A BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO
LIVRO: A BIBLIA NÃO TINHA RAZÃO
AUTORES: ISRAEL FINKELSTEIN E NEIL ASHER SILBERMAN
EDITORA GIRAFA, SÃO PAULO, 2003
A Bíblia não tinha razão? Isso é que dizem Israel Finkelstein, e Neil Asher Silberman, autores desse intrigante livro que analisa uma série de pesquisas arqueológicas feitas na Palestina nos últimos anos. O interessante é que ambos são de origem israelita, o que em princípio nos leva a pensar que eles analisam o assunto sem que os óculos da ideologia e a pressão psicológica do chauvinismo patriótico os influenciem. Depois, ambos têm currículo e autoridade para dizer o que dizem. O primeiro dos autores realizou estudos no campo da arqueologia da Palestina, foi Diretor do Instituto de Arqueologia Sonia e Marco Nadler, ambos da Universidade de Tel Aviv, Israel, de 1996 a 2002, e participou como co-diretor das escavações das ruínas de Megido. Em 2005 assumiu como titular a Cátedra Jacob M. Alkow de Arqueologia de Israel nas Idades do Bronze e do Ferro da mesma Universidade, e ganhou o prêmio Dan David, atribuído aos profissionais de Arqueologia. Neil Asher Silberman é Diretor de Interpretação Histórica do "Ename Center for Public Archaeology and Heritage Presentation", na Bélgica.
No original o livro se chama A Bíblia Desenterrada: Uma Nova Visão Arqueológica do Antigo Israel e da Origem de seus Textos Sagrados. No Brasil foi publicado com o título “A Bíblia Não Tinha Razão,” pela editora A Girafa, São Paulo, 2003.
Segundo seus autores o livro foi pensado durante oito anos antes de ser publicado. O que mostra a responsabilidade com que eles encaravam a tarefa de publicar um livro tão polêmico, sobre um assunto tão controverso, que é a historicidade do Velho Testamento.
As perguntas básicas feitas pelos autores são: Houve realmente um êxodo? A conquista de Canaã pelos israelitas fugitivos do Egito ocorreu da forma como é descrita no livro de Josué? Davi e Salomão foram realmente grandes reis que governaram uma nação unificada e próspera como registra os Livros dos Reis? Essas questões, que antes eram discutidas em círculos muito restritos, quase sempre religiosos, modernamente ganharam a mídia e têm sido objeto de interesse dos mais diversos círculos intelectuais e acadêmicos. Isso porque, sustentam esses estudiosos, não é possível entender a questão do Oriente Médio( nem resolvê-la) se não se aprofundar o debate sobre a historicidade da Bíblia, já que ela fundamenta uma série de crenças e motivações que sustentam a estrutura sócio-política da região.
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Os autores sabem que esse debate é, antes de tudo, ideológico. Por mais que se diga que religião não deve ser tema de discussão, não é possível se abster de discutir um assunto que tem implicações tão graves no panorama da paz mundial. Por isso, dizem os autores: "Apesar das paixões suscitadas por este tema, nós acreditamos que uma reavaliação dos achados das escavações mais antigas e as contínuas descobertas feitas pelas novas escavações deixaram claro que os estudiosos devem agora abordar os problemas das origens bíblicas e da antiga sociedade israelita de uma nova perspectiva, completamente diferente da anterior". Assim, a proposta do livro é apresentar evidências que sustentam esta afirmação e reconstruir uma história do antigo Israel bem diferente das habituais, deixando aos leitores, o julgamento das suas conclusões.
A ideia defendida pelos autores é a de que a Bíblia (Velho Testamento) foi um produto da reforma religiosa feita pelo rei Josias no século VII AC. Resultou de uma compilação de memórias, lendas, contos e outras informações que circulavam na época. O núcleo histórico dessa obra, realizada pelos rabinos israelenses, a mando do rei Josias, foi o Deuteronômio. Nesse caso, ela seria tão histórica quanto a Iliada e a Odisséia de Homero, ou as lendas do Rei Arthur.
