A Sabedoria dos Cães
Se previssem, eu diria que era impossível – eu jamais me apaixonaria por um cachorro, quanto mais por dois, mas isso aconteceu. Eu até acreditaria se estivessem falando metaforicamente, porque nós mulheres fazemos escolhas bem estranhas às vezes, mas cachorrinho de quatro patas e dentes afiados? Jamais. Pois aconteceu. E porque faço coisas bem estranhas comprei um livro que se chama A Sabedoria dos Cães. Bem, eu entendi que o livro era de Deepak Chopra, médico indiano autor de best sellers de autoajuda e como li dele As sete leis espirituais do sucesso e gostei, encomendei para minha amiga Nely, lá na Livraria Crepaldi. O livro chegou e a primeira decepção – o livro não é dele, mas sim do filho, Gothan Chopra. Explicando Gothan Chopra com Deepak Choppra. Como para quem sabe ler um pingo é letra acho que não preciso explicar a jogada de Mestre. Deles. Eu caí no golpe, mas que foi maldoso, foi.
Walking Wisdom. Three Generation, Two Dogs and the Search for a Happy Life é o título do original, em Inglês. Depois que comprei Joca e Pongo, qualquer literatura sobre o assunto me interessa. Fascinada com a inteligência dos dois bichinhos que moram aqui em casa, busco uma explicação para entender a alma desses animais tão ligados ao homem por atos de afeto, lealdade e coragem. E vou aprendendo também como funciona a mente dos homens. Deepak Chopra é para mim o mesmo caso do Paulo Coelho. Homem culto, interessante, escreveu um ou dois livros bons que fizeram sucesso e a partir daí tiveram que continuar garimpando no filão já esgotado, em relação à qualidade, mas não ao sucesso. Quem tem fama deita na cama, aprendi cedo na vida e eles também. Para que criar coisas novas e diferentes de boa qualidade se o regular funciona como se fosse ótimo?
Não sei bem a razão do livro ter sido escrito. Os filhos costumam herdar a profissão dos pais e esse caso é evidente – escrever para os Chopra é uma profissão. Pode ter sido escrito também para humanizar a figura de Chopra Pai, colocada em uma forma e de quem se espera um comportamento perfeito. Não sei, talvez o filho estivesse precisando de um empurrãozinho na vida e papai deu.
Quase a metade do livro foi de chove não molha. Depois, aqui e ali, fui pensando coisas boas. Balinhas de sabedoria que de uma forma ou outra adoçaram a leitura. Identificação.
Bastante aborrecida também foi a parte do livro dedicada a Michael Jackson, que na verdade pouco teve a ver com os cães e sua sabedoria. É como se fosse muito importante mostrar que a família Chopra é assim assim com muitos famosos.
Quando li a seguinte frase “Veja se consegue ficar um dia sem reclamar, criticar ou condenar algo coisa. É mais difícil do que parece” ela se tornou marcante – Difícil mesmo. Desde que comecei a ler o livro eu reclamei, critiquei e condenei o livro, seus autores, a editora. Mesmo assim resolvi fazer o teste e fracassei. Geralmente eu não reclamo, critico e condeno em voz alta. Mas em pensamento...
Bem legal também é a visão do (s) autor (es) sobre o amor que une um cão a um ser humano: é um amor sem
fantasias ou expectativas, sem cobranças, discussões sobre a relação, sem ansiedade e coisa e tal. Um amor incondicional, o que raramente acontece com os humanos, porque geralmente amamos outro ser humano mais pela ideia que fazemos dele do que por ele mesmo.
No livro é contada uma história, que está entre aquelas que considero formadoras do meu caráter e que conto aqui mimimalisticamente – um homem sobe uma montanha com outros humanos para um Reino que fica no limiar do Paraíso em busca das bênçãos de Deus. Durante a caminhada todos vão ficando para trás e afinal só sobra um e o cão sarnento. No alto da montanha o homem é recebido por um Deus que lhe comunica que acaba de chegar ao Céu e que é bem vindo. E quando se dirigem para a entrada do Céu o cão é barrado e o homem, mesmo faminto e sedento se recusa a entrar sem o cão. É nesse momento que o cão se transforma em um Deus e o convida a entrar no céu dizendo que a situação tinha sido apenas um teste. É claro que a história aqui narrada tem o toque indiano, a que conheço é mais ocidental, mas não tem pertinência contá-la aqui.
Algumas balinhas que saboreei: Quando morremos abraçamos o mistério da morte/ Tudo o que somos – um conjunto de elementos inflamados por um pouco de energia e um mistério profundo./ Sobre o luto : O fato de conhecermos as regras não nos torna mestres no jogo
.
Considero que a parte mais bonita do livro é a que conta a volta para casa, do autor e sua mulher, após longa permanência na Índia. Eles descobrem que estão ansiosos em voltarem para casa, mas nem casa eles têm e na cidade para onde irão eles não têm nenhuma raiz: a volta para casa será apenas a volta para Cléo, a cachorrinha que os espera. Cléo é o lar deles. E se penso assim é porque estando conosco desde 20 de junho, certamente Joca e Pongo já fazem parte de minha família – sem eles não temos um lar.
