Do texto O ÁTOMO de PARTÍCULAS ACRÍLICAS
“Descobre-se tardiamente que, para se ser grande neste mundo mesquinho, deve-se ser pequeno e apenas partícula dele. Isso é fácil...”
 
Da Nota do autor de PARTÍCULAS ACRÍLICAS
“Partículas Acrílicas é um livrete que anda pelos meus bairros antigos, é um livrete que se sente feliz e fala disso quase o tempo todo, um livrete que reclama das “coisas”, que se assombra com as “coisas” e que pouco acredita nas “coisas”; um tanto que pessimista num otimismo exagerado e pouco realista num pessimismo quase trágico”.
 
Da poesia Partículas Acrílicas
“Fui da lua, da rua. Fui maré, istmo, grua; construí tais castelos; instinto, intuição. Criança, infante puro. Fui perfeitos acordes, dissonâncias; matizes diversas; preponderâncias...”
 
Da poesia CONFLITO
“Por poucos minutos, em poucas linhas vem o sono e logo o Sol afugenta a noite. Outro dia invade minha esquizofrênica sensibilidade”.
 
Da poesia NEM TUDO É DIAMANTE
“Um dia mudei teu nome e de tantos outros nomes impróprios me chamastes, quem se feriu? À luz de vela rezamos juntos toda a ladainha do jugo a dois, quem se converteu?”.
 
Da poesia SIMPLES SEGUNDO
“Como trocamos tão rapidamente de amores eternos?! Como se perdem importâncias tão vitais?!”
 
Da poesia PRETENSÃO DE ANCORAR EM VÁRIOS PORTOS
“Não pretendo relê-las. Saudade, emoção, só as do momento presente e assim uma lápide sem inscrições, apenas estive, fui e existi FOREVER...”
 
Da poesia BUCOLISMO
“Vislumbro quimericamente um futuro feliz, talvez seja uma inscrição lapidatória, uma retórica exegética telemetricamente intransitiva, cacos dispersos de uma arranhadura curvilínea, problemas na tomada eutanásica: não foi possível desligá-la!”
 
Da poesia GRATIDÃO
“Hoje recupero terrenos que nunca foram meus. “Inter vivus” e “Causas mortis”. Inventario possessões dispersas, retomo tudo que nunca me fora tomado, conquisto vastos pomares gradualmente”.

Da poesia RETÓRICA
“Incrivelmente por diversas estações percebi teu rosto tranquilo, nas mais distantes rodoviárias. Teus negros cabelos esvoaçantes pelas docas ermas em noites frias; teus mais belos sorrisos”.
 
Da poesia BRIMA
“Genial como transitas entre tantas aspirações. Fôlego! Muito fôlego se tem nessa época da vida. Seja exageradamente feliz. (para uma canceriana com meu sangue)”.
 
Da poesia JURÁSSICO
“A caneta que ainda escreve, os olhos que ainda apalpam e a música que ainda diverte. A pupila que ainda dilata, as mãos que ainda provam e os sons que ainda brilham”.
 
Da poesia FALTAM-TE
“Momento – pelágico! Novas palavras – intensidade! Nevralgias – ante o cálido, quando deveriam as hostes que fósseis fossem”.
 
Da poesia DOCE VENENO
“Nem tanto assim também xiita. Entretanto quero poder às vezes me lembrar, revirar suas fotos, mas nem tanto assim, conquanto que não me desperte amor. Posso até me lembrar e sofrer um pouco, sem choro, sem pranto; idealizar um novo amor, mas não muito; uns tipos só que sejam, mas poucos”.
 
Da poesia JOÃO MARCOS
“Vou te ver ainda grande, vais saber me conhecer. Enquanto isso vou aprendendo com essa saudade conviver”.
 
Da poesia RUBOR
“Eu vi, vermelhas luzes de teus olhos. Quem as fez assim flamejantes?! Urgentes? Inconstantes?”
 
Da poesia INDIGNAÇÃO
“Já parei de lamúrias e esquisitices; acho que cresci um pouco, só um pouco. Ninguém é um nome apenas, ser humano é muito mais que isso, é história e contradições”.
 
Da poesia FOICE
“Todo o rigor a que me impus; o pesado fardo, os cortantes cacos, os tótens, crucifixos, caros fretes, vastos sertões; os espinhos que achei ainda tê-los de pisar: um só lixo que ouso me dispor”.
  
Da poesia PRATICIDADE
“Projeções... previsão profética, meteorológica, astrológica, luas e conjunções; o homem quer saber. Facilitações...”
 
Da poesia FOTÓGRAFO
“Intercalaram-se cores vivas criando cromídeos violetais. Dissolveram-se tintas espessas encharcando papelídeos fetais. Sorriram-se em tons infantis alagando quadriculídeos letais”.
 
Da poesia CONJUNTO DE CÉLULAS
“Minhas contas sempre somaram o que deveria ser subtraído, diminuem do negativo o resto ao ponto de se positivarem e assim da ciência exata torno-me analfabeto convicto... Tirei conclusões fracionárias irrelevantes, me deparei com incógnitas aflitivas e do máximo denominador comum, somente decepcionáveis fatores”.
 
Da poesia LÍQUEN
“O tempo reprocessa-me infindáveis agruras do nácar; devaneio dos ventos nos campos frugais de hortelã; águas gélidas que queimam meus poros docemente e assim suporto entorpecido esse bom momento”.
 
Da poesia NADA DE NOVO NO FRONT
“Já tive que ser o bom menino que tanta bondade não se acreditou e embruteci um pouco com isso”.
 
