Baphomet
O QUE ERA O BAPHOMET
Baphomet era um ídolo cultuado pelos Cavaleiros Templários. Seu exato significado até hoje é discutido, não existindo concordância entre os historiadores a esse respeito. Era representado pela estátua de uma cabeça barbuda ou uma figura hu-mana com cabeça de bode.
Várias são as interpretações que se fazem desse ícone. A mais conhecida é aquela que foi veiculada pelos inquisidores católicos que instruiram o processo contra a Ordem do Templo. Para eles a figura barbuda que os Templários cultuavam com o nome de Baphomet seria o próprio Satanás, já que o ídolo era bastante semelhante ao bode do Sabath negro que os satanistas costumavam adorar em seus rituais, e tambem lembrava as representações pictóricas que os artistas católicos faziam do demônio.
Na opinião da maioria dos historiadores, no entanto, essa figura tão temida pelos inquisidores católicos, era apenas uma representação do Grande Arcano Mágico, que os iniciados em Cabala e Gnose, e os praticantes de alquimia conheciam tão bem. Esse Arcano Mágico representava o Princípio Criador do Universo, figura bastante conhecida dos praticantes de Tarô, que estava conectada com as forças da natureza, às vezes simbolizada pelo Deus Pã.
Provavelmente as concepções luciferinas divulgadas pela Igreja acerca do ídolo barbudo dos Templários são fruto das lendas e histórias que se contavam sobre esses cavaleiros e suas estranhas práticas, as quais, diga-se de passagem, ninguém sabe ao certo, já que jamais se encontrou qualquer documento escrito que pudesse dar uma idéia do que se passava em uma uma iniciação templária. As acusações de heresia, homosexualismo, satanismo e outras barbaridades a eles atribuidas jamais foram provadas. As supostas provas que constam do processo movido contra os templários foram extraidas sobre tortura e interpretadas de forma unilateral pelos inquisidores, com o claro propósito de condená-los. Isso foi recentemente reconhecido pelo Vaticano, que tardiamente, declarou a inocencia dos cavaleiros templários.
AS LENDAS
Uma das acusações feitas contra eles foi a de prática de necrofilia.Essa acusação deriva de uma lenda contada acerca de um cavaleiro templário que teria praticado sexo com o cadáver de uma jovem princesa morta. Consta que após ele ter terminado o seu obsceno ato, o cadáver teria dito a ele: “ Retornai daqui a nove meses para ver o resultado do vosso crime.” O cavaleiro voltou ao túmulo na data marcada e encontrou uma “cabeça barbuda”, a qual recolheu e levou consigo para sua preceptoria. Esta cabeça era dotada de poderes mágicos, entre os quais o de fazer previsões extremamente exatas sobre os acontecimentos futuros.
Essa lenda, todavia, de acordo com os estudiosos da filosofia oculta, nada mais é uma referência simbólica aos ritos de fecundidade praticados pelos povos antigos para fins de despertar a fertilidade da terra. Eram praticados no Egito, durante as cerimônias dos Mistérios de Ísis e Osíris e na Grécia durante os Mistérios Eleusinos. No caso, a “virgem violentada” nada mais é que a deusa Isis, símbolo da terra, que recebe a semente e gera os frutos esperados. O jovem cavaleiro, no caso, é o Sol, que a fertiliza. Por isso se dizia que os iniciados nesses Mistérios eram os “amantes de Isis”. É possível também que, juntamente com os elementos extraídos dos Antigos Mistérios, os Templários tenham igualmente misturado alguns traços litúrgicos dos Mistérios Dionísicos, antigas cerimônias gregas que cultuavam o deus Bacco, ou Dionísio, o qual era representado por um sacerdote vestido de bode, o que explicaria a presença do ídolo com a figura desse animal, que muitas vezes foi identificado com o sinistro Baphomet .
A INFLUÊNCIA CABALÍSTICA
Assim, o mais provável é que o ídolo conhecido como Baphomet seja um símbolo cabalístico que representa a figura do Macroposopo, a Séfira Número Um, chamada Kether, a Coroa da Criação, Princípio Criador do Universo, também chamado de O Vasto Semblante. A tradição cabalística descreve a figura do Macroprosopo (O Grande Arquiteto do Universo) como sendo uma Grande Cabeça Barbada, da qual emana a energia que dá vida e forma ao universo. Nesse sentido, a “cabeça do Macroprosopo”, é a fonte de tudo que existe.
