O Seminarista - Uma narrativa urbana de amor, gastronomia e sangue
O ambiente em que as personagens de Rubem Fonseca desfilam são quase sempre os mesmos. Apartamentos, bares, restaurantes, camas e ruas repletas de todos os tipos de pessoas, sejam elas honestas ou não. O clima que o autor cria é algo assustador. Com a linguagem simples e cultura ao extremo, nos fala através de gírias e palavras de baixo calão coisas que outros autores não teriam coragem de dizer.
Sua obra trata dos mais diversos temas. Paixão, morte, amizade, sexo compulsivo, corrupção, seja ela política ou não, e uma infinidade de temas que nos fazem realmente entrar no ritmo alucinante de suas narrativas.
Seus contos, assim como os romances, são lidos com a mesma rapidez com que um criminoso atira com sua Glock, arma que é praticamente personagem principal de O Seminarista.
Nesta obra, Rubem dá ao leitor um livro completamente sanguinário, cheio de morte, romance e acima de tudo, cultura. Ao mesmo tempo em que acompanhamos o caminho repleto de execuções cometidas por Zé, o Seminarista que larga o seminário para trabalhar como matador de aluguel, somos jogados numa discussão sobre literatura e gastronomia alemã.
As execuções são narradas por Zé, que em determinado tempo de sua vida resolve deixar de matar. Seu amor por livros e rock só não é maior do que seu desejo de matar. Porém, ao tentar se aposentar, sua vida começa a se complicar ainda mais. Começa a ser alvo de um esquema em que não pode confiar em ninguém, nem mesmo nele.
Num ritmo frenético, O Seminarista garante aos leitores de Rubem Fonseca horas de contentamento literário de primeiríssima qualidade. Um livro que vale a pena ser comprado, devorado e executado.