Segundo os autores, a saga histórica do povo de Israel ― Deus chamando Abraão e ordenando sua imigração para Canaã; a história de sua família, seus filhos Isaac e Ismael; seus netos Esaú e Jacó, a imigração para o Egito; a libertação miraculosa da escravidão no Egito, a conquista da Palestina realizada por Josué, o advento dos Juízes, a ascensão e queda dos reinos de Israel e Judá ― nada disso aconteceu da forma como foi relatada na Bíblia, nem foi uma saga orquestrada por Deus, mas sim um brilhante produto da imaginação humana. Segundo os autores, a Bíblia foi concebida no espaço de duas ou três gerações, a cerca de dois mil e seiscentos anos atrás, no reinado do rei Josias, em Jerusalém, com o objetivo claramente politico―ideológico de fundamentar as reivindicações do reino de Judá sobre os territórios palestinos que os israelenses julgavam serem seus por direito.
Os autores sustentam que sua visão é proveniente das recentes descobertas arqueológicas, que segundo eles, "revolucionaram o estudo do Israel primitivo e lançaram sérias dúvidas sobre as bases históricas das tão famosas histórias bíblicas como as peregrinações dos patriarcas, o Êxodo do Egito, a conquista de Canaã e o glorioso império de Davi e Salomão.” Assim, pretendem os autores contar "A história do antigo Israel e o nascimento de suas escrituras sagradas a partir de uma nova perspectiva, uma perspectiva arqueológica, separando a histórica da lenda.”
Explicam que o seu trabalho resultou de uma comparação feita entre a narrativa bíblica e os dados arqueológicos coletados nas últimas décadas. O resultado foi a descoberta de uma relação complexa e fascinante entre o que realmente aconteceu na Palestina durante o período bíblico e os acontecimentos narrados na Bíblia. E com base nessas informações concluem que a maior parte do Pentateuco é uma criação da monarquia judaica, elaborada em defesa da ideologia e necessidades do reino de Judá. Daí a conclusão que a Bíblia foi resultado de uma compilação feita no tempo do rei Josias [640-609 AEC], para oferecer uma legitimação ideológica para ambições políticas e reformas religiosas específicas, promovidas por aquele rei.
Isto não quer dizer que os fatos narrados na Bíblia não tenham ocorrido e que antigo Israel não tenha uma história genuína. Todavia, o relatos bíblicos devem ser comparados com os achados arqueológicos e complementados pelos testemunhos extra bíblicos. E quando isso acontece se vê que a história verdadeira “se afasta dramaticamente da familiar narrativa bíblica”, segundo afirmam os autores.
De acordo com os dados arqueológicos, eles mostram as inconsistências existentes nas tradições patriarcais, por exemplo. Apontam inconsistências históricas, como a presença de caravanas de camelos no tempo de Abraão (esses animais só foram domesticados mil anos depois) e a presença de filisteus na época dos patriarcas, quando esse povo só aparece na Palestina muitos séculos depois. Isso mostra que as narrativas patriarcais são inserções muito posteriores à época de Moisés, que não as poderia ter escrito. Assim, a sequência histórica das raízes do povo de Israel é uma saga bem montada, mas inverídica, pois ela, em seu conteúdo histórico-sociológico e filosófico reflete ideias, ambientes e acontecimentos ocorridos no período assírio-babilônico, ou seja, a época do rei Josias.
Com relação ao êxodo, os autores questionam sua validade histórica. Quer dizer.: ele não ocorreu como a Bíblia o descreve. Embora sem uma prova definitiva, sustentam que a imigração israelense para o Egito tem muito mais probabilidade de ser a chamada invasão dos hicsos, povo semita que ocupou o Egito entre os séculos XV e XVI AC. Não se encontrou, até agora, qualquer prova arqueológica da presença israelita no Egito no período mencionado na Bíblia, o que é estranho, pois os egípcios costumavam manter em dia seus registros históricos. Já as descobertas feitas em Tell ed-Daba [a antiga Avaris, capital dos hicsos] constituem evidência de uma longa e gradual ocupação de povos cananeus no delta e uma convivência pacífica com os egípcios até a época de Amósis, o faraó que os expulsou, por volta de 1570 AC.