Na Cabala, a Barba do Macroprosopo também exerce uma função primordial na conformação da Árvore da Vida. Ela é o influxo que nasce na primeira Séfora e percorre toda a Árvore da Vida unificando a totalidade das realidades existentes no universo. Dela diz o Livro do Esplendor (Sepher-A-Zoahr): “ Esta é a frase da barba: ela está conciliada e é a mais preciosa de todas as disposições. Que nunca foi conhecida, nem pelos superiores nem pelos inferiores, pois essa é a Barba do Macroprosopo, o Conciliado e Antigo Uno. A Barba que é a prece de todas as preces, o elogio de todos os elogios; ela, que nenhum homem, nenhum filósofo, nenhum santo e nenhum profeta nunca puderam observar.”
Portanto, a cabeça barbada, que para os inquisidores catolicos era a figura de Satanás, para os cabalistas era a própria figura de Deus, e os Templários, ao cultuar Baphomet, na verdade, estariam reverenciando a Energia Fundamental que dá existência ao universo.
NA MAÇONARIA
Na Maçonaria o simbolismo da Barba do Macroposopo foi recepcionado na alegoria do salmo 132, que abre os trabalhos da Loja dos Aprendizes ."Oh! Quão bom é que irmãos vivam em união. É como o óleo precioso, que desce sobre a barba de Aarão e sobre a orla dos seus vestidos. É como o orvalho de Hermon, que desce sobre o monte Sion.. Ali o Senhor derrama a sua benção e a vida para sempre.” Registre-se que a palavra barba, em hebraico, (Hachad) significa unidade, e por aplicação da técnica da gematria essa palavra é igual a 13. A=1, CH=8, d=4. Esses valores correspondem às partes da barba do Macroprosopo (O Arquétipo Celeste, imagem do Grande Arquiteto do Universo), cuja proporção numérica e geométrica (o homem vitruviano) deu origem ao modelo do homem da terra. Assim, o Salmo 132, na verdade, é um simbolismo que tem origem no esoterismo da tradição hebraica, e a Maçonaria, ao adotá-lo na abertura de suas Lojas, não está apenas contemplando a idéia da Fraternidade pura e simples, mas sim, como os Templários com o culto a Baphomet, realizando o objetivo cósmico de integração total de todas as suas emanações.
De qualquer modo, estamos de símbolos, e símbolos são expressões de relações que o nosso inconsciente mantém com as forças que dão formato à matéria fundamental que formata o universo. Ainda não temos sabedoria suficiente para separar, com meridiana clareza o bem do mal, a verdade da mentira, o exato do falso. E talvez nunca venhamos a ter. Aliás, se um dia isso acontecer, se um um dia só tivermos uma única forma de ver o mundo, talvez seja o momento de acabar com ele e começar um novo. (....)
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NOTAS
1.A palavra Baphomet tem raízes gregas (Bapheus significa tingidor). Em alquimia, Baphomet simboliza a natureza aquosa do mercúrio filo-sófico, no qual é imersa a matéria da pedra filosofal. Ela é representada na iconografia alquímica por uma cabeça barbada com chifres.
2. O Tarô, como diziam os praticantes da Arte de Hermes, é um hieró-glifo completo do processo da Grande Obra.
3. Nos Mistérios Gregos também se praticava o Batismo de Mete, onde se utilizava a cabeça de um boi ou de um bode para simbolizar a figura do Deus Pã,
4. Conforme diz o Sepher a Zhoar: “A cabeça, que é inconpreensível, es-tá secreta no secreto (....) Contudo, teve que ser preparada e formada com crânio, que foi preparada com cristalino orvalho.(....) Sua pele é de éter, clara e gelada. (..) Seu cabelo é como a mais fina lã, flutuando pelo equiííbrio balanceado.(...) A testa é a benevolência das benevolências que são manifestadas pelas orações e pelas preces dos poderes inferiores.(...)
