O ARQUÉTIPO DO CURADOR

Saúde é um estado de ser e não uma mera condição orgânica. Ter saúde é sentir-se inteiramente bem, com energia suficiente e total capacidade para atingir os nossos objetivos, sem limitação física e sem constrangimento moral.
Nosso corpo não é máquina que possa ser consertada quando alguma coisa nela quebra. Embora a ciência médica tenha evoluído de tal modo, que hoje se possa substituir órgãos por transplante , membros amputados por próteses, e a engenharia genética já possa até criar, em laboratórios, a partir de células-tronco, outras células para substituir aquelas que apresentam anomalias, ainda há, em nosso organismo um imenso leque de funções para os quais a ciência ainda não conseguiu, e talvez jamais consiga, desenvolver substitutos nem derivativos.
O nosso melhor médico ainda é o nosso próprio organismo. Precisamos aprender a ouvi-lo. E os remédios mais eficientes são aqueles que o nosso próprio laboratório interno consegue produzir.
Saúde não é um fator isolado dentro de uma equação. Ela é a própria equação. Ela não é uma realidade que se possa ser fotografada por um tomógrafo computadorizado nem pode ser capturada pelos aparelhos de um laboratório de análises clínicas. O que refletem esses aparelhos é o mapa de um território, mas não o próprio território, que é muito mais extenso, complexo e movimentado do que qualquer diagnóstico clínico, por perfeito que seja, pode obter.
Em cada um nós habita um arquétipo curador. Ele não é um arquétipo induzido em nossa mente pelas crenças ancestrais, ou pelas necessidades psicológicas de existência, desenvolvidas pelo fenômeno da socialização, como o casamento, o culto aos antepassados, o respeito aos mortos, a crença numa divindade etc. Ele é um arquétipo desenvolvido pelo próprio organismo como forma de defesa natural da vida. Ele está em nós, independente da nossa condição de vida, das nossas crenças, dos nossos valores, dos nossos objetivos.
Ele está presente no revigoramento natural que o descanso nos trás após uma jornada cansativa; está presente na coagulação do sangue e na cicatrização natural de um ferimento; na formação de colágenos e outras formas de recuperação de órgãos. É, enfim, uma informação que já consta do zigoma fundamental que dá origem ao nosso organismo. É um dos fundamentos da mitose, a propriedade que as células tem de se multiplicar e formatar organismos. 
Usando a linguagem da PNL, diríamos que o arquétipo Curador é “um programa” instalado em nosso DNA pelo nosso próprio Criador. Portanto, não podemos apaga-lo, nem renunciar a ele. Só podemos alimentá-lo com mais informações, tornando-o mais rico ou mais pobre. Esse alimento se dá através do nosso estilo de vida: bons relacionamentos, alimentação sadia, hábitos saudáveis, exercícios balanceados, e sobretudo uma alegre disposição de viver e um sistema de crenças positivas.Esse é o conjunto de informações mais adequado para fortalecê- lo.
Nesse sentido, é importante ter em mente que não estar doente não é estar com saúde. Saúde e ausência de moléstia não são estados iguais. Pode-se estar organicamente perfeito e não estar gozando de boa saúde, da mesma forma que a presença de uma anomalia orgânica não significa falta de saúde.
Insatisfação consigo mesmo, com os resultados que se está obtendo, o sentimen-to de fracasso, a sensação de vazio, a falta de um objetivo na vida, são tão dolorosos e molestos quanto uma dor de cabeça, uma cólica menstrual, uma alergia ou uma infecção intestinal. Da mesma forma, a falta de amor, o cultivo do ódio, da inveja, o ciúme doentio, podem ser tão destrutivos para o nosso organismo quanto uma neoplasia maligna ou uma doença degenerativa qualquer.
O que ressalta em tudo isso é que o corpo não fica doente: ele tem desequilíbrios momentâneos em sua estrutura física ou mental. Já as pessoas sim. Isso nos leva a fazer uma distinção entre doença, moléstia e saúde. Doença é um estado permanente de insatisfação orgânica. Moléstia é um estado passageiro de desequilíbrio em nosso organismo. Saúde é um conjunto de sentimentos de bem estar, em todos os sentidos.
Outra constatação que ´podemos fazer nesse sentido é a seguinte: moléstia é uma emergência médica ― um momento de desequilíbrio orgânico― e doença é um estado de ser, ou seja, uma crença. Isso significa que uma pessoa pode “estar” doente ou “ser” doente. No primeiro caso temos uma emergência médica que requer uma pronta intervenção, no segundo temos um problema que requer um sistema de tratamento. A medicina ocidental, com seus métodos cartesianos, alcançou um grande avanço no tratamento de emergências médicas. Fraturas, ferimentos, infecções bacterianas graves, ataques cardíacos, derrames, complicações durante o parto, por exemplo, são emergências médicas. Mas as enfermidades da vida moderna, como são a maioria das alergias, a hipertensão, a artrite, a asma, alguns tipos de câncer, infecções viróticas, infecções intestinais e moléstias das articulações, são doenças que nem sempre podem ser tratadas como emergências médicas. Decorrem de nossos hábitos de vida e seu tratamento depende muito mais das crenças que a pessoa tem e do seu sistema de vida do que do conhecimento médico e da eficiência dos medicamentos postos á nossa disposição.
Saúde e doença estão muito mais ligados à subjetividade dos nossos sentimentos do que à objetividade das nossas funções orgânicas. Não há como medir a dor e o prazer que sentimos em cada momento. Saúde é prazer, satisfação, ausência de moléstia física e espiritual; doença é dor, insatisfação, presença de constrangimento físico ou espiritual.
A função do nosso curador é exatamente essa: devolver-nos o equilíbrio interno e externo que precisamos para curar as nossas dores físicas e espirituais. A medicina oriental e a sabedoria xamãnica talvez tenha entendido essa dinâmica melhor que os médicos ocidentais. Por isso, muito mais que as funções orgânicas que respondem a tratamentos químicos elas se focam nos aspectos mais sutis do organismo humano, que estão ligados ao “programa” mais íntimo e fundamental que suporta toda a vida humana: aquele que cria e desenvolve o nosso mundo interior. Por que tudo vem de dentro para fora. E se alimenta com o que de fora vai para dentro.
Essa é a mágica da saúde. E são as armas do arquétipo do Curador.


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DO NOSSO LIVRO " ARQUÉTIPOS", NO PRELO.


João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 01/11/2010
Reeditado em 04/11/2010
Código do texto: T2590818
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