O oitavo dia: anunciação

Não sei como descrever esse livro, original, diferente de outros eu conheço. Trata-se de um livro de ficção, mas que incorpora também conceitos filosóficos, científicos, artísticos, místicos, e em suma, de toda a produção cultural humana. Não chega a ser um romance, embora suas estórias apareçam todas encadeadas como elos de uma corrente.

Em certo sentido é um livro de história. O livro começa antes do primeiro dia, antes mesmo da criação. Conta-se que, perguntado sobre o que Deus, um ser eterno, estava fazendo antes do primeiro dia, Santo Agostinho teria respondido: estava fazendo o inferno para colocar quem viesse a fazer esse tipo de pergunta! O livro responde à pergunta que desagradava Agostinho e descreve o que acontecia antes do primeiro dia. Em seguida, ainda retomada a metáfora bíblica da criação, são descritos os seis dias da criação divina.

No sétimo dia o Criador descansa, é a era do homem, de sua criação. Surgem os criadores de mundos e suas obras. A história universal é recontada, não sob a óptica do poder, como o fazem usualmente os historiadores, mas sob o enfoque de um cultivador. É a cultura humana que se destaca sob esse olhar otimista, e não as suas formas de subjugação.

O anúncio da aurora do oitavo dia é a proclamação da libertação do homem.

PS. Ah, o livro é meu, e está aqui:

http://www.virtualbooks.com.br/editora/livros/view/236