5. A Kabbalah Revelada,op. Citada, pg. 68.
DO LIVRO " MESTRES DO UNIVERSO- ED. BIBLIOTECA 24X7- SÃO PAULO, 2010
O QUE ERA O BAPHOMET
Baphomet era um ídolo cultuado pelos Cavaleiros Templários. Seu exato significado até hoje é discutido, não existindo concordância entre os historiadores a esse respeito. Era representado pela estátua de uma cabeça barbuda ou uma figura hu-mana com cabeça de bode.
Várias são as interpretações que se fazem desse ícone. A mais conhecida é aquela que foi veiculada pelos inquisidores católicos que instruiram o processo contra a Ordem do Templo. Para eles a figura barbuda que os Templários cultuavam com o nome de Baphomet seria o próprio Satanás, já que o ídolo era bastante semelhante ao bode do Sabath negro que os satanistas costumavam adorar em seus rituais, e tambem lembrava as representações pictóricas que os artistas católicos faziam do demônio.
Na opinião da maioria dos historiadores, no entanto, essa figura tão temida pelos inquisidores católicos, era apenas uma representação do Grande Arcano Mágico, que os iniciados em Cabala e Gnose, e os praticantes de alquimia conheciam tão bem. Esse Arcano Mágico representava o Princípio Criador do Universo, figura bastante conhecida dos praticantes de Tarô, que estava conectada com as forças da natureza, às vezes simbolizada pelo Deus Pã.
Provavelmente as concepções luciferinas divulgadas pela Igreja acerca do ídolo barbudo dos Templários são fruto das lendas e histórias que se contavam sobre esses cavaleiros e suas estranhas práticas, as quais, diga-se de passagem, ninguém sabe ao certo, já que jamais se encontrou qualquer documento escrito que pudesse dar uma idéia do que se passava em uma uma iniciação templária. As acusações de heresia, homosexualismo, satanismo e outras barbaridades a eles atribuidas jamais foram provadas. As supostas provas que constam do processo movido contra os templários foram extraidas sobre tortura e interpretadas de forma unilateral pelos inquisidores, com o claro propósito de condená-los. Isso foi recentemente reconhecido pelo Vaticano, que tardiamente, declarou a inocencia dos cavaleiros templários.
AS LENDAS
Uma das acusações feitas contra eles foi a de prática de necrofilia.Essa acusação deriva de uma lenda contada acerca de um cavaleiro templário que teria praticado sexo com o cadáver de uma jovem princesa morta. Consta que após ele ter terminado o seu obsceno ato, o cadáver teria dito a ele: “ Retornai daqui a nove meses para ver o resultado do vosso crime.” O cavaleiro voltou ao túmulo na data marcada e encontrou uma “cabeça barbuda”, a qual recolheu e levou consigo para sua preceptoria. Esta cabeça era dotada de poderes mágicos, entre os quais o de fazer previsões extremamente exatas sobre os acontecimentos futuros.
Essa lenda, todavia, de acordo com os estudiosos da filosofia oculta, nada mais é uma referência simbólica aos ritos de fecundidade praticados pelos povos antigos para fins de despertar a fertilidade da terra. Eram praticados no Egito, durante as cerimônias dos Mistérios de Ísis e Osíris e na Grécia durante os Mistérios Eleusinos. No caso, a “virgem violentada” nada mais é que a deusa Isis, símbolo da terra, que recebe a semente e gera os frutos esperados. O jovem cavaleiro, no caso, é o Sol, que a fertiliza. Por isso se dizia que os iniciados nesses Mistérios eram os “amantes de Isis”. É possível também que, juntamente com os elementos extraídos dos Antigos Mistérios, os Templários tenham igualmente misturado alguns traços litúrgicos dos Mistérios Dionísicos, antigas cerimônias gregas que cultuavam o deus Bacco, ou Dionísio, o qual era representado por um sacerdote vestido de bode, o que explicaria a presença do ídolo com a figura desse animal, que muitas vezes foi identificado com o sinistro Baphomet .
A INFLUÊNCIA CABALÍSTICA
Assim, o mais provável é que o ídolo conhecido como Baphomet seja um símbolo cabalístico que representa a figura do Macroposopo, a Séfira Número Um, chamada Kether, a Coroa da Criação, Princípio Criador do Universo, também chamado de O Vasto Semblante. A tradição cabalística descreve a figura do Macroprosopo (O Grande Arquiteto do Universo) como sendo uma Grande Cabeça Barbada, da qual emana a energia que dá vida e forma ao universo. Nesse sentido, a “cabeça do Macroprosopo”, é a fonte de tudo que existe.
