Einstein o Enigma da Matemática

1 REFERÊNCIA

ROHDEN, Humberto. Einstein o Enigma da Matemática. 3. Ed. São Paulo : Editora Alvorada, 1980. 239 p.

2 DADOS SOBRE O AUTOR

- Formou-se em Ciências, Filosofia e Teologia em Universidades da Europa – Innsbruck (Áustria), Valkenburg (Holanda) e Nápoles (Itália).

- De regresso ao Brasil, trabalhou como professor, conferencista e escritor. Publicou mais de 60 (sessenta) obras sobre ciência, filosofia e religião. Vários livros foram traduzidos em outras línguas, inclusive o Esperanto; alguns existem em Braille, para institutos de cegos.

- De 1945 a 1946 conviveu com Albert Einstein e lançou os alicerces para o movimento de âmbito mundial da “Filosofia Univérsica” na Universidade de Princeton, New Jersey, (Estados Unidos).

- Em 1946 foi convidado pela “American University” para reger as cátedras de Filosofia Universal e de Religiões Comparadas.

- Durante a última Guerra Mundial foi convidado pelo “Bureau of Inter-American Affairs”, de Washington, para fazer parte do corpo de tradutores das notícias de guerra, do inglês para o português.

- Fundou em Washington (Estados Unidos), o “Brazilian Center”, centro cultural brasileiro, com o fim de manter intercâmbio cultural entre os dois países.

- Em São Paulo foi nomeado professor de filosofia na Universidade Mackenzie, cargo do qual não tomou posse.

- Em 1952, fundou em São Paulo a Instituição Cultural e Beneficente “Alvorada”, que mantém cursos permanentes sobre Filosofia Univérsica e Filosofia do Evangelho.

- Atualmente reside em São Paulo, onde inspira e orienta culturalmente a “Fundação ALVORADA para o Livro Educacional”, cujo programa de expansão está recebendo total apoio dos Poderes Constituídos e de grupos afins com a filosofia univérsica.

OBRAS DO AUTOR:

- O Pensamento Filosófico da Antigüidade

- A Filosofia Contemporânea

- O Espírito da Filosofia Oriental

- Filosofia Cósmica do Universo

- O Sermão da Montanha

- Assim Dizia o Mestre

- O Triunfo da Vida sobre a Morte

- Nosso Mestre

- O Quinto Evangelho – Tomé (tradução)

- De Alma para Alma

- Ídolos ou Ideal?

- Escalando o Himalaia

- O Caminho da Felicidade

- Novos Rumos para a Educação

- Deus

- Em Espírito e Verdade

- Em Comunhão com Deus

- Cosmorama

- Porque Sofremos

- Problemas do Espírito

- Lampejos Evangélicos

- Panorama do Cristianismo

- Lúcifer e Logos

- Evangelho ou Teologia?

- A Grande Libertação

- Pelo Prestigio da Bíblia

- Novo Testamento (tradução do texto grego)

- Bhagavad Gita (tradução)

- Setas na Encruzilhada

- Entre dois Mundos

- Minhas vivências na Palestina, no Egito e na Índia

- Filosofia da Arte

- A Arte de Curar pelo Espírito (tradução)

- Orientando

- Que vos Parece do Cristo?

- Educação do Homem Integral

- Dias de Grande Paz (tradução)

- O Drama Milenar do Cristo e do Antecristo

- Luzes e Sombras da Alvorada

- Roteiro Cósmico

- Imperativos da Vida

- Metafísica do Cristianismo

- Profanos e Iniciados

- A Voz do Silêncio

- Tao Te King (tradução)

- Sabedoria das Parábolas

- Paulo de Tarso

- Agostinho

- Por um Ideal – 2 vols. (autobiografia)

- Mahatma Gandhi

- Pascal

- Jesus Nazareno – 2 vols.

- Myriam

- Einstein, o Enigma da Matemática

- O Profeta das Selvas – Vida e Obra de Albert Schweitzer

- Maravilhas do Universo

- Alegorias

- Ísis

- Por Mundos Ignotos

- Aconteceu entre 2000 e 3000

- Ciência, Milagre e Oração

- Rumo à Consciência Cósmica

- Saúde e Felicidade pela Cosmo-Meditação

3 OBJETIVO DA OBRA

Esta obra a partir da biografia de Albert Einstein, relaciona a ciência com o universo místico. Procura enfatizar a essência para dar conteúdo à inexistência, resultando a existência. Prioriza como necessária a atividade ego-consciente, empírico-analítica, mas que não é suficiente, para dar certeza definitiva.

4 SÍNTESE

EINSTEIN, O Enigma da Matemática, divide-se em três partes sendo a primeira parte voltada a misteriosa personalidade de Einstein; a Segunda parte com os pensamentos de Einsten confrontados com o espírito da filosofia univérsica, e a terceira parte sobre os artigos e alocuções de Eistein sobre ciência, filosofia e religião, de 1922 a 1950.

O processo biográfico transcrito na obra, parece ser simples como a fórmula da relatividade escrita num quadro negro, mas, a coplexididade de seu significado, mostra o seu universo intelectual, nada lógico, mas intencional. Einstein estava quase sempre sozinho, seria cosmo-pensado do que ego-pensante, sua mente divagava pelo mundo dos átomos ou dos astros. Devido a seu pensamento intuitivo, não deveria ser analisado pelos métodos comuns, mas ser considerado como um fenômeno sui generis o que o faz aproximar dos antigos mágicos, alquimistas e taumaturgos.

