Docência na universidade- Marcos Masetto.
MASETTO, Marcos (org.). Docência na universidade. Campinas: Papirus, 1998.
Resenhado por Aquila Cardoso dos Santos, acadêmica de Pós-graduação do Curso de Docência no Ensino Superior da Faculdade Internacional do Delta.
Marcos Tarciso Masetto é graduado em Filosofia com Mestrado e Doutorado, concluído em 1982, em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é Professor Titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Professor Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Publicou cinco artigos em periódicos especializados e trabalhos em anais de eventos. Possui doze capítulos de livros e oito livros publicados. Possui dezessete itens de Produção Técnica. Participou de vinte e sete eventos no Brasil. Orientou vinte e nove dissertações de Mestrado e quinze teses de Doutorado na área de Educação. Atua na área de Educação, com ênfase em Formação Pedagógica de Professores Universitários. Em suas atividades profissionais interagiu com oito colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu Currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são Aprendizagem, Ensino Superior, Professor, Educação, Formação de Professores, Aula, Avaliação e Formação Pedagógica.
As faculdades e universidades são espaços de produção de conhecimento seja de educadores ou educando que encontram-se sempre em desenvolvimento de suas aprendizagens objetivando condições melhores. A formação dos profissionais que nelas atuam é exigida um desenvolvimento na área do conhecimento que seja sistemático, atualizado, compreensivo, crítico, reflexivo e criativo. Desenvolvendo um saber integrando aos outros saberes, seja da área específica com os de outras áreas, de forma interdisciplinar. O desenvolvimento no aspecto afetivo-emocional e um crescente conhecimento de si mesmo. As faculdades e universidade devem propor uma aprendizagem cooperativa, solidária, de respeito. Desenvolvendo as habilidades no ensino superior é possibilitar o trabalho em equipe, a comunicação com os demais, atividades em espaços comunitários. Desenvolver atitudes e valores o mesmo menos trabalhado nas universidades as quais visam apenas aspectos técnicos, deixando o humano de lado faltando-lhes os valores sociais, políticos e éticos.
Os cursos superiores devem atentar para a atualização contínua de seus alunos, da busca da pesquisa da informação tornando profissionais competentes para o mercado de trabalho. O desenvolvimento da tecnologia favorece um conhecimento cada vez mais rápido e com mais facilidade de acesso, sendo cada vez mais a exigência da capacidade dos profissionais. Esses recursos promovem o desenvolvimento humano, social, político e econômico do país.
A docência em nível de ensino superior exige que os profissionais sejam competentes em uma determinada área de conhecimento, tendo um domínio dos conhecimentos básicos numa determinada área, bem como experiência profissional, com práticas atualizadas continuamente em congressos, simpósios, especializações, entre outras formas de capacitações. A atividade da pesquisa feita pelo professor promove reflexões críticas sobre temáticas reorganizando os conhecimentos, reconstruindo e discutindo com os seus alunos e colegas de trabalho. A área pedagógica é outro domínio necessário, mas ainda precária entre os professores universitários, que em muitas vezes vêem como algo simples, desnecessário para sua atividade. Mas, é complexo e necessário ser dominado o processo de ensino-aprendizagem o professor como conceptor e gestor de currículo, a relação professor-aluno e aluno-aluno e o domínio da tecnologia educacional. O processo de ensino-aprendizagem o objetivo primordial do docente é a aprendizagem dos seus alunos, por sua vez deve ter clareza sobre o que significa aprender, quais os princípios básicos da aprendizagem, o que se deve aprender atualmente, etc. O professor como conceptor e gestor de currículo é desenvolver as disciplinas integradas uma a outra, não isoladamente como em muitas vezes ocorre. Pois o currículo deve abranger a relação entre as disciplinas, formando um profissional ético, colaborativo, pesquisador, atualizado, critico e reflexivo.
A relação professor-aluno e aluno-aluno deve necessariamente ser uma relação de auxílio nas ações que permitiram ao aluno aprender, que seja motivador, atenciosos e companheiro neste processo do aprender. Possibilitando a troca de experiências entre aluno e professor. Domínio da tecnologia educacional é fundamental na atualidade a adequação nas novas possibilidades e estratégias de transmitir o conhecimento sistematizado, a partir do planejamento de atividades que possibilitem a utilização do computador como recurso audiovisual em sala de aula. O exercício da dimensão política é imprescindível no exercício da docência universitária o professor ao entrar em sala para ensinar uma disciplina não deixa de ser um cidadão, inserido em uma comunidade, e isso não deve ser desprezado em sala de aula. Mas o professor continua cidadão e político e como profissional de docência não poderá deixar de sê-lo. Como cidadão, o professor estará aberto para que se passa na sociedade, fora da universidade ou faculdade, suas transformações, desenvolvimento, mudanças estando atento para as novas formas de participação, as novas pesquisas, as novas descobertas um espaço em sala para discussão e debate com seus alunos sobre tais aspectos.
As disciplinas chamadas teóricas, conhecer a história da ciência, saber como se formou o pensamento científico, o tempo cultural e social em que ele se consolidou, suas utilizações durante a história dos homens, suas possíveis aplicações hoje, são modos de se educar politicamente os cidadãos. Como enfrentamos em nossas aulas discussões que abordam temas tais como desemprego, a não-qualificação de mão-de-obra, a empregabilidade, a formação dos novos profissionais nas e pelas empresas? Não protegemos a universidade mas deve se reprimir às requisições do mercado de trabalho, uma vez que ela, como Instituição Educadora, tem seus próprios objetivos e autonomia para encaminhá-los. Entretanto, não poderá se fechar dentro de si mesma e dessa posição definir o que será melhor para a formação de um profissional de hoje e para os próximos anos. Terá de abrir bem os olhos, ver muito abertamente o que está se passando na coletividade atualizada. Avaliar seus objetivos educacionais e então conduzir propostas que façam sentido para os tempos atuais. Nossos alunos precisam debater conosco, seus professores, os aspectos políticos de sua profissão e de seu exercício na sociedade, para nela saberem se situar-se como cidadãos e profissionais. Num momento em que vários autores escrevem sobre competência para a docência, cada um deles apresentando um elenco diferente, e certamente complementar, dessas mesmas competências, constato que as indicadas acima podem se constituir como o que de mais fundamental se necessita dos professores para o exercício com profissionalismo de sua atividade docente.
A linguagem do texto é de fácil entendimento uma leitura agradável. A obra de Masetto serve como auxílio, pois menciona as atividades do professor universitário. É recomendável a professores, universitários ou não, para sua formação, capacitação e reflexão, etc. Esclarecendo as competências do professor universitário, consistindo numa grande importância para trabalhar com sua disciplina em um curso integrando-a na formação integral dos alunos.