Na Cabala, a Barba do Macroprosopo também exerce uma função primordial na conformação da Árvore da Vida. Ela é o influxo que nasce na primeira Séfora e percorre toda a Árvore da Vida unificando a totalidade das realidades existentes no universo. Dela diz o Livro do Esplendor (Sepher-A-Zoahr): “ Esta é a frase da barba: ela está conciliada e é a mais preciosa de todas as disposições. Que nunca foi conhecida, nem pelos superiores nem pelos inferiores, pois essa é a Barba do Macroprosopo, o Conciliado e Antigo Uno. A Barba que é a prece de todas as preces, o elogio de todos os elogios; ela, que nenhum homem, nenhum filósofo, nenhum santo e nenhum profeta nunca puderam observar.”
Portanto, a cabeça barbada, que para os inquisidores catolicos era a figura de Satanás, para os cabalistas era a própria figura de Deus, e os Templários, ao cultuar Baphomet, na verdade, estariam reverenciando a Energia Fundamental que dá existência ao universo.
NA MAÇONARIA
Na Maçonaria o simbolismo da Barba do Macroposopo foi recepcionado na alegoria do salmo 132, que abre os trabalhos da Loja dos Aprendizes ."Oh! Quão bom é que irmãos vivam em união. É como o óleo precioso, que desce sobre a barba de Aarão e sobre a orla dos seus vestidos. É como o orvalho de Hermon, que desce sobre o monte Sion.. Ali o Senhor derrama a sua benção e a vida para sempre.” Registre-se que a palavra barba, em hebraico, (Hachad) significa unidade, e por aplicação da técnica da gematria essa palavra é igual a 13. A=1, CH=8, d=4. Esses valores correspondem às partes da barba do Macroprosopo (O Arquétipo Celeste, imagem do Grande Arquiteto do Universo), cuja proporção numérica e geométrica (o homem vitruviano) deu origem ao modelo do homem da terra. Assim, o Salmo 132, na verdade, é um simbolismo que tem origem no esoterismo da tradição hebraica, e a Maçonaria, ao adotá-lo na abertura de suas Lojas, não está apenas contemplando a idéia da Fraternidade pura e simples, mas sim, como os Templários com o culto a Baphomet, realizando o objetivo cósmico de integração total de todas as suas emanações.
De qualquer modo, estamos de símbolos, e símbolos são expressões de relações que o nosso inconsciente mantém com as forças que dão formato à matéria fundamental que formata o universo. Ainda não temos sabedoria suficiente para separar, com meridiana clareza o bem do mal, a verdade da mentira, o exato do falso. E talvez nunca venhamos a ter. Aliás, se um dia isso acontecer, se um um dia só tivermos uma única forma de ver o mundo, talvez seja o momento de acabar com ele e começar um novo. (....)
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NOTAS
1.A palavra Baphomet tem raízes gregas (Bapheus significa tingidor). Em alquimia, Baphomet simboliza a natureza aquosa do mercúrio filo-sófico, no qual é imersa a matéria da pedra filosofal. Ela é representada na iconografia alquímica por uma cabeça barbada com chifres.
2. O Tarô, como diziam os praticantes da Arte de Hermes, é um hieró-glifo completo do processo da Grande Obra.
3. Nos Mistérios Gregos também se praticava o Batismo de Mete, onde se utilizava a cabeça de um boi ou de um bode para simbolizar a figura do Deus Pã,
4. Conforme diz o Sepher a Zhoar: “A cabeça, que é inconpreensível, es-tá secreta no secreto (....) Contudo, teve que ser preparada e formada com crânio, que foi preparada com cristalino orvalho.(....) Sua pele é de éter, clara e gelada. (..) Seu cabelo é como a mais fina lã, flutuando pelo equiííbrio balanceado.(...) A testa é a benevolência das benevolências que são manifestadas pelas orações e pelas preces dos poderes inferiores.(...)
5. A Kabbalah Revelada,op. Citada, pg. 68.
DO LIVRO " MESTRES DO UNIVERSO- ED. BIBLIOTECA 24X7- SÃO PAULO, 2010