Da nota do autor de MUNDO CARANGUEJO
“Desde minha tenra infância nessa coisa de inventar palavras, formar frases com elas e em muitas ou poucas frases dizer coisas que sinto, penso, que vejo, que acho, que preciso e coisas que acho que preciso”.
 
Da folha de rosto de VILA DA PENHA
“Sensitivo sem ser sensível, temperamental e quanto destemperado, meio poeta sem ser romântico, meio louco sem ser imbecil, meio trágico sem ser comédia, meio nuvem sem ser céu, meio terra sem ser inferno”.
 
Do texto MUNDO CARANGUEJO ou REDOMA
“Coabitei COABS inteiras num mudar-se como Tarzan de cipó em cipó, de história em história, mecânica e insistentemente em busca de minha Jane, onde pudesse então ser abraçado sôfrega e animadamente... Aprendi que sou IMAGEM e SEMELHANÇA de tantos outros sósias... Meu DNA (Desejos Não Alcançados)...”.
 
Da poesia MEFISTOFÉLICO 2
“Me fiz anormal, me fiz diferente, me fiz Mefisto, me fiz bélico, me fiz Mefistofélico!”
 
Da poesia FREQUENTO UM MUNDO DE COISAS SEM SAIR DO LUGAR
“Preciso que inventem uma máquina que, acoplada em meu cérebro me permita reter 5% de tudo que vejo, leio e ouço”.
 
Da poesia EMAGRECI
“Me sinto um pouco mais livre em minhas algemas. Consigo balbuciar melhor em minhas mordaças e mover-me facilmente em minhas camisas-de-força...”
 
Da poesia HANSENÍASE
“Minhas lepras respondem ao toque da agulha!”
 
Da poesia MONSTRO DO LAGO NESS
“Fui nadar no Lago Nesse só de farra e acordei na Lagoa dos Patos; mergulhei na Baía de Guanabara e saí no Mar Morto”.
 
Da poesia MELHOR
“Traças teus planos que traças carcomeram os meus”.
 
Da poesia OU EU QUE NÃO SOU TÃO ÁCIDO
“O sono nos derruba, a sede, a fome, a dor; nossa pele se enruga, caem nossos dentes, nossos cabelos; nossas mentiras viram verdades, nossos sonhos, pesadelos, nossos deuses ilusões...”
 
Da poesia SUPOSTAMENTE “AIROMEN”
“Somos animais que sorriem e ejaculam dentro de outros animais que choram e nos aturam!”
 
Da poesia CUBOS DERRETIDOS
“Percebo a estrela solitária que insiste em brilhar e não sou botafoguense... Sei quando estou na contramão, sei que ainda tenho nessa mão esquerda condição de ser Marcelo ao cubo!”
 
Da poesia FILHO DA CULPA
“Sou filho da culpa, Austregésilo dos ataúdes; ser vídeo de tomos e cenas... pulta dor de culpa!”
 
Da poesia LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO
“Não me aqueça nem tente me gelar, não se aproxime nem tente me afastar, não me encoraje nem tente me desencorajar, não me resguarde nem tente me abandonar... Não diga: não entendo nada! Não diga: eu entendo bem! Não diga: o amor acaba! Não diga que é insegurança, se não eu tropeço também”.
 
Da poesia SINTONIA
“Até que seja completa e perfeita a comunhão, que se acerte em sintonia e direção...”
 
Da poesia FOTO
“Pessoas erradas passam em nossas vidas, não ficam, não conseguem ficar e meus poros, minhas peles se enchem de nomes...”
 
Da poesia TUDO ISSO QUE SOU
“Não sei o que vem primeiro: a causa ou o efeito. Sou peregrino em minhas Compostelas, imagino um mundo perfeito, cenários, telas... Troquei de felicidades como se troca de roupas e sinto que estou perto... Meu Monte Pascoal virou Monte das Oliveiras, fiz todo o gólgota entusiasmadamente e não clamei por meu pai”.
 
