RESENHA DE "CRIME E CASTIGO", DOSTOIÉVSKI
A tradução deste exemplar de “Crime e Castigo” é assinada por Ivan Petrovitch e Irna Winsk Ribeiro. Realizada diretamente do idioma nativo (russo), seu título original é “Prestuplene i Nakazanie“. Como ultrapassa 400 páginas, o livro pertence à “Série Ouro” da editora Martin Claret, que também apresenta títulos como “Leviatã”, de Thomas Hobbes; “Os Sertões”, de Euclides da Cunha; “Drácula” de Bram Stoker; "O Primo Basílio", de Eça de Queirós; "O Vermelho e o Negro", de Stendhal; “O Idiota” e “Os Irmãos Karamazovi”, ambos do mesmo autor deste livro, Fiodor Dostoievski.
A história de “Crime e Castigo” é protagonizada por Rodiôn Românovitch Raskólnikov, um estudante universitário de São Petersburgo, Rússia. O rapaz abandona os estudos por não ter condições de sustentar-se, e logo se vê prestes a perder sua moradia, por falta de pagamento do aluguel. Raskolnikóv, então, decide matar a agiota da cidade, a fim de roubar seus pertences. O livro prossegue com o sentimento de culpa arrastado por Raskólnikov, sua conturbada relação com a família e amigos e os tensos diálogos na polícia. A leitura de “Crime e Castigo” transmite sensações de consternação pelo ambiente vivido pelo jovem ex-universitário, surpresa pela sua motivação criminal e repulsa pelo temperamento torpe e doentio de alguns personagens. A maior parte da obra é dedicada ao castigo de Raskólnikov, o qual é aplicado lentamente através de seus medos, ânsias e devaneios.
A essência do livro é uma metáfora do lado vil e conflituoso da mente humana. Dostoievski narrou a saga de Raskólnikov majoritariamente por um ângulo pessimista, em que o sofrimento do personagem é constantemente enfatizado. Ler “Crime e Castigo” é uma maravilhosa depressão, um saboroso sofrimento e uma excelente aflição. A narrativa é ligeiramente eufemista, poupando o leitor de termos vulgares. Os diálogos são rebuscados e contribuem com a nebulosa atmosfera da obra. Um dos maiores romances da literatura russa, “Crime e Castigo”, de Fiódor Mikhailovich Dostoievski (1821 – 1881), é obrigatório a leitores de filosofia, antropologia, sociologia ou simplesmente amantes de críticas sociais.