A data aproximada do Êxodo, segundo a Bíblia, estaria em torno de 1290 -1163 AC. Essa informação é obtida a partir da informação bíblica, segundo a qual os israelitas ergueram as cidades de Pitom e Pi-Ransés. O primeiro faraó de nome Ransés reinou entre 1290 -1292 e o último entre 1194 a 1163 AC. Assim, se os israelitas ergueram aquela cidade para um faraó com esse nome, então o Êxodo só poderia ter ocorrido no intervalo de tempo acima citado. Entretanto, esta data não coincide com aquela que geralmente se aceita para a expulsão dos hicsos (1570 AC). Porém, segundo a inscrição da estela de Merneptah, o povo de Israel já habitava a Palestina na época do seu reinado (1213-1203), pois segundo esse faraó, Israel foi um dos povos devastados por suas tropas numa incursão militar que ele fez pela Palestina.
Mas quem eram estes semitas presentes no Egito e que trabalharam na construção de cidades? E que 'Israel' é este da estela de Merneptah? Ainda não há respostas definitivas para estas perguntas. E mais: um êxodo em massa teria sido possível na época de Ramsés II? perguntam os autores.
Em seguida apontam outras evidências da impossibilidade de um êxodo dessas proporções ter acontecido naqueles tempos referidos pela Bíblia. Uma delas é o fato de que, naquela época, a fronteira do Egito com Canaã era severamente controlada pelo exército egípcio, como provam as inúmeras fortalezas desenterradas no local. Por outro lado, não se encontraram sinais de ocupação em quaisquer outras rotas que demandam pelo deserto do Sinai, para sugerir que um tão grande contingente de pessoas (mais de seiscentas mil, segundo a Biblia) teria habitado nessa região nesse tempo. Por outro lado, em nenhuma das localidades mencionadas no Êxodo (Kadesh-Barnea ou Ezion-Geber, Tel Arad, Tel Hesbon Edom.) foram encontradas evidências da passagem dos israelitas por lá. Sempre se conservam essas evidências na forma de restos de cerâmica, cemitérios, ossos de animais etc. Convém considerar, também, que as narrativas bíblicas do êxodo jamais mencionam o nome do faraó que os israelitas enfrentaram, o que é no mínimo bem estranho para uma narrativa de caráter épico como o Êxodo.
Os autores admitem que os locais mencionados na narrativa do Êxodo são reais. Alguns eram bem conhecidos e aparentemente estavam ocupados em épocas mais antigas e em épocas mais recentes - após o estabelecimento do reino de Judá, quando a narrativa bíblica foi pela primeira vez escrita. “Infelizmente” dizem os autores, “para os defensores da historicidade do Êxodo, estes locais estavam desocupados exatamente na época em que aparentemente eles exerceram algum papel nas andanças dos israelitas pelo deserto" .
Dessa forma os autores acreditam que a memória da invasão e expulsão dos hicsos era conservada pelos cananeus como uma história de confronto, vitória e libertação final do povo cananeu do Egito. Por consequência, Israel, sendo o herdeiro dessa memória, a usará para compor uma epopeia heroica .