Se previssem, eu diria que era impossível – eu jamais me apaixonaria por um cachorro, quanto mais por dois, mas isso aconteceu. Eu até acreditaria se estivessem falando metaforicamente, porque nós mulheres fazemos escolhas bem estranhas às vezes, mas cachorrinho de quatro patas e dentes afiados? Jamais. Pois aconteceu. E porque faço coisas bem estranhas comprei um livro que se chama A Sabedoria dos Cães. Bem, eu entendi que o livro era de Deepak Chopra, médico indiano autor de best sellers de autoajuda e como li dele As sete leis espirituais do sucesso e gostei, encomendei para minha amiga Nely, lá na Livraria Crepaldi. O livro chegou e a primeira decepção – o livro não é dele, mas sim do filho, Gothan Chopra. Explicando Gothan Chopra com Deepak Choppra. Como para quem sabe ler um pingo é letra acho que não preciso explicar a jogada de Mestre. Deles. Eu caí no golpe, mas que foi maldoso, foi.
Walking Wisdom. Three Generation, Two Dogs and the Search for a Happy Life é o título do original, em Inglês. Depois que comprei Joca e Pongo, qualquer literatura sobre o assunto me interessa. Fascinada com a inteligência dos dois bichinhos que moram aqui em casa, busco uma explicação para entender a alma desses animais tão ligados ao homem por atos de afeto, lealdade e coragem. E vou aprendendo também como funciona a mente dos homens. Deepak Chopra é para mim o mesmo caso do Paulo Coelho. Homem culto, interessante, escreveu um ou dois livros bons que fizeram sucesso e a partir daí tiveram que continuar garimpando no filão já esgotado, em relação à qualidade, mas não ao sucesso. Quem tem fama deita na cama, aprendi cedo na vida e eles também. Para que criar coisas novas e diferentes de boa qualidade se o regular funciona como se fosse ótimo?
Não sei bem a razão do livro ter sido escrito. Os filhos costumam herdar a profissão dos pais e esse caso é evidente – escrever para os Chopra é uma profissão. Pode ter sido escrito também para humanizar a figura de Chopra Pai, colocada em uma forma e de quem se espera um comportamento perfeito. Não sei, talvez o filho estivesse precisando de um empurrãozinho na vida e papai deu.
Quase a metade do livro foi de chove não molha. Depois, aqui e ali, fui pensando coisas boas. Balinhas de sabedoria que de uma forma ou outra adoçaram a leitura. Identificação.
Bastante aborrecida também foi a parte do livro dedicada a Michael Jackson, que na verdade pouco teve a ver com os cães e sua sabedoria. É como se fosse muito importante mostrar que a família Chopra é assim assim com muitos famosos.
Quando li a seguinte frase “Veja se consegue ficar um dia sem reclamar, criticar ou condenar algo coisa. É mais difícil do que parece” ela se tornou marcante – Difícil mesmo. Desde que comecei a ler o livro eu reclamei, critiquei e condenei o livro, seus autores, a editora. Mesmo assim resolvi fazer o teste e fracassei. Geralmente eu não reclamo, critico e condeno em voz alta. Mas em pensamento...
Bem legal também é a visão do (s) autor (es) sobre o amor que une um cão a um ser humano: é um amor sem
fantasias ou expectativas, sem cobranças, discussões sobre a relação, sem ansiedade e coisa e tal. Um amor incondicional, o que raramente acontece com os humanos, porque geralmente amamos outro ser humano mais pela ideia que fazemos dele do que por ele mesmo.
No livro é contada uma história, que está entre aquelas que considero formadoras do meu caráter e que conto aqui mimimalisticamente – um homem sobe uma montanha com outros humanos para um Reino que fica no limiar do Paraíso em busca das bênçãos de Deus. Durante a caminhada todos vão ficando para trás e afinal só sobra um e o cão sarnento. No alto da montanha o homem é recebido por um Deus que lhe comunica que acaba de chegar ao Céu e que é bem vindo. E quando se dirigem para a entrada do Céu o cão é barrado e o homem, mesmo faminto e sedento se recusa a entrar sem o cão. É nesse momento que o cão se transforma em um Deus e o convida a entrar no céu dizendo que a situação tinha sido apenas um teste. É claro que a história aqui narrada tem o toque indiano, a que conheço é mais ocidental, mas não tem pertinência contá-la aqui.
Algumas balinhas que saboreei: Quando morremos abraçamos o mistério da morte/ Tudo o que somos – um conjunto de elementos inflamados por um pouco de energia e um mistério profundo./ Sobre o luto : O fato de conhecermos as regras não nos torna mestres no jogo
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Considero que a parte mais bonita do livro é a que conta a volta para casa, do autor e sua mulher, após longa permanência na Índia. Eles descobrem que estão ansiosos em voltarem para casa, mas nem casa eles têm e na cidade para onde irão eles não têm nenhuma raiz: a volta para casa será apenas a volta para Cléo, a cachorrinha que os espera. Cléo é o lar deles. E se penso assim é porque estando conosco desde 20 de junho, certamente Joca e Pongo já fazem parte de minha família – sem eles não temos um lar.