Da poesia ZONA SUL
“... Me bateu vontade de mandar tudo para o inferno e eu lhe daria o endereço completo, mas nosso inferno não é vosso inferno”.
 
Da poesia FOLHA RETILÍNEA
“... Hipérbole astrofísica tísica metomínia. Ardil metafísico num contexto saturnálico... Como conseguem Vós Mortais Cancerianos viverem tantas histórias?! Muita imaginação...”
 
Da poesia ÁSIA TOUR
“... Quando me alertaram entre o BEM e o MAL, caí da árvore do conhecimento”.
 
Da poesia LACUNAS VAZIAS
“Adapto-me na mesma velocidade que descarto e um pouco de gratidão ainda me mantém bom; poucos rancores, mesmo assim: lacunas... Toda essa sede me apavora!”
 
Da poesia CAUTERIZAÇÃO
“Corre em suas frágeis veias perfeitos canículos a transportarem o plasma, mas já não é um sangue tão igual assim, é o mesmo sangue, mas já não é tão puro como o seu, tão vermelho como o seu, tão limpo e artérias tão desimpedidas como as suas, o meu tem ABSINTO”.
 
Da poesia MÚSCULO
“Não nos ensina a tempo útil, nos permite tropeços, fala-nos em enigmas, hieróglifos; amolece, mói nossos músculos quando estaríamos enfim prontos para o grande salto; envelhece nossa pele quando poderíamos ficar mais bonitos; nos torna criança novamente quando começávamos de verdade a amadurecer”.
 
Da poesia INADVERTIDAMENTE ANTAGÔNICO
“Pomos inasequenciosos divagares; ah! Pútridos frutos anasemênticos. Dilapidatórios esquifes zofrênicos”.
 
Da poesia EXPLOSÃO
“De século em século se passaram letárgicas as minhas horas. Interplanetariamente se portaram meus discos de vinil. Na concepção do trágico me resguardo da vaidade senil. Enveredei-me tão distraído quanto atento: espinhos, cacos, lascas, farpas”.
 
Da poesia COISAS DEBAIXO DO SOL
Já gostei muito do silêncio, quartos úmidos, janelas fechadas, caminhar pelos trilhos de ferrovias extintas, viagem solitária, estradas... Já cansei de tanta escuridão, sensibilidade; cansei de rimar AMOR com DOR; cansei da idiota mania de buscar razões, motivações. Se vive apenas e isso já é muito bom!”
 
Da poesia CAMA DE GATO
“Lhe pediria em algumas ocasiões: - Não leia minhas entrelinhas! Acho que eu facilito, só pode ser...”
 
Da poesia UFA!
“Que Deus conserve essa tua fé, que Deus conserve esse teu método de aplicações práticas, tão simples e de resultados tão imediatos. Não posso explodir assim toda hora, de felicidade, mas tenho motivos para abalos em consideráveis pontos da escala Richter”.
 
Da poesia CINTIOMAS
“Sempre vi seu jeito, tão menina, interessante menina. Novamente minha inquietação, meu lado inquisição. Sempre vi seu senso, sempre li seus lábios”.
  
Da poesia BASICAMENTE UM LAPSO
“... Quando me sentia já tão bem, quando meu sonho real era um sonho utópico dentro de um sonho travesseiro. Bom dia! 20:55...”
 
Da poesia CLARÃO
“Pensar tão embaralhadamente me apraz, como que leptos rumorejares de transcendente paz, ocasionalmente, é claro, privo-me do belo e o torno acidental; fluem-me contemplações jugulares. Remeto meus uivos as desdém que bumeranguemente retornam em silvos lancinantes. Não me intoxico assim tão facilmente”.
 
Da poesia PERDOE MINHA IGNORÂNCIA
“Meus temas são mais simples, menos complexos que o amor. Seria o amor um complexo?!”
 
Da poesia VOCÊ ME ENCONTROU FELIZ
“Você me encontrou feliz, chegou em boa hora. Sou muito melhor quando estou feliz... Passeou curiosa, cheirou minhas coisas, olhou tudo ao redor e decidiu ficar”.
 
Da poesia APARAS
“Me sobrou aquela sensação de paz, aquela desconfiança de que ainda posso ser feliz, simplesmente porque quero ser feliz!”
 
Da poesia EXAUSTÃO
“Funcionalidade, adaptabilidade, multicoloridos flashes, lentes ‘grande-angular’, compromisso com o acaso, conceitualização dos fatos, cuidados excessivos, minas escondidas, muito receio de explodir; enfim, dias lotados de muita emoção, muita razão; aquela coisa de pesar muitas medidas. Paixão também cansa...”
 
Da poesia 23 DE FEVEREIRO DE 2002
“A razão e os motivos, as causas e seus efeitos, a fé, o crer que se acredita perderam-se no arrastar do tempo, tempo que em 23 de fevereiro de 2002 virou uma só loucura. Apenas mais uma...”
 
Da poesia ESSA VAI TER TEU NOME
“Preciso viver um amor e esse amor precisa ter um nome, um rosto. Esse rosto precisa ser o teu! Esse teu nome acho que também já é meu!”
 
Da poesia FÔLEGO
“... Acho que hoje preciso dormir, acordar bem tarde amanhã, pensar seu corpo, pulsar suas batidas, alisar suas pernas indômitas; fôlego para essa vida. Você me deu fôlego para continuar”.
Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 09/05/2011
Código do texto: T2959511
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.