O fato de transformar seu quarto em prisão para pesquisas, abster-se do luxo, cortar as mangas de uma linda camisa nova pelos cotovelos, para sentir-se a vontade, convenceu o autor da obra a acreditar que um homem pode chegar ao mais alto grau da ética sem nenhuma religião determinada.

Na matemática e na lógica pura não se conhece a palavra “talvez” nem a expressão “mais ou menos”. Na matemática, na qual Einstein sempre viu a única certeza absoluta, só se conhece “sim” ou “não”, e não um “semi-sim” ou um “semi-não. Nunca se convenceu de que causas e efeitos, dependentes de tempo e espaço, possam representar a realidade verdadeira. Einstein defendia o puro raciocínio na intuição e não nos sentidos, para ele do mundo dos fatos não há nenhum caminho que conduza para o mundo dos valores, testemunham sua mentalidade.

Muitos teólogos consideravam Einstein um ateu e na época a imprensa divulgou essas declarações. Como resposta, Einstein aceitava a Deus como a alma do Universo, mas não acreditava que Deus tivesse disponibilidade de tempo para se preocupar com as nossas necessidades pessoais; acreditava que a felicidade estava no silêncio, em si mesmo, muitos homens são maus por serem interiormente infelizes. O fato de Einstein tanto falar em Deus provocou um escândalo para o ateísmo militante. Se fez silêncio sobre a Teoria da Relatividade na União Soviética, porque os pontífices do Governo haviam declarado a indivisibilidade do átomo, por ser base da matéria, e sem ela não haveria materialismo, um dos pilares do comunismo. Einstein era incompreendido pela complexidade da sua fórmula. A partir daí são traçados os paradoxos geniais da matemática e da mística; o que não é paradoxal não é integralmente verdadeiro, surgem então, várias comparações da exatidão da matemática com os místicos, ambas são idênticas na essência, pois são a consciência da realidade. Tudo pode ser incompreensível – por ser genialmente verdadeiro.

Com isto, chegamos a um conceito da relação entre ciência e religião bem diferente da costumada. Para ele, não há lugar para uma religião de temor, nem de caráter social e moral. Um Deus que premie ou castigue é para ele inconcebível. Einstein nega, em teoria, o livre arbítrio mas, na prática, o afirma a cada passo, como creador de valores.

Ainda pelo fim de sua vida, um ano antes da morte, em 1954, Einstein declarou explicitamente que as leis fundamentais do Universo não podem ser conhecidas por análise lógica, mas somente por intuição.

5 PONTOS IMPORTANTES:

Palavras Lapidares de Einstein

“ Deus não joga dados com o mundo; ele é sutil, mas não é maldoso”. Nota-se nessa frase a convicção de Einstein em acreditar num Deus que não se preocupa com nossos problemas pessoais, muito menos em alguém que possa castigar. P.224.

“ Se eu, em algum livro, disse o que não é verdade, não estou disposto a brigar com Deus porque não fez o mundo assim como eu disse”. Einstein provoca ironicamente aos que duvidam dos seus escritos, ratifica a certeza da sua perfeição transcrita através da sua mente privilegiada. p.224

“Tenho a firme convicção de que nenhuma riqueza de bens materiais pode fazer progredir o homem, mesmo que ela esteja nas mãos de homens que demandam uma meta superior. Pode alguém imaginar Moisés, Jesus ou Gandhi, armados de uma saco de dinheiro de milionário?” Para Einstein o progresso e a felicidade está no ser interior de cada pessoa, é possível ser feliz com o silêncio. Os maiores lideres da humanidade, sempre conquistaram com suas palavras, suas intenções, alguns para o bem, outros para o mau.p.225.

6 CONSIDERAÇÕES DO AUTOR

Nas considerações de Huberto Rohden ele considera Einstein não só o enigma da matemática, mas também um fenômeno raro da natureza humana. Ele cita Einstein: “Eu penso 99 vezes,e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela”. Por onde se vê que ele considera o pensamento analítico necessário como preliminar, mas não suficiente como resultado final, ele não faz depender a certeza de ser 99 vezes ego-pensante, mas sim da única vez de ser cosmo-pensado. Mas isto deve ser um círculo quadrado para muitos. Quem nunca saiu da horizontal da análise intelectual não pode imaginar o que seja a vertical da intuição racional..

7 CONCLUSÃO

Huberto Rohden, ao escrever esta obra, passou a limpo toda a história do fantástico físico Albert Einstein. Unindo temas científicos e tratando paralelamente a dúvida religiosa do físico, ao mesmo tempo, em que sugere o lado místico dos grandes nomes na história da humanidade. Abordou o lado mais impressionante de Einstein, que seria da rejeição ao luxo, a riqueza, o encontro da felicidade com a solidão e o silêncio o qual considerava o espaço para suas soluções, buscou ainda opiniões de diversas personalidades e tratou o Físico como um ser mitológico apenas pelo seu silêncio; suas particularidades foram citadas de forma inteligente, mostrando o ser fantástico que foi Einstein. A obra, após concluída a leitura, torna-se de grande interesse biográfica, mas com relação ao excesso de apologia ao misticismo, conclui-se que o autor utiliza a personalidade enigmática de Einstein como elo de ligação para suas futuras obras literárias voltadas a religião e misticismo.

Darío Junior
Enviado por Darío Junior em 02/12/2010
Reeditado em 29/04/2015
Código do texto: T2648671
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