Da poesia IN GULA
“Transito entre destroços; mundo indócil e doente; eu mesmo por hora ingurgito lampejos de minha gula e devolvo em poesia minha insatisfação."
 
Da poesia OUVIRAM A PIADA DO IPIRANGA? 1
“Começamos então num coito indisciplinado, índio com negro, amarelo com branco, misturamos costumes e culturas num liquidificador, criamos violência, ódio inconsciente, miséria, clandestinos em nossa própria pátria, sem brasão, sem história, Família Silva e eu deveria ser patriota?”

Da poesia GIRL FRIEND
“Minha paz é um tanto agitada, intransigente. Minha paz é uma liberdade muito livre, muito sã. Minha paz são meus paladares, meus prazeres. Minha paz é meu jeito de ser, minha ignorância... Minha paz são minhas canetas, minhas folhas de celulose. Minha paz são minhas histórias, meus erros, meus acertos. Minha paz são minhas lágrimas, meus gargalhares... Não quero, não posso perdê-la!”
 
Da poesia FEIJÃO
“Nada pessoal, coisas efêmeras, cáusticas. Não é um diário, nem meros desabafos, apenas um tipo de poesia que nada fala além do vazio, de meu próprio ser vazio e concordo, às vezes é bom estar vazio... às vezes, nem sempre; às vezes se sente falta. Mas há o vácuo, a lacuna precisa ser preenchida e minhas lacunas não são de MÚLTIPLA ESCOLHA”.
 
Da poesia DEVERAS, DE VERAS, DE FERAS!
“... Senhor de minhas contradições, dono de minhas importâncias... Deixei que roubassem minha própolis, que operário sou eu?”
 
Da poesia CERTEZA RELATIVA
“... Tenhamos medo, não queiramos o suposto engano dos beijos, transas e dos “eu te amo” ter sido somente superfície, frugalidades vitais e tenhamos quase certeza de foi!”
 
Da poesia ACABEI FONDO
“... Cauterizei-me em minhas acumulativas rebordosas; uma bagagem de sete ou oito carregadores. Eu, sentado num elefante branco, enferrujado; eu, cor de burro quando foge de si mesmo e se encontra...”
 
Da poesia NARCÓTICOS ANTAGÔNICOS
“... Queria um veneno, um pó, um éter, um mascar que me fizesse grande sem nunca ter sido pequeno, que me tornasse sóbrio em meu inebriar, que me vestisse com uma nudez total e pura, que me causasse vontade urgente de uma eterna aventura”.
 
Da poesia CONTINUE
“Fica como uma jura de amor que não se pronuncia, mas se eterniza... Fica como uma súplica que nada pede, mas implora: continue!”
 
Da poesia LOBISOMEM CALVO
“Estou ouvindo uma banda, começa com U e termina com dois”.
 
Da poesia FUI!!!
“Cansei de teus naufrágios, de tantos mares, cansei de Martas, Dalvas, Verônicas, Suzis e Dagmares. Cansei de ficar batendo papo com tuas paredes de pau-a-pique, cansei de trepar em teus corpos corrimões, de ficar por baixo de seus mais altos rodapés, de andar pelado por aí, de comer teu pão bolorado e continuar cheio de fome; cansei de teu nome!”
 
Da poesia TENTANDO CONVIVER COM A PAZ
“Há mil coisas que podem cair em cima de mim, essa cidade é enorme, mil oportunidades de ser feliz. Esse caminho já não é mais tão solitário”.
 
Da poesia MEIO NORMALIDADE, MEIO LOUCURA
“... Preciso da comunicação; cabeças legais como um livro que se devora; dias iguais são sempre muito chatos, o previsível é uma sopa fria e insossa... Ser humano precisa da aventura, da amargura. Ser humano é meio normalidade, meio loucura”.
 
