** RESENHA 002 - A MÃO E A LUVA **
TÍTULO: A Mão e a Luva.
AUTOR: Machado de Assis
EDIORA: Cirandoa CUltural
ANO: 2007
PÁGINAS: 240
Machado de assis, constroí em um pequemo microcosmo, o macrocosmo de uma sociedade de sua época, tanto de constumes como de condições sociais.
Um romance ou uma luta, com as aparências e as boas maneires sempre em voga, onde as atitudes sempre encobrindo seus verdadeiros objetivos.
Mostra uma sociedade rústica e pautada cada um na sua condição. Alí, não há projeção social, a não ser no caso de Guiomar, que por um golpe de sorte, foi protegida por sua "Madrinha", a Baronesa. Mas Guiomar é astuta, sabe o que quer e aprende com esmero as tramas da casa, que não é nada menos que um microvisão da sociedade e da Corte em geral, ela sabe que disso depende sua sobrevivência.
Assim como o autor, traça o perfil psicológico de Guiomar, uma vencedora, também traça os perfis dos demais personagens: a Baronesa, uma burguesa que vive de seu passado, que ao perder a filha, adota sua afilhada para curar as perdas de sua herdeira ainda moça; Jorge, se fosse hoje, seria o "Mauricinho", que vive as espenças das condições financeiras da familia, e sempre atendo a dar um bote, para seu bem maior; Luiz Alves, astuto, compenetrado, e audacioso em seus planos maquiávelicos e manipuladores, e assim age sem menhum remorço, em prol de seu próprio bem; Msr. Osvald, a cortesã inglesa, que dá a áurea de grandiosidade à família, com seus conselhos costumes e coordendenado a casa; e finalmente, Estevão, o recém-formado, ingênuo, fraço e romântico.
Diante desse leque, o autor, que narra em terceira pessoa as peripécias de cada um à procura de seus objetivos. As tramas ocorrem silenciosamente, em cada cabeça, em cada gesto. e é claro que os vencedores serão os mais fortes.
Neste ponto Machado de Assis fogue daquela realididade, como se fosse um grito de revolta social, onde os casamentos eram todos arranjados, onde os filhos eram como mercadorias dos pais para uma melhor contenda.
Ai o espírito do autor toma as rédias da história, e os personagens são os responsáveis pelo seus destinos, Guiomar articulosamente, deixa em cheque sua Madrinha, que ao pensar apenas no bem de sua afilhada, aceita o preterido de seu coração, que sem dúvidas, era o sensato Luiz Alves, a figura dominante, a "mão que realmente merece a luva de Guiomar", ambos ambiciosos, e ferozes combatente neste terreno de sutilezas, gentilezas, mas de muitas artimanhas. Jorge não perde nada, porque agia ao sabor dos ventos, à inglesa só restou a bajulação que já era seu de ofício. E o perdedor, o fraco e sem opinião Estevão, que nem coragem para se matar teve.
E ai, pensamento meu: vejo Estevão, o esteriótipo de Machado de Assis, que se sentia um fraco diante da sociedade em que vivia e não o compreendia, então usou das letras para ultrajá-la.