Quando, no século VII AC, Psamético I, faraó do Egito e Josias, rei de Judá, entraram em confronto para ocupar o espaço deixado pela Assíria na região da Palestina, essas memórias foram apropriadas pelo rei de Israel para unificar o reino. O conflito degenerou em guerra aberta, na qual o faraó Necao, após derrotar as forças israelenses, invadiu o país e levou para o Egito a Arca da Aliança. Esse evento está descrito na Bíblia e foi a última vez que se ouviu falar nesse sagrado artefato dos israelitas, símbolo da aliança de Israel com Jeová. Disso tudo os autores concluem que o confronto entre Moisés e o faraó reflete a luta entre o jovem rei de Israel e o recém-coroado faraó Necao, o que significa que o Êxodo, na verdade, embora não seja um fato histórico, também não pode ser considerado uma ficção literária, já que se baseou num acontecimento real: a guerra entre Israel e Eito, travada no ´seculo VII AC.
Quanto à conquista de Canaã, as Cartas de Tell el-Amarna mostram um território bem diferente daquele registrado no livro de Josué, ou seja, a região toda era uma província egípcia, governada por representantes egípcios nomeados pelo faraó. Eram, em sua maioria, aldeias e vilarejos insignificantes, com pequenas ou até sem guarnições militares, geralmente sem a proteção de muralhas. A Bíblia fala de grandes cidades muradas e exércitos fortes e numerosos, lutando contra Israel, e não raras vezes, o próprio Jeová tinha que intervir em favor dos israelenses, como na luta contra os amorreus( O sol se imobilizou no céu) e no cerco de Jericó, quando as muralhas daquela cidade ruiram ao som das trombetas israelenses.
O Livro de Josué não faz qualquer reminiscência ao domínio egípcio na região, o que mostra que a conquista da Palestina pelos israelitas não ocorreu nem da forma, nem na época que a Bíblia menciona. Acresça-se que nessa época o Egito estava em conflito com o império hitita, e as batalhas entre os dois grandes reinos ocorreram principalmente em terras palestinas. Nada disso é mencionado na Bíblia, embora esse tenha sido o mais importante conflito da época.
Na verdade, o ambiente e a geografia palestina descritos no livro de Josué correspondem exatamente aos existentes no século VII AC. Daí os autores concluem que as conquistas de Josué são, de fato, as conquistas de Josias, que foram romanceadas para dar aos israelenses uma aura de heroísmo na qual eles pudessem fundamentar a sua fé e justificar as suas pretensões territoriais.
Outra constatação: o povo de Israel não foi formado a partir da família de Abraão, imigrado de Ur dos caldeus. Na verdade, os israelitas sempre foram habitantes nativos de Canaã tanto quanto os outros povos citados na Biblia, que Israel combateu: amorreus, jebuzeus, amonitas, amalequitas, ismaelitas, etc. Formavam, no inicio, grupos pastoris nômades, que tocavam seus rebanhos de pasto em pasto, só começando a se fixar em pequenas aldeias por volta de 3500 Ac. Aos poucos eles desenvolveram uma identidade étnica própria, da mesma forma que os povos acima citados. No início nem cultuavam um só Deus, e mesmo depois de terem adotado o monoteísmo (provavelmente inspirados pela revolução religiosa do faraó Akhenaton +- 1367 AC) muitas vezes voltavam ao politeísmo. Essas recaídas encontram-se registradas na Bíblia e foram objeto de muitas queixas dos profetas, sendo inclusive invocadas como justificativa para as derrotas que os israelitas sofriam nos campos de batalha e até pelas desgraças que ocorriam na terra palestina.
A esse respeito concluem os autores: “A emergência de Israel primitivo foi uma consequência do colapso da cultura cananéia, não a sua causa. E a maior parte dos israelitas não veio de fora de Canaã – eles emergiram de dentro desta terra. Não ocorreu um êxodo em massa do Egito. Não houve uma conquista violenta de Canaã. A maior parte das pessoas que formaram o primitivo Israel eram moradores locais – as mesmas pessoas que vemos nas montanhas nas Idades do Bronze e do Ferro. Os israelitas primitivos eram – ironia das ironias – eles mesmos originariamente cananeus!"
