Albert Schweitzer (1875―1965) foi um teólogo, músico, filósofo e médico alemão, nascido em Kaysersberg região na Alsácia, na época parte do Império Alemão e atualmente, sob administração francesa.
Era também formado em teologia e filosofia pela Universidade de Strasburgo, onde, em 1901, se tornou docente. Como músico, dedicou-se também á fabricação de instrumentos musicais, especialmente órgãos. Foi considerado um dos melhores intérpretes de Bach.
Aos trinta anos de idade já era um intelectual respeitadíssimo. Lecionava em numa das mais respeitadas universidades europeias, sendo reconhecido como um gran-de músico. Gozava do prestígio de ser pastor de sua Igreja. Mas sua vocação era o serviço ao próximo. Por isso resolveu trabalhar como médico e missionário na co-lônia francesa do Gabão, na África. Assim, junto com sua esposa, ele iniciou a sua vida de médico missionário.
Em 1913, Schweitzer foi para o Gabão, conhecido como Congo francês. Aquele era um dos lugares mais miseráveis da terra. Por falta de instalações adequadas ele teve que improvisar seu consultório num galinheiro para atender os pacientes. Enfrentou as maiores dificuldades, tais como o clima hostil, a falta de higiene, as guerras tribais, um dialeto impossível de entender, a desconfiança dos nativos, a falta de remédios e equipamentos necessários. Mais que um médico, era um verdadeiro Curador, que se ocupava em prover todas as necessidades do povo pobre e esquecido daquela colônia. Durante o dia atendia a cerca de 40 doentes e a noite ensinava o Evangelho ao povo da colônia. Para se fazer entender pelos nativos inventou uma linguagem apropriada, baseada em elementos tirados do próprio ambiente em que viviam.
Sendo de nacionalidade alemã, a eclosão da Primeira Guerra mundial lhe trouxe problemas. Ele e sua família acabaram sendo levados para a França como prisioneiros de guerra, onde ficaram confinados em um campo de concentração du-rante quase todo o período da guerra. Nesse período Schweitzer começou a sua car-reira de escritor escrevendo um ensaio sobre a decadência das civilizações.
Quando a guerra terminou ele retomou o seu trabalho de missionário. Seu foco de atenção continuava a ser a África. Realiza diversas conferências com a finalidade de reunir fundos para retomar a sua obra na África. Embora requisitado e respeitado como um dos maiores intelectuais da Europa na época, sua obra humanitária era seu grande objetivo, e ele faz dela uma verdadeira missão.
Depois de algum tempo fazendo conferências pela Europa toda, consegue reunir fundos suficientes para reunir uma equipe de médicos e enfermeiras dispostos a ir com ele para a África montar um hospital. Foi o primeiro hospital daquela região.
Já agora um reconhecido e celebrado escritor, destina todas os seus direitos autorais à sua obra humanitária. Como escritor o momento culminante de sua obra é o livro que escreveu sobre a vida de Jesus, chamado “Em busca do Jesus Histórico”, reconhecido como uma das mais perfeitas obras já escritas sobre o assunto.
Pelo conjunto da sua obra humanitária e intelectual ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1952, uma humilde homenagem a um “Grande Homem”, como assim o definiu o Comitê do Prêmio Nobel.
Albert Schweitzer, além de grande humanista foi um místico que aliou a busca da espiritualidade com uma intensa ação social. Profundamente religioso, sua con-cepção de Cristianismo extrapolava o campo meramente teológico, pois mais que a mensagem cristã, que ele divulgava muito bem, era a sua atividade missionária, de socorro aos desfavorecidos, que mais o ocupava.
Seu temperamento inquisitivo e místico o levou a estudar teologia e filosofia para entender os ensinamentos do Jesus. Era não queria ser mero divulgador da doutrina cristã, mas entendê-la de fato, para praticá-la com verdadeiro sentido de missão.
Seu pensamento tinha muito de estoicismo. Mas não era meramente intelectual, já que ele entendia que a realidade precisava ser vivida. Nenhum conhecimento seria completo, pensava ele, se não fosse vivido.
Ele não se contentava em obter a felicidade para si mesmo. Queria dividi-la com todos e principalmente com os mais desfavorecidos. Entendia que as conquistas da ciência só tinham sentido se elas beneficiassem o maior número possível de pes-soas, especialmente as menos favorecidas. Por isso estudou medicina e se tornou missionário no Congo, onde, pensava ele, sua vida poderia ser realmente útil.
Sua divisa, entre os missionários, se tornou famosa. "Não há heróis da ação;” dizia ele. “ Há somente heróis da renúncia e do sofrimento".
Albert Schweitzer morreu em 1965. Por sua grande e fraternal obra merece figurar como verdadeiro arquétipo do Curador.
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