Da poesia QUANDO SE AGRADECE INADVERTIDAMENTE
“... Assim são nossas vidas, resultados de nossas decisões, precipitadas ou não; pensadas, estudas ou não... Creditei esperança num saco furado que ama tanto quanto odeia... Obrigado por ter me dado tanto assunto para poesia... O próximo mais próximo de mim sou eu mesmo. Obrigado pelo teatro de lonas e néon... Me desculpe por ser sério demais com as coisas do amor”.
 
Da poesia COQUETEL
“Para quem tentar me conhecer pelo que escrevo: toda a loucura desse mundo! Não somos assim tão traduzíveis!... Não me iludo com as pessoas, sei que elas mentem, são hipócritas e mesquinhas... Sou muito mais que palavras, vou muito além das letras, sou música também; sou poesia, ironia, sarcasmo; sou poesia”.
 
Do texto SERMÃO DO QUARTO ANDAR
“Bem-aventurados os que se aposentaram com uma boa grana. Bem-aventurados aqueles que enfim encontraram O GRANDE AMOR. Bem-aventurados os que possuem uma memória fraca e se esqueceram das sacanagens que lhe fizeram. Bem-aventurados aqueles que realizaram os mais simples e idiotas sonhos da infância. Bem-aventurados aqueles que possuem poucos, porém, fiéis amigos. Bem-aventurados os que sobreviveram a tantos tropeços e cometeram já todos os erros possíveis a um mortal. Bem-aventurados os que deram a volta por cima e fizeram mil bocas se calarem atônitas e surpresas. Bem-aventurados os teimosos, os insistentes que nunca largaram mão de seus propósitos e objetivos. Bem-aventurados os aventureiros!”
 
Da poesia UM SACO ME ATURAR
“... Esses falos que dormem, mas acordam a qualquer hora; esses gozos que se produzem e te preenchem nessa hora; essas línguas esperantenóides que gemem no ejacular bilhões de zóides”.
 
Da poesia NÃO COSTUMO SER ASSIM POR MAIS DE MEIA HORA
“Será que mereço? Começo, sempre começo achando que o eterno é sempre começo, me conheço”.
 
Do texto ENFIM PERDIDO
“Graças a Deus (a maioria dos perdidos que conheço falam graças a Deus toda hora), sou um dos tais também... Perca-se por aí também, como já dizia Raul Seixas: Se eu não pensasse, eu não sofria tanto”.
 
Da poesia LIGAÇÃO A COBRAR COM NÚMERO DESINIBIDO
“Quando sua fada aparecer pra você, repare primeiro se sua varinha de condão está inteira. Quando seu celular tocar, repare primeiro se a ligação é ou não a cobrar. Quando fizer sinal para uma van ou um ônibus, repare primeiro se há lugar para sentar. Quando resolver a um novo amor se entregar, investigue primeiro se já estás preparada para novas chateações, velhas chateações são muito chatas mesmo!... Procure saber se ele vive na pré-história ou nesse mundo moderno; se ele vive bastante feliz ou um pouco inferno... Aprenda a conviver com novos problemas diferentes dos velhos chatos problemas”.
 
Da poesia ECLECTICISM
“Meu dia-a-dia tem sido meio eclético: Athom heart mother, Wish you were here, The greats hits, Meddle, Sinfonia n° 6 Pastoral, Las criaturas de Prometeo, Las ruínas de Atenas... Meus últimos anos têm sido meio ecléticos: Botafogo, Itanhangá, Santa Cruz, Fraiburgo, Vila da Penha... Minhas últimas vidas têm sido meio ecléticas: Bee Gees, Cat Stevens, Carpenters, Renaissence, James Taylor, Machado de Assis, Jorge Amado, Mário de Andrade, Júlio Verne...”
 
Da poesia EM COMA
“Estou trocando de pele, de rabo, de pêlos, de nome, de cara; de cara... Estou trocando de santas, estou trocando de penas, estou trocando já às tantas, estou trocando de lemas... Estou em coma!”
 
Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 09/05/2011
Código do texto: T2959498
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