Uma outra questão interessante é levantada pelos autores em relação ao período monárquico, sobre as figuras de Davi e Salomão. A época desses reis, segundo a Bíblia, foi a mais gloriosa vivida por Israel. Davi é considerado o unificador do reino israelita, e Salomão o que lhe deu o maior período de glória. Mas terá sido assim mesmo? Davi e Salomão realmente existiram? E se existiram, foram de fato reis tão poderosos como a Bíblia declara?
Para Finkelstein e Silberman há sérias controvérsias a esse respeito. Seus estudos demonstram que o território israelense, no período atribuído a Davi e Salomão permaneceu pouco desenvolvido, era escassamente habitado e francamente isolado dos centros urbanos da época. Não há sinais de grandes construções, ou portentosas obras de engenharia, como as que a Bíblia atribui a Salomão. A própria Jerusalém, que é descrita como uma cidade faustosa, era, no século X AC, época que segundo a Bíblia esses dois reis teriam vivido, um pequeno vilarejo perdido nas montanhas. Isso é o que mostram as escavações feitas no local. E o resto de Judá não teria, nessa época, mais que 20 pequenos povoados. Não havia portanto, um reino suntuoso e rico, como aquele descrito nos textos sagrados para os tempos de Salomão.
Assim, do glorioso reino de Salomão nada foi encontrado. E as grandes ruínas dos pórticos de Megido, Hazor e Gezer, bem como os famosos estábulos que os arqueólogos desenterraram, e que antes eram atribuídas a Salomão, sabe-se hoje que são da época de Acad, Amri e sua rainha Jesebel, reis de Israel entre 842- 720 AC, e que na Bíblia são tratados como grandes vilões. Essa afirmação vem do fato de que o estilo arquitetônico dessas construções só começou a ser usado nessa região a partir do século IX AC, um século depois da morte de Salomão.
Quanto á existência histórica de Davi e Salomão, os autores não opõem dúvidas. A casa de Davi é citada num fragmento de inscrição datado do século X, encontrado em Moabe. Todavia, eles questionam a extensão e o esplendor de seus reinos, salientando que tudo indica que não eram nada do que a Bíblia descreve. Pelo menos, nada que possa ser comprovado documentalmente.
A conclusão é que quando os autores do Deuteronômio escreveram sua obra no século VII AEC, Jerusalém já tinha todas as estruturas de uma sofisticada capital monárquica. E foi o ambiente desta época que serviu de pano de fundo para a narrativa de uma mítica idade de ouro, que nunca existiu. Josias precisava de uma estratégia para unificar os israelenses. Pela política e pela força militar parecia impossível. Então seus rabinos elaboraram uma inteligente teologia, fundamentada numa grande e sagrada saga, urdida pelo próprio Deus do país. De Abraão a Davi e Salomão, Israel ganhou uma história, um Deus e uma doutrina para ligar para sempre o destino de todo o povo israelita.
A análise da grande epopeia bíblica segue mais além e vai até o exilio dos judeus para a Babilônia, durante o império caldeu e a sua volta para Jerusalém depois da conquista persa. Mas ai os registros são mais confiáveis e as escavações arqueológicas não oferecem material para muitos questionamentos. O que releva, desse estudo não é o fato de a Bíblia ter razão ou não. Ela sempre terá razão para os olhos dos crentes e não terá para quem a lê com outros olhos. Um conflito entre a fé a razão não tem nada de construtivo. O que não se pode é evitar a discussão do assunto com a justificativa de que se trata de questão de fé, e assuntos de religião não se discutem. O que se põe aqui, na verdade, é uma questão político-ideológica que tem sido causa de conflitos há muitos milhares de anos. Não há fé que justifique a morte e a pilhagem da casa alheia; nem religião que dê justo fundamento à guerra. Deus não dita o Direito; este é quase sempre o resultado da vontade de quem vence. Mas ele administra a Justiça. Por isso é que as leis nem sempre são justas. Mas o mundo, em si mesmo, normalmente é.
É nesse sentido que a obra de Finkelstein e Silberman merece ser lida e refletida.