dizer: a melhor resposta dificilmente é obtida na primeira vez que tentamos resolver o problema. Como é que sabemos quando o estado desejado foi alcançado? Quando o nosso organismo, como um todo, diz que está satisfeito. É nesse momento que ele sai da experiência trabalhada para se ocupar com a realização de outra. Alimentei-me, estou satisfeito, posso agora ler aquele livro, ver aquele programa na TV ou terminar aquele trabalho.
Esse é o circuito de aprendizagem que o organismo das espécies vivas utiliza para atingir seus resultados. Primeiro determina a necessidade a ser atendida; em seguida faz alguma coisa para atendê-la. Enquanto a satisfação não é sentida, continua fazendo de novo, até reduzir, no máximo possível, a distância entre o estado atual e o desejado.
Mas para sabermos se estamos satisfeitos ou não com um determinado resultado é preciso estabelecer um procedimento de verificação. Se não tivermos um critério para verificar quando estamos satisfeitos com um resultado, entraremos no rol daquelas pessoas que jamais terminam algo, por que sempre encontrarão na obra algum defeito para ser corrigido. Você pode chamar essas pessoas de perfeccionistas; eu as chamaria de inseguras, indecisas, medrosas, pois o que elas têm mesmo é um medo enorme do fracasso.
A escolha de um procedimento de verificação é a parte mais difícil do processo de aprendizagem, pois ela implica numa questão de valor. No caso da minha fome, por exemplo, posso decidir que estarei satisfeito quando consumir determinada quantidade de calorias. Posso treinar meu organismo para se contentar com esse limite ou deixar que ele mesmo, por homeostase,[1] determine o que é necessário para essa satisfação. Já sabemos que a segunda hipótese não é recomendável, pois dietas sem controle podem, muito facilmente, extrapolar quaisquer limites. Obesidade e anorexia estão na ponta desses processos.
Mas, de qualquer modo, eu tenho que estabelecer um padrão para medir isso, ou poderei perder o controle do meu processo de alimentação. De repente posso estar a comer mais do o meu organismo precisa para ficar satisfeito, ou menos do que ele necessita para se manter saudável. Em ambos os casos ficarei doente.
Essa é uma metodologia que vale para todos os procedimentos da vida. Conheci uma pessoa que desejava ardentemente ser pianista e para isso estudou piano a vida inteira. Mas nunca teve coragem de apresentar-se em público por que sempre julgava não estar suficientemente preparado para dar um concerto. Assim há pintores que passam a vida retocando uma tela, escritores que consomem toda existência trabalhando em um único livro, inventores que buscam uma invenção perfeita, etc.
Em PNL o axioma que afirma a inexistência da perfeição não é verdadeiro. A perfeição existe sim e ela ocorre quando se atinge o estado desejado. E o estado desejado é um limite que nós sempre podemos escolher. Isso não significa que esse limite seja estático e deva permanecer para sempre como medida de satisfação. Hoje, com sessenta anos de idade e o tipo de vida que eu levo, uma determinada quantidade de calorias me satisfaz, mas quando eu tinha vinte anos e realizava trabalhos que exigiam muito mais esforço do meu organismo, eu precisava consumir muito mais calorias.
No caso do desempenho humano isso é ainda mais relevante, pois o objetivo da aprendizagem é sempre superar a meta traçada anteriormente. Um livro pode ter muitas edições e em cada uma delas, um aperfeiçoamento pode ser feito. E isso vale para qualquer obra humana, pois nenhuma delas é perene, nenhuma delas é feita para ser eternamente modelada.
Dessa forma, o processo de aprendizagem passa a ser o deslocamento do ser humano entre dois pontos, que podem ser definidos como um estado atual de satisfação, onde uma meta foi atingida, para um estado futuro, ou outra meta, onde essa satisfação possa ser obtida em um grau maior.
Assim, podemos dizer que obter sucesso equivale a vencer a distância que nos separa entre o lugar onde estamos (o estado atual) e o lugar onde queremos chegar ( o estado desejado).
Quando obtemos sucesso em uma resposta dada, a pressuposição é que a operação foi coroada de êxito e o organismo aprendeu a executar o comportamento correto – ou encontrou a estratégia certa – para chegar a um resultado compensador. Significa dizer que ele aprendeu a responder com eficiência. Quando não obtemos sucesso na resposta dada, a pressuposição é que a estratégia utilizada para dar a resposta não foi adequada ao problema apresentado. Ou a natureza do problema não foi compreendida corretamente ( foi estruturado de forma equivocada em nossa mente) ou não soubemos eliciar os recursos adequados para gerar uma resposta eficiente.
Tudo isso faz parte do processo segundo o qual nosso sistema neurológico trabalha para compreender o mundo e dar as respostas que ele requisita de nós. Os psicólogos americanos Miller, Galanter e Priban (Os Planos e a Estrutura do Comportamento – 1960), deram o nome de TOTS a esse processo, (Teste – Operação –Teste – Saída), iniciais do esquema por eles elaborado para demonstrar como o organismo opera na tarefa de aprender a responder. Esse esquema sugere que o objetivo de uma operação de aprendizagem é descobrir qual é a forma mais eficiente para se chegar ao estado desejado.
Resumidamente, seria como se o organismo sentisse necessidade de atingir determinado resultado ( Teste) e para isso tivesse que empreender uma “ação” (Operação). Obtido o resultado, é feita uma “verificação”, que consiste em “medir” a satisfação obtida, (Teste); se a satisfação não atinge um determinado nível, satisfatório para o organismo, conclui-se que o resultado não foi atingido. Em conseqüência, promove-se nova tentativa, alterando-se o procedimento; se o resultado foi atingido, a satisfação foi obtida, a aprendizagem é considerada concluída e o organismo sai em busca de novas experiências. (Saída).
Em outras palavras, trata-se sempre de aprender a aprender.
[1]Homeostase é a propriedade que os organismos têm para encontrarem automaticamente os seus pontos de equilíbrio.
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DO LIVRO "Á PROCURA DA MELHOR RESPOTA"-ED. BIBLIOTECA 24X7- SÃO PAULO, 2009
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DO LIVRO "Á PROCURA DA MELHOR RESPOTA"-ED. BIBLIOTECA 24X7- SÃO PAULO, 2009