O VENCEDOR DOS SONHOS
O VENCEDOR DOS SONHOS
Nossa mente precisa ser educada e orientada por princípios elevados. Devemos nivelar nossos conceitos e ações tendo Deus como referência. Precisamos buscar coisas celestiais, ter a verdadeira visão do futuro e direcionar o pensamento para a atmosfera do céu como se já vivêssemos nessa atmosfera.
Porém, se nutrimos a mente com materialismo humano e coisas superficiais, que não contêm princípios nobres, a resposta para qualquer estímulo celestial é de pouco valor para nós, produzindo mínima mudança em nossa vida. Prova é que a vida que Cristo viveu entre nós pouca influência tem exercido sobre a vida da maior parte dos indivíduos. Por isso Ele e Sua mensagem não são reconhecidos por muitos como sendo a verdade, haja vista que não existe abundância das reservas celestiais na mente da maioria. E o mais importante, porém, é que os sentimentos celestiais fazem parte da nossa essência original, que foi ofuscada por causa do sistema de vida que adotamos após o pecado, mas tínhamos sido criados para amar e apreciar as coisas espirituais.
Quando a nossa essência original de vida se encontra com a realidade da vida que temos vivido, há um choque emocional decorrente do contraste que vemos entre o que poderíamos ser e o que de fato temos sido. Tal choque resulta em insatisfação, depressão, ansiedade, desespero e coisas do gênero, simplesmente pelo fato de que sonhamos com coisas elevadas, mas na vida real somos obrigados a encarar a realidade comum que temos vivido. O resultado é que nossa capacidade de raciocínio lógico vai ficando comprometida e o sonho de uma vida melhor passa a ser encarado como fantasia tola – impossível de ser alcançado. Daí somos tomados de profundo desespero.
Nesse momento a mente está sem os sentimentos imprescindíveis – a esperança, que deve alimentá-la diariamente, e os sentimentos espirituais –, e, por falta desses sentimentos, olhamos profundamente para nós mesmos. Não encontrando então saída, logo respondemos: “Não consigo!”, “Não posso!”, “Isto é impossível!”, “Tenho que encarar a vida dessa maneira, pois nada vai mudar!”.
Na Bíblia, no livro de Romanos, no capítulo 7, versos 15 à 24, o apostolo Paulo diz: “Eu não entendo o que faço porque não faço o que gostaria de fazer. Ao contrário, faço justamente aquilo que odeio (...). (...) e não sou eu quem faz o que não quero, mas o pecado que vive em mim. Pois eu sei que o que é bom não vive em mim, isto é na minha natureza humana”.
O que Paulo diz com esse texto é que sua própria mente ainda não reproduzia a atmosfera do céu; que reproduzir essa atmosfera não fazia parte de sua vida diária até então. Em outras palavras, não se consegue praticar atos santos contando unicamente com a nossa natureza humana, com a mente cheia de consumismo e auto-realização. É esse tipo de natureza que nossa mente tem assimilado como verdade. Por isto, quando nos deparamos com as questões espirituais, ela mostra seu elevado grau de anemia espiritual, pelo que está tão fraca e desprotegida. E o resultado é frustração completa.
Mas o apóstolo Paulo continua: “Ainda que a vontade de fazer o bem esteja em mim, eu não consigo fazê-lo (...)”. E segue: “(...) o pecado que vive em mim (...)”.
Que pecado é esse? Trata-se da mente longe dos princípios espirituais. Trata-se unicamente da mente que tem outra visão de futuro – uma que não é dirigida pelo Espírito Santo. Trata-se de alguém longe de Cristo, vivendo uma vida cujo único fim tem sido produzir atos errados e viver um caminho de insatisfação.
Paulo diz, porém, que uma lei diferente age no meu corpo. Observemos que a essência de Paulo era de princípios espirituais – de amar as coisas celestiais. Todavia, a lei que então governava sua vida era a da natureza humana, que está longe das coisas celestiais. O resultado era desgraça, infelicidade e insatisfação, simplesmente porque se pensamos que podemos ser felizes unicamente alimentando nossa natureza humana, devemos ter em mente que tal é, com absoluta certeza, o caminho do desespero, a frustração e a derrota final.
Observemos, porém, outra vez que Paulo fala de uma lei diferente, a qual lutava contra aquela que sua mente aprovava. Trata-se da lei da essência de Cristo, com a qual todos fomos criados para fazermos o bem e vivermos felizes com pureza no coração, bem como vendo sentindo em praticar coisas celestiais. Tal lei existe dentro do nosso ser. Somos seres criados a imagem de Deus, feitos para amar, viver em paz e desfrutar de eterna satisfação. O que temos visto no mundo atual, porém, não é nada disto. Há uma crise existencial muito grande, a qual nos põe perdidos. Por isso não sabemos o que fazer, como ocorreu também com Paulo, que chegou até a dizer: “Como sou infeliz! Quem me livrará deste corpo que está me levando para a morte?”.
Observemos, caro leitor: Paulo diz que era um homem infeliz, apesar do esforço fora do comum que fazia para ser diferente. Todavia, não conseguia. Onde estava seu erro? Simplesmente na direção em aplicava sua luta. Lutava contra a natureza humana, quando devia lutar para nutrir a essência de Cristo e despertar o sentimento espiritual dentro de sua mente. Portanto, usando o erro de Paulo com lição, devemos criar gosto pelas coisas espirituais, aprendendo a amar o céu e a ter o paraíso como uma realidade absolutamente possível, bem como alimentar nossa mente com cenas puras e eternas. Logo, tal deve ser a direção do nosso viver: Nutrir nossos pensamentos com o que o Deus nos apresenta de melhor, não com as ilusões deste mundo.
Portanto Paulo lutou da maneira correta e transformou-se em um vencedor.
texto do livro Deus ensina-me a